A Marinha do Brasil (MB) deu um passo importante na modernização da Esquadra ao adquirir nesta quarta-feira (10), em Londres, o HMS Bulwark, navio doca-multipropósito da Classe Albion da Marinha Real Britânica. A embarcação será renomeada NDM Oiapoque, em homenagem ao extremo norte do Brasil, símbolo da expressão “do Oiapoque ao Chui”, que representa os limites do território nacional.
O contrato foi assinado a bordo do HMS Mersey, com a presença do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, do Diretor-Geral do Material da Marinha, Almirante Edgar Luiz Siqueira Barbosa, e do Second Sea Lord da Royal Navy, Vice-Almirante Martin Connell, além de autoridades civis e militares. O acordo formaliza o protocolo de intenções firmado em abril na LAAD Defence & Security 2025, no Rio de Janeiro, e foi oficializado durante a DSEI UK 2025, em Londres.
Um navio estratégico para defesa e ajuda humanitária
Com 176 metros de comprimento, deslocamento de 18.500 toneladas e capacidade para 710 militares, o NDM Oiapoque combina robustez e versatilidade. Ele será capaz de transportar pessoal, carga, mantimentos, medicamentos e hospitais de campanha para apoiar operações de defesa e emergências humanitárias, além de atuar na proteção da Amazônia Azul, região estratégica rica em recursos naturais e minerais.
O Comandante da Marinha, Alte Esq. Marcos Sampaio Olsen, ressaltou: “A aquisição do HMS Bulwark constitui um marco no esforço de recomposição do núcleo do Poder Naval, contribuindo sobremodo para o exercício da soberania em águas sob jurisdição do Estado. A Marinha do Brasil reafirma, assim, seu compromisso com a ampliação da capacidade de presença em áreas de interesse e com a condição de eficiência adequada para atuar em diferentes cenários, seja em operações de defesa ou em apoio à população brasileira em situações de emergência, em especial nas respostas a desastres naturais e missões de assistência humanitária”.
O NDM Oiapoque será o quarto navio da Marinha a ostentar este nome. O primeiro foi um navio de madeira a vapor, adquirido em 1865, com participação indireta na Guerra do Paraguai. O segundo foi um pequeno vapor fluvial da Flotilha do Amazonas, incorporado em 1891. O terceiro, Aviso Fluvial Oiapoque, construído na Inglaterra, foi descomissionado em 1964.
Revitalização e treinamento da tripulação
O navio está atualmente em Plymouth, Inglaterra, passando por revitalização completa, incluindo atualização dos sistemas de comando e controle, comunicações, propulsão e geração de energia. A modernização garante vida útil de pelo menos duas décadas, atendendo às demandas atuais da Marinha.
Para operar a embarcação, cerca de 48 militares brasileiros viajarão em setembro para treinamento e reconhecimento do navio, seguidos por mais 44 militares em novembro. A capacitação inclui simulações e exercícios conjuntos para assegurar a plena operacionalidade do NDM Oiapoque.
O Diretor-Geral do Material da Marinha, Almirante Edgar Luiz Siqueira Barbosa, destacou a parceria estratégica com a Royal Navy: “A relação entre a Marinha do Brasil e a Royal Navy é histórica. O Navio Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico, principal embarcação da Esquadra Brasileira, também foi adquirido da Inglaterra e chegou ao Brasil em 2018. As aquisições do NAM ‘Atlântico’ e do HMS Bulwark refletem essa parceria estratégica, que envolve não apenas transferência de meios navais, mas também intercâmbio de conhecimentos, treinamento de tripulações e cooperação em áreas de interesse comum. Essa aproximação fortalece os laços diplomáticos entre os dois países”.
O NDM Oiapoque deve ser comissionado e trasladado ao Brasil em 2026, quando passará a integrar a Esquadra Brasileira, ampliando a capacidade da Marinha de atuar em defesa, projeção de poder e operações humanitárias.
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com Marinha do Brasil
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