quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro celebra 262 anos

Com mais de dois séculos e meio de história, o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) reafirma sua relevância estratégica na construção naval militar brasileira. Fundado em 29 de dezembro de 1763, no sopé do Mosteiro de São Bento, o estaleiro teve como missão inicial construir e reparar navios da Marinha de Portugal. Desde então, o AMRJ se consolidou como um polo de inovação tecnológica e engenharia naval, mantendo presença ativa na defesa da soberania nacional e no desenvolvimento de capacidades navais complexas.

Ao longo dos séculos, o Arsenal passou por diversas denominações e expansões. Após a Independência, em 1822, tornou-se o Arsenal de Marinha da Corte, e com a Proclamação da República consolidou oficialmente o nome atual em 1948, quando suas operações foram totalmente concentradas na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Desde o século XIX, a instituição participou de marcos da engenharia naval brasileira, como a Corveta Campista (1824), o Cruzador Tamandaré (1884) e o Monitor Fluvial Parnaíba (1936), ainda em atividade, demonstrando a durabilidade e a excelência da construção naval nacional.

Nos anos seguintes, destacou-se na produção de Navios-Patrulha Costeiros, Navios de Assistência Hospitalar e Corvetas da Classe Inhaúma, consolidando sua capacidade de projetar e construir meios navais sofisticados. Um salto tecnológico relevante ocorreu em 1982, com o início do programa de submarinos em parceria com a Alemanha, que permitiu a formação de gerações de engenheiros e técnicos brasileiros. O resultado foi a construção dos submarinos da Classe Tupi: “Tamoio”, “Timbira” e “Tapajó” e do "Tikuna", entregue à Esquadra em 2006, além da Corveta Barroso (2008), um marco da engenharia naval militar nacional.

Retomada da construção naval: Navios-Patrulha em destaque

Nos últimos anos, o AMRJ tem protagonizado a retomada da construção naval militar. A entrega do Navio-Patrulha Maracanã, em 2022, marcou a reinauguração da linha de produção. Atualmente, o estaleiro desenvolve simultaneamente os NPa Mangaratiba e Miramar, no Edifício 17, reforçando a capacidade de produção e a tradição construtiva do Arsenal.

Segundo o Diretor do AMRJ, Contra-Almirante Mauro Nicoloso Bonotto, “A construção simultânea dos NPa ‘Mangaratiba’ e ‘Miramar’ demonstra a retomada da capacidade e vocação histórica do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Desde a entrega do NPa ‘Maracanã’, estamos investindo na melhoria contínua da linha de produção, aperfeiçoando processos e sistemas fundamentais para a prontificação dos meios”.

Esses navios-patrulha têm papel estratégico na proteção da Amazônia Azul, garantindo segurança do tráfego aquaviário, fiscalização das águas jurisdicionais e combate a crimes como contrabando, pesca ilegal e tráfico de drogas. Além disso, apoiam missões de busca e salvamento e fornecem suporte a comunidades em áreas remotas, contribuindo para a presença e atuação da Marinha em toda a costa brasileira.

Modernização e manutenção de grandes meios navais

O AMRJ também mantém uma atuação significativa na manutenção e modernização de embarcações da Marinha, como demonstrou a primeira docagem do Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico, entre setembro de 2024 e março de 2025, no Dique Almirante Régis. O processo incluiu revisões de linhas de eixo, hélices, lemes, válvulas de fundo, reaplicação de pintura anti-incrustante e ajustes nos sistemas de propulsão, reforçando a segurança operacional e a eficiência do navio.

Segundo o Diretor do AMRJ: “A primeira docagem do NAM ‘Atlântico’ no Dique ‘Almirante Régis’ foi uma manobra desafiadora, não somente pelas dimensões do navio, mas pelo seu ineditismo no Brasil”.

Perspectivas e próximos projetos

O Arsenal mantém um cronograma robusto de entregas e modernizações para os próximos anos. Em 2026, está prevista a cerimônia de batismo do NPa Mangaratiba, que será incorporado ao Setor Operativo da Marinha, enquanto o NPa Miramar deve ser entregue em dezembro de 2028. Estas embarcações integram o Programa de Obtenção de Navios-Patrulha (PRONAPA), dentro do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), garantindo investimentos contínuos em infraestrutura e tecnologia naval.

Além da construção e modernização de navios militares, o AMRJ mantém serviços de suporte para embarcações comerciais, reafirmando seu papel estratégico como centro de excelência em engenharia naval, capaz de atender às demandas da Defesa Nacional, de operações humanitárias e de apoio logístico em águas interiores e costeiras.

Com mais de 260 anos de história, o AMRJ continua a combinar tradição, inovação e tecnologia de ponta, fortalecendo a soberania nacional e consolidando a presença brasileira nos cenários marítimos internacionais.


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com Marinha do Brasil



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