A Dinamarca intensificou de forma decisiva seus esforços para reforçar sua capacidade militar diante do cenário de insegurança crescente na Europa. Em fevereiro, a primeira-ministra Mette Frederiksen ordenou que os militares “comprassem, comprassem, comprassem” equipamentos, preparando o país para uma possível futura agressão russa. A medida reflete uma preocupação estratégica compartilhada por diversos países europeus, especialmente após incidentes recentes envolvendo o espaço aéreo da Polônia.
Segundo o Ministro da Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen, “não há dúvida de que a situação de segurança está desafiadora”. Ele ressaltou que a violação do espaço aéreo polonês por vários drones russos serve como um alerta contundente sobre a importância de fortalecer o poder de combate europeu. Na quarta-feira anterior, a Polônia abateu os supostos drones russos com o apoio de aeronaves de aliados da OTAN, marcando a primeira vez que um Estado membro da aliança disparou armas durante a guerra da Rússia contra a Ucrânia. O episódio reforça a urgência de sistemas de defesa mais eficazes e ágeis na região.
A estratégia dinamarquesa inclui a aquisição de oito sistemas de defesa distintos, combinando soluções de longo e médio alcance. Entre eles, destaca-se a plataforma SAMP/T, de longo alcance, produzida pelo consórcio Eurosam, que reúne MBDA França, MBDA Itália e Thales. Além disso, o país avalia sistemas de médio alcance fabricados na Noruega, Alemanha ou França, buscando equilibrar custo, velocidade de entrega e eficiência operacional.
Segundo Per Pugholm Olsen, chefe da organização dinamarquesa de aquisição de defesa e logística, os sistemas europeus oferecem vantagens importantes em relação à alternativa americana: podem ser entregues mais rapidamente e com custo inferior ao sistema de defesa antimísseis Patriot dos EUA. Essa decisão indica uma tendência crescente na Europa de priorizar soluções regionais integradas, que garantam autonomia logística e operacional em momentos de crise.
Com a taxa de câmbio aproximada de 1 dólar equivalendo a 6,37 coroas dinamarquesas, o investimento em defesa assume dimensões significativas, mas consideradas estratégicas diante do cenário de ameaça iminente. Para Frederiksen e sua equipe, a ação não é apenas preventiva: trata-se de uma resposta concreta à evolução da guerra moderna, marcada pelo uso de drones, ameaças híbridas e conflitos assimétricos que testam a prontidão das forças armadas europeias.
Em síntese, a Dinamarca demonstra uma postura de alerta proativo, buscando fortalecer seu poder de combate de maneira rápida, eficiente e economicamente viável, ao mesmo tempo em que reforça a integração com aliados da OTAN. O movimento reflete uma compreensão clara de que, no contexto atual, autonomia tecnológica, rapidez de aquisição e interoperabilidade são tão essenciais quanto o número de sistemas disponíveis no terreno.
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com Reuters
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