Onze meses após o ataque terrorista em Pahalgam e a Operação Sindoor, o governo indiano apresentou o maior projeto de modernização de defesa de sua história. O Ministério da Defesa (MoD) divulgou um roteiro de 15 anos que prevê a transformação das Forças Armadas por meio da incorporação de bilhões de dólares em investimentos e tecnologias de ponta.
O documento estabelece metas ambiciosas: o Exército deve receber cerca de 1.800 novos carros de combate para substituir os vetustos carros de combate T-72, 400 carros de combate leves para operações em montanha, 50 mil mísseis anticarro lançados a partir de blindados e mais de 700 sistemas robóticos anti-IED. Já a Marinha será reforçada com um novo porta-aviões, 10 fragatas de última geração, sete corvetas, quatro navios de desembarque e sistemas de propulsão nuclear para futuras embarcações.
A Força Aérea terá a missão de incorporar 75 satélites de alta altitude, 150 drones bombardeiros furtivos, centenas de munições de precisão e mais de 100 aeronaves remotamente pilotadas. O plano também prevê a formação de unidades especializadas em drones em cada regimento do Exército, além da aquisição de milhões de drones suicidas, refletindo lições de conflitos recentes como a guerra na Ucrânia.
Outro destaque é o desenvolvimento de 500 mísseis hipersônicos e de igual número de interceptores, além da introdução de sistemas de armas a laser de alta energia para defesa antiaérea. O Ministério da Defesa também confirmou o avanço de um programa para dotar navios de guerra de propulsão nuclear e sistemas eletromagnéticos de lançamento de aeronaves.
No campo da aviação naval, a Marinha indiana deverá receber caças desenvolvidos pela estatal Hindustan Aeronautics Ltd (HAL). e, em paralelo, já encomendou 26 caças Rafale-M da francesa Dassault, que serão operados a partir dos porta-aviões INS Vikrant e INS Vikramaditya. Com isso, o país deverá contar com 62 aeronaves Rafale em serviço até 2030.
Segundo o MoD, o objetivo é preparar a Índia para os desafios estratégicos do século XXI, ampliando suas capacidades multidomínio em áreas como guerra espacial, inteligência artificial e autonomia. O plano também reforça a diretriz de reduzir a dependência de fornecedores externos, como Rússia, França e Estados Unidos, e consolidar a autossuficiência da base industrial de defesa indiana, que já conta com mais de 600 empresas produzindo drones e sistemas avançados.
Com um orçamento de 6,81 trilhões de rúpias (cerca de US$ 77 bilhões) para defesa no atual exercício fiscal, a Índia ocupa hoje a quarta posição entre os países que mais investem no setor, atrás apenas de Estados Unidos, China e Rússia. O roteiro de modernização, segundo o Ministério, é uma resposta direta às ameaças regionais e um passo decisivo para consolidar o país como potência militar de alcance global.
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