Um estrondo ecoa pelas vastas planícies geladas de Boden, na Lapônia sueca, marcando não apenas o disparo do Archer Mobile Howitzer, mas o início de um capítulo na história da artilharia britânica. O tenente-coronel Paddy Talbot-King, instrutor-chefe da Ala de Treinamento da Escola Real de Artilharia (RSA), testemunha com satisfação o resultado de um curso de 14 semanas que mergulhou suas tropas na era tecnológica do Archer.
A decisão de adquirir o Archer, como solução provisória após a concessão de 32 obuseiros autopropelidos AS90 à Ucrânia, revela um salto tecnológico significativo. O Archer não é apenas uma resposta às lacunas na capacidade de apoio aproximado de 155 mm do Exército Britânico; é um salto em direção à modernidade e eficiência.
O sistema Archer, fornecido pelo governo sueco, traz consigo características técnicas que o diferenciam substancialmente do antecessor AS90. O obus autopropulsado Archer possui uma torre giratória, permitindo uma mobilidade excepcional nos mais adversos campos de batalha. Sua principal inovação é a capacidade de disparar sem desembarcar, permitindo que o operador atire e se mova simultaneamente, proporcionando uma flexibilidade tática sem precedentes.
O sistema é digital e altamente automatizado, uma transição notável em relação aos sistemas mais analógicos e manuais, como o AS90. O Archer exige um conhecimento profundo do sistema de computador e do gerenciamento de falhas, conforme destaca o Sargento Johannes Borgstedt-Faläng, instrutor de artilharia sueco. A complexidade do Archer é evidente na necessidade de um extenso pacote de treinamento de 14 semanas, o mesmo oferecido aos instrutores suecos.
A primeira missão de tiro real e reabastecimento sem o apoio do Exército Sueco foi um desafio que os soldados britânicos enfrentaram com sucesso. Além das adversidades climáticas da Lapônia, a equipe teve que se adaptar à nova dinâmica do Archer, abandonando as práticas mais manuais e físicas do AS90 para abraçar a era digital da artilharia.
O Sargento 'Toffy' Tovagone, instrutor de armas e munições, destaca a experiência de dirigir o Archer em condições de neve e elogia sua versatilidade. O Archer não apenas representa uma mudança tecnológica, mas também redefine os papéis dos operadores, exigindo habilidades multifuncionais, desde ser o número um até operar e dirigir o veículo.
Além do salto tecnológico, a parceria com a Escola Sueca de Artilharia destaca a importância do intercâmbio de conhecimentos. Os soldados britânicos não apenas aprenderam a operar o Archer, mas também trouxeram perspectivas valiosas sobre o uso do sistema em combate, influenciando até mesmo os instrutores suecos.
A conclusão bem-sucedida deste treinamento não é apenas um marco na cooperação militar entre o Reino Unido e a Suécia, mas sinaliza um compromisso renovado com a modernização e a preparação para os desafios futuros. O próximo passo, com o treinamento da tripulação na próxima geração de sistemas de artilharia de rodas, promete manter o Exército Britânico na vanguarda da artilharia moderna.
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com Exército Britânico
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