segunda-feira, 21 de novembro de 2022

FCAS, o acordo esta realmente concluído? Confira conosco


A Dassault e a Airbus realmente chegaram a um acordo sobre a continuação do projeto de aeronaves de combate FCAS? A publicação de um comunicado de imprensa pelo Ministério da Defesa alemão pareceu pôr fim ao suspense na sexta-feira (18). 

"Após intensas negociações, o FCAS (SCAF, em francês) obteve acordos industriais para a próxima fase do programa, o caminho está livre para o resto do programa." E a Airbus confirmou a informação em comunicado enviado à imprensa. "Podemos confirmar que as discussões entre a indústria e os governos sobre a próxima fase do FCAS foram bem-sucedidas, o que representa um grande passo para este emblemático programa europeu de defesa", assegurou o fabricante europeu, cujas subsidiárias alemãs e espanholas trazem os interesses industriais da Berlim e Madrid no programa do futuro caça europeu.

Depois de um ano de tensas negociações entre a Dassault e a Airbus sobre a partilha de tarefas , o caminho está livre para prosseguir com o maior programa militar europeu da última década, estimado entre 80 e 100 bilhões de euros, destinado a desenvolver uma aeronave que será sucessora do Rafale e do Eurofighter Typhoon por volta de 2040.  

O Programa FCAS é um projeto muito ambicioso que inclui a nova geração de aeronaves de combate 'NGF" (New Generation Fighter), bem como drones que deverão operar em conjunto com estes novos caças, todos trabalhando em simbiose. 


Porém, o final da história não foi totalmente como o esperado, pois nem a francesa Dassault, ou Ministério das Forças Armadas francês, confirmaram qualquer acordo industrial referente ao FCAS (SCAF). E segundo fontes, isso se deu lelo fato da Dassault se recusar em assinar o acordo até que sejam resolvidos todos pontos previstos no acordo, onde até o momento foram alcançados 98% de entendimento entre as partes.

O governo francês chegou a emitir um comunicado á imprensa, porém, diferente do publicado pelos alemães, os franceses se referem ao acordo como estando "preste a ser concluído", deixando claro que ainda não há um consenso total entre as partes.

A Dassault estabeleceu, por um ano, termos para a continuidade do projeto: ela deve, conforme previsto nos acordos iniciais, ser a contratante principal do programa. O comunicado de imprensa alemão, confirma que o trabalho está "sob a responsabilidade geral da França", também evoca uma "abordagem de cooperação igual a igual". Essa declaração não escapou aos negociadores da Dassault, que o viram como mais uma tentativa de desafiar a liderança da fabricante francesa no programa.


Os pontos de discórdia podem ser resolvidos antes da visita da primeira-ministra Elisabeth Borne a Berlim, marcada para a próxima sexta-feira (25), mesmo que a Dassault ainda possa bloquear se não for estabelecido um consenso sobre os 2% restantes da negociação do acordo e todas as suas condições não forem respeitadas. Mas há uma grande complexidade envolvida neste acordo, pois ainda que haja o consenso entre as indústrias a respeito da partilha de responsabilidades, o mesmo ainda será submetido a aprovação pelo Bundestag Câmara Alemã) que deve dar sua aprovação para a continuação do programa. 

Para entender um pouco a complexidade do acordo franco-alemão, o mesmo vai além do FCAS, o qual estará sob gerência francesa, envolve o bilionário programa MGCS, que prevê o desenvolvimento do futuro MBT franco-alemão, este programa sob gerenciamento alemão.

Nesta costura de acordos e partilha de gerenciamentos, um ponto é preocupante no momento, o desenvolvimento do projeto MGCS está parado, devido à entrada em cena da alemã Rheinmetall, que exige a sua parte no projeto, ou se propõe a derrubá-lo em favor de uma solução própria, o projeto KF-51 Panther. A chegada da gigante alemã ameaça os grandes equilíbrios laboriosamente encontrados entre sua compatriota KMW e a francesa Nexter.

Devido a toda essa disputa interna na indústria alemã em relação a concepção do futuro MBT, o Bundestag pode relutar em dar luz verde à continuação do programa FCAS nos moldes em que está sendo acordado, com a liderança francesa. O que pode resultar em atrasos no desenvolvimento e construção do primeiro protótipo do FCAS, que inicialmente estava previsto para voar em 2027.


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Com agências de notícias 

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