Entre os dias 30 de agosto e 5 de setembro de 2025, a Brigada de Infantaria Aeromóvel (Bda Inf Amv) do Exército Brasileiro realizou a Operação Gorro Bege, um exercício de alto valor tático e doutrinário, concebido com o objetivo inédito de aprimorar o adestramento de seus sensores de Inteligência Militar.
A atividade reuniu cerca de 300 militares e se estendeu por quase 100 km de faixa de terreno, abrangendo a área entre a cidade de Piquete e a Fazenda da Onça, em Delfim Moreira (MG). O exercício teve como foco principal as ações de inteligência, reconhecimento, vigilância e aquisição de alvos (IRVA) no contexto das operações aeromóveis, envolvendo a 2ª Companhia de Precursores (2ª Cia Prec), pelotões de reconhecimento (Pel Rec) e equipes de caçadores (Eqp Cçd) dos batalhões de infantaria aeromóvel (BI Amv).
Adestramento e interoperabilidade
A Operação Gorro Bege não se restringiu ao adestramento individual de militares, mas buscou consolidar a interoperabilidade entre as frações participantes e reafirmar o papel essencial dessas unidades nas missões de assalto aeromóvel. Durante a semana, os pelotões de reconhecimento e a 2ª Cia Prec realizaram missões de vigilância e reconhecimento, aplicando técnicas avançadas de infiltração e exfiltração, procedimentos de contrainteligência e tiro de fração, com ênfase na técnica de ação imediata.
Um dos diferenciais do exercício foi o desdobramento, em campanha, da Célula de Inteligência da Bda Inf Amv. Em estreita coordenação com os sensores no terreno, a célula trabalhou as fases de obtenção, análise e difusão de informações, garantindo maior agilidade e eficácia ao processo decisório da brigada. Essa integração mostrou-se alinhada aos fundamentos dos manuais de Operações Aeromóveis e de Inteligência Militar, especialmente nas ações preparatórias que antecedem o assalto aeromóvel.
Participação de tropas convidadas e apoio aéreo
A Operação Gorro Bege contou com a presença de tropas convidadas, ampliando a complexidade e o realismo do exercício. Participaram um pelotão de exploradores da Brigada de Infantaria Paraquedista, um pelotão de reconhecimento da Brigada de Infantaria de Montanha e uma Equipe SAR (Busca e Salvamento) do 2º Batalhão de Aviação do Exército. O apoio aéreo foi fornecido por uma aeronave Pantera K2 do Comando de Aviação do Exército (CAvEx), enquanto o Pelotão de Suprimento Aeromóvel do 22º B Log Amv e o 1º Esquadrão de Cavalaria Aeromóvel garantiram a logística e a mobilidade da operação.
O encerramento do exercício ocorreu com uma ação de grande complexidade: a 2ª Cia Prec, em conjunto com a Equipe SAR, realizou um resgate simulado em área de combate (zona quente). A atividade testou a capacidade de emprego combinado das frações especializadas em cenários de risco elevado, simulando situações realistas de operação aeromóvel em território adversário.
Inovação doutrinária e excelência operacional
Concebida para se tornar referência em adestramento de inteligência, reconhecimento, vigilância e aquisição de alvos, a Operação Gorro Bege inovou na doutrina e na forma de preparo das frações de reconhecimento. O exercício visou maximizar a letalidade, mobilidade e consciência situacional da Força de Prontidão Aeromóvel, reforçando o comprometimento da Bda Inf Amv com a modernização doutrinária e a excelência operacional.
Mais do que um simples exercício, a Gorro Bege consolidou a Bda Inf Amv como uma das principais Forças de Emprego Estratégico do Exército Brasileiro, destacando sua capacidade de integrar inteligência, operações aeromóveis e emprego combinado de tropas especializadas em cenários complexos.
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com Exército Brasileiro
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