domingo, 21 de dezembro de 2025

Nigéria vai de M-346FA

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A Nigéria está avançando com planos para comprar 24 aeronaves de ataque leve Leonardo M-346FA da empresa italiana Leonardo, em um acordo estimado em cerca de US$ 1,2 bilhão (ou € 1,2 bilhão). Essa aquisição faz parte de um amplo programa de modernização da Força Aérea Nigeriana (NAF), com o objetivo de aprimorar as capacidades de combate aéreo, vigilância e resposta rápida frente aos desafios de segurança no país, como insurgência do Boko Haram, ISWAP, banditismo e conflitos comunitários.

O M-346FA é uma versão de combate do treinador avançado M-346, equipado com radar multimodo, pods de mira eletro-ópticos, sistemas de defesa eletrônica e pontos de ancoragem para armas guiadas de precisão, mísseis ar-ar e foguetes. Ele é ideal para missões de apoio aéreo aproximado, interdição, reconhecimento tático e até combates ar-ar limitados, com custos operacionais baixos, o que o torna perfeito para operações prolongadas contra grupos armados não estatais.

Atualmente, a frota da NAF inclui aeronaves como Alpha Jets, J-7, Super Tucano e JF-17 Thunder, e essa nova adição vai complementar essas plataformas, servindo como uma opção econômica entre treinadores e caças mais pesados.

O contrato deve incluir simuladores, treinamento, peças de reposição e suporte de manutenção de longo prazo, com foco no desenvolvimento de capacidades locais na Nigéria para reduzir a dependência externa. Essa compra representa uma das maiores aquisições de defesa recentes do país e reforça a posição da Nigéria como potência militar líder na África Ocidental.

As negociações estão em andamento, com entregas previstas em lotes, iniciadas em 2025 e conclusão esperada para 2026. O sucesso dependerá de integração eficaz e financiamento contínuo.

M-346 Master (Versão Original - Treinador Avançado)

O M-346 Master é um treinador a jato avançado (AJT) transônico, projetado para preparar pilotos para caças de 4ª e 5ª geração. Destaca-se pela manobrabilidade, custos operacionais baixos e sistema de simulação embarcado avançado (ETTS), permitindo treinamento LVC (Live, Virtual, Constructive).

  • Motores: Dois Honeywell F124-GA-200.
  • Velocidade máxima: Mach 1.15.
  • Teto operacional: 45.000 pés (13.700 m).
  • Aviónica: Fly-by-wire quadruplo redundante, HUD, MFDs, HOTAS, compatibilidade NVG e HMD.
  • Hardpoints: Até 5 pontos para pods de treinamento ou tanques externos.
  • Operadores principais: Itália (T-346A), Israel, Singapura, Polônia, Grécia, Qatar e outros.

Mais de 100 aeronaves entregues globalmente, com frota acumulando mais de 150.000 horas de voo.

M-346FA (Fighter Attack - Variante Multirole Leve)

Derivada do Master, a variante FA adiciona capacidades de combate leve, ideal para apoio aéreo aproximado (CAS), interdição, reconhecimento tático e combates ar-ar limitados, com custos muito inferiores a caças pesados.

  • Radar: Grifo-M-346 multimodo (mecânico).
  • Hardpoints: 7 pontos, capacidade de até 3.000 kg de carga externa.
  • Sistemas defensivos: DASS completo (RWR, chaff/flare, alerta de mísseis).
  • Armamento: Mísseis ar-ar (ex.: IRIS-T), ar-superfície guiados, bombas de precisão, pods de canhão, foguetes.
  • Operadores: Nigéria (24 unidades), Turcomenistão.

M-346 Block 20 (Atualização Mais Recente - 2024/2025)

Anunciado em 2024 e com contrato assinado em dezembro de 2025 para a Áustria (cliente de lançamento), o Block 20 incorpora digitalização avançada, IA e alinhamento com caças de nova geração. Disponível em duas variantes: M-346T Block 20 (treinador) e M-346F Block 20 (combate leve).

  • Cockpit: Large Area Display (LAD) touchscreen de 20x8 polegadas (um por assento), HUD low-profile, HMD de nova geração com realidade aumentada.
  • Aviónica comum: Novos sistemas de gerenciamento de voo/armas, navegação, IFF, datalink avançado.
  • M-346F Block 20: Radar AESA, Link 16 (NATO), contramedidas eletrônicas avançadas (ECM), integração de mísseis de médio alcance.
  • Contrato da Áustria: 12 M-346F Block 20 assinados em 17/12/2025, entregas a partir de 2027/2028.

A família M-346 continua sendo uma das plataformas mais versáteis e econômicas do mercado, evoluindo para atender demandas de treinamento avançado e operações leves. Com quase 160 aeronaves vendidas e mais de 150.000 horas de voo, o Block 20 garante relevância para as próximas décadas.

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O conflito que não se declara: Rússia e OTAN na fronteira da Estônia

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A violação da fronteira da Estônia por guardas de fronteira russos, após a travessia do rio Narva, deve ser lida não como um incidente isolado, mas como mais uma peça de um padrão estratégico cuidadosamente construído por Moscou desde o fim da Guerra Fria e intensificado após a expansão da OTAN para o Leste Europeu. Em um sistema internacional marcado pelo retorno da competição entre grandes potências, ações aparentemente limitadas assumem um significado desproporcional.

O rio Narva não é uma fronteira qualquer. Ele separa um Estado-membro da OTAN de uma potência revisionista que contesta, aberta ou veladamente, a ordem de segurança europeia estabelecida após 1991. Trata-se de uma fronteira simbólica, histórica e operacional, situada em um dos pontos mais vulneráveis do flanco oriental da Aliança Atlântica. Cada metro daquela linha carrega implicações políticas, militares e psicológicas.

O primeiro elemento a ser destacado é a escolha do ator. Moscou não empregou unidades regulares das Forças Armadas, mas sim guardas de fronteira, vinculados ao aparato de segurança interna. Essa decisão é central para a compreensão do episódio. Ela insere a ação no campo da chamada zona cinzenta, um espaço deliberadamente ambíguo entre a paz e o conflito armado. Ao atuar abaixo do limiar da guerra, a Rússia busca maximizar pressão estratégica minimizando riscos de escalada direta.

Esse tipo de incursão permite a Moscou explorar a assimetria entre ação e reação. Enquanto o ato em si é pequeno e reversível, a resposta potencial da OTAN carrega peso político elevado. O simples fato de um Estado-membro ter sua fronteira violada aciona debates sobre o Artigo 5, credibilidade da dissuasão e prontidão operacional. A Rússia, portanto, impõe custos estratégicos desproporcionais ao adversário com um movimento de baixo risco.

Há ainda a dimensão do teste. Incidentes desse tipo funcionam como sondagens. Moscou observa tempos de resposta, coordenação entre autoridades civis e militares, comunicação estratégica da Estônia e da OTAN, bem como a disposição política dos aliados em tratar o episódio como algo mais do que um erro técnico. Cada reação, ou ausência dela, alimenta bancos de dados estratégicos utilizados no planejamento de longo prazo russo.

O fator demográfico e informacional também não pode ser ignorado. A região do rio Narva possui uma população majoritariamente russófona, frequentemente explorada pelo discurso do Kremlin como prova de supostas injustiças históricas ou da necessidade de “proteção” de minorias. Mesmo sem qualquer ação militar convencional, episódios como esse reforçam narrativas internas e externas, alimentando a ideia de que aquelas fronteiras são artificiais ou contestáveis.

No plano mais amplo, a incursão deve ser interpretada à luz da guerra na Ucrânia. Com suas capacidades militares parcialmente comprometidas no teatro ucraniano, a Rússia busca manter iniciativa estratégica por outros meios. A criação de tensões periféricas serve para dispersar a atenção da OTAN, ampliar o custo da dissuasão e lembrar que o confronto não se limita ao campo de batalha ucraniano. O Báltico, o Ártico, o espaço cibernético e o domínio informacional tornam-se extensões desse conflito sistêmico.

Há também um componente de desgaste político. A Rússia aposta que a repetição de incidentes de baixa intensidade ao longo do tempo pode corroer a coesão da Aliança, expondo divergências internas sobre níveis aceitáveis de resposta. Em democracias, a gestão constante de crises “menores” consome capital político, gera fadiga estratégica e abre espaço para questionamentos sobre custos, riscos e prioridades.

Do lado da OTAN, o dilema é estrutural. Uma resposta dura a cada violação corre o risco de escalada indesejada. Uma resposta tímida, por sua vez, pode incentivar novas ações, cada vez mais ousadas. A dissuasão eficaz nesse ambiente exige precisão cirúrgica: firmeza sem histeria, presença sem provocação, comunicação clara sem retórica inflamada. É um equilíbrio difícil, especialmente quando o adversário aposta justamente em desestabilizá-lo.

Em termos estratégicos, a violação da fronteira estoniana não altera o equilíbrio militar regional. A OTAN mantém superioridade convencional e capacidade de resposta. O que está em jogo, porém, não é o equilíbrio de forças, mas a credibilidade. A competição contemporânea entre grandes potências é, em grande medida, uma disputa por percepção, resiliência e controle narrativo.

O risco maior não está no ato isolado, mas no acúmulo. Em ambientes de alta tensão, a repetição de ações ambíguas aumenta exponencialmente a probabilidade de erro de cálculo, acidente ou reação desproporcional. Foi assim que crises históricas se aprofundaram: não por decisões deliberadas de guerra, mas por uma sequência de movimentos calibrados que, em determinado momento, saíram do controle.

A incursão no rio Narva é, portanto, um lembrete contundente de que a segurança europeia opera hoje em um estado de instabilidade permanente. A guerra não começa necessariamente com tanques cruzando fronteiras, mas com passos calculados, juridicamente ambíguos e estrategicamente provocativos.

Nesse cenário, o verdadeiro campo de batalha não é apenas físico, mas psicológico, informacional e político. E é exatamente ali que a Rússia busca operar, mantendo pressão constante, sem romper formalmente a paz, mas lembrando que ela é frágil.

Diante do sistema internacional cada vez mais marcado pela competição dura, fronteiras não são apenas linhas no mapa. São testes contínuos de vontade, coesão e credibilidade. E o rio Narva, silencioso em aparência, tornou-se mais uma vez um espelho da instabilidade estratégica europeia.


Por Angelo Nicolaci


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América Latina no centro da disputa entre Estados Unidos e China

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A América Latina voltou ao centro do tabuleiro geopolítico global e não por acaso. Em um intervalo de poucos dias, Estados Unidos e China divulgaram documentos estratégicos que colocam a região no radar das grandes potências. A coincidência de datas não é mero detalhe burocrático: é um sinal inequívoco de que a região deixou de ser periferia e passou a ser espaço de disputa direta por poder.

A nova Estratégia Nacional de Segurança dos Estados Unidos resgata, em linguagem atualizada, a lógica da Doutrina Monroe. Washington deixa claro que considera as Américas sua principal prioridade estratégica e que não admite a presença de potências rivais atuando em áreas sensíveis. O discurso de segurança regional, na prática, funciona como um aviso: infraestrutura, tecnologia, energia e dados são linhas vermelhas.

Do outro lado, Pequim responde com método e visão de longo prazo. O Livro Branco da China para a América Latina e o Caribe apresenta um projeto abrangente de inserção regional, estruturado em cinco eixos: solidariedade, desenvolvimento, civilização, paz e conectividade interpessoal. Não se trata apenas de comércio, mas da construção gradual de interdependências que ampliam a influência chinesa em setores estratégicos.

A fricção entre essas duas visões ganha contornos concretos na Venezuela. A pressão exercida pelo governo Trump sobre Caracas não se limita a sanções econômicas ou isolamento diplomático. Ela funciona como um recado político ao restante da região: quando interesses estratégicos norte americanos são percebidos como ameaçados, a resposta pode ser dura, rápida e multifacetada.

A fricção entre essas duas visões ganha contornos concretos na Venezuela. A pressão exercida pelo governo Trump sobre Caracas não se limita a sanções econômicas ou isolamento diplomático. Ela funciona como um recado político ao restante da região: quando interesses estratégicos norte-americanos são percebidos como ameaçados, a resposta pode ser dura, rápida e multifacetada.

Essa lógica não se restringe a America Latina. Na última semana, a decisão do governo Trump de anunciar novos investimentos de bilhões de dólares em defesa para Taiwan reforçou o mesmo padrão estratégico, agora no Indo-Pacífico. O movimento, voltado ao fortalecimento das capacidades militares taiwanesas diante da pressão chinesa, sinaliza que Washington está disposto a elevar o nível de atrito direto com Pequim em teatros considerados vitais para seus interesses estratégicos.

O paralelo é claro. Assim como a Venezuela funciona como um laboratório de contenção no entorno imediato dos Estados Unidos, Taiwan cumpre papel semelhante na contenção da China em seu próprio espaço geopolítico sensível. Em ambos os casos, Washington utiliza instrumentos de poder econômico, militar e tecnológico para reafirmar linhas vermelhas e demonstrar disposição de escalar a competição estratégica, ainda que sem recorrer ao confronto direto.

A presença chinesa e russa na Venezuela, seja no setor energético, seja na cooperação militar, é vista por Washington como uma violação direta de sua área de influência tradicional. Nesse contexto, a Venezuela deixa de ser apenas uma crise política local e passa a representar um exemplo concreto do custo de desafiar a primazia norte-americana no hemisfério. A mensagem é amplificada quando combinada a ações simultâneas em outros teatros, como o reforço militar de Taiwan, deixando claro que a disputa com a China é global, interconectada e conduzida em múltiplos eixos.

Pequim, por sua vez, evita o confronto direto. Sua estratégia é silenciosa, técnica e estrutural. Quando a China oferece cooperação em Inteligência Artificial, semicondutores, satélites, infraestrutura digital ou o uso do sistema BeiDou de navegação, ela não está apenas vendendo tecnologia. Está propondo integração a um ecossistema próprio, no qual dados, padrões técnicos e dependências de longo prazo se tornam instrumentos de poder.

A resposta americana ao avanço chinês, seja na América Latina, seja no Indo-Pacífico, revela uma mesma lógica estratégica: impedir que Pequim consolide posições duradouras em áreas consideradas críticas, ainda que isso implique elevar o nível de atrito diplomático, econômico e militar. O investimento bilionário em Taiwan e a pressão sobre a Venezuela são expressões distintas de uma mesma estratégia de contenção global.

A presença chinesa e russa na Venezuela, seja no setor energético, seja na cooperação militar, é vista por Washington como uma violação direta de sua área de influência tradicional. Nesse contexto, a Venezuela deixa de ser apenas uma crise política local e passa a representar um laboratório de contenção estratégica. Um exemplo extremo do custo de desafiar a primazia norte americana no hemisfério.

Pequim, por sua vez, evita o confronto direto. Sua estratégia é silenciosa, técnica e estrutural. Quando a China oferece cooperação em Inteligência Artificial, semicondutores, satélites, infraestrutura digital ou o uso do sistema BeiDou de navegação, ela não está apenas vendendo tecnologia. Está propondo integração a um ecossistema próprio, no qual dados, padrões técnicos e dependências de longo prazo se tornam instrumentos de poder.

É justamente nesse ponto que a disputa se aprofunda. Quem controla redes, dados, sistemas espaciais e infraestrutura crítica controla capacidades futuras de decisão. Por isso, a reação americana tende a se intensificar por meio de pressões sobre contratos, exigências de segurança para telecomunicações, condicionantes tecnológicos e, cada vez mais, o uso de tarifas e sanções como instrumentos políticos.

A América Latina, que por décadas orbitou à margem da competição estratégica global, passa a ser disputada ativamente. E essa disputa cobra seu preço. Países que antes podiam se beneficiar da ambiguidade agora são forçados a fazer escolhas, explícitas ou implícitas.

Para o Brasil, o desafio é ainda mais sensível. O país faz fronteira com a Venezuela, sente os efeitos da instabilidade regional e, ao mesmo tempo, mantém relações econômicas profundas com a China e vínculos históricos, militares e tecnológicos com os Estados Unidos. Importar conflitos estratégicos de terceiros não é uma opção viável.

Preservar margem de manobra exige mais do que equilíbrio retórico. Exige estratégia nacional. Cooperação econômica precisa ser separada de dependência estratégica. Setores críticos como defesa, espaço, energia, comunicações e dados demandam regras claras, fortalecimento da Base Industrial de Defesa e visão de longo prazo.

A Venezuela ilustra o custo de perder essa autonomia. A disputa entre Estados Unidos e China não será resolvida fora da América Latina, tampouco sem impactos diretos sobre ela. A questão central para o Brasil não é escolher lados, mas decidir se terá uma estratégia própria ou se aceitará jogar um jogo cujas regras são definidas por outros.

Nesse contexto, o Brasil ocupa uma posição singular no Hemisfério Ocidental. Não é apenas a maior economia da América Latina, mas um país com dimensão continental, vastos recursos naturais estratégicos, capacidade industrial relevante e ambições históricas de autonomia estratégica. Energia, alimentos, minerais críticos, biodiversidade, espaço, defesa e tecnologia colocam o país no radar das grandes potências, não como coadjuvante, mas como ativo estratégico.

A relação com os Estados Unidos é marcada por vínculos históricos na área militar, de defesa e de interoperabilidade, além de cooperação em inteligência, exercícios conjuntos e acesso a determinados sistemas e tecnologias sensíveis. Ao mesmo tempo, trata se de uma relação assimétrica, na qual Washington tende a condicionar parcerias à sua própria agenda estratégica, especialmente quando se trata de tecnologia crítica, espaço, comunicações e defesa cibernética. O risco, nesse caso, não é a cooperação em si, mas a limitação da liberdade de decisão brasileira.

Já a parceria com a China apresenta outra natureza. Pequim tornou se o principal parceiro comercial do Brasil, absorvendo grande parte das exportações de commodities agrícolas e minerais e ampliando sua presença em setores como energia, infraestrutura, logística, telecomunicações e tecnologia. Essa relação gera oportunidades econômicas concretas, mas também cria dependências estruturais que, se não forem administradas com critério, podem afetar a soberania decisória no médio e longo prazo.

O ponto central não está em escolher entre Washington ou Pequim, mas em compreender que ambas as relações carregam custos e benefícios estratégicos. Parcerias podem fortalecer capacidades nacionais ou gerar vulnerabilidades, dependendo de como são estruturadas. Transferência de tecnologia real, fortalecimento da indústria nacional, domínio de sistemas críticos e controle sobre dados e infraestrutura devem ser critérios inegociáveis.

Nesse cenário, a soberania brasileira não será preservada por discursos, mas por decisões concretas. Isso inclui investir de forma consistente na Base Industrial de Defesa, ampliar capacidades nacionais em áreas como espaço, cibernética, semicondutores e energia, definir marcos regulatórios claros para setores estratégicos e diversificar parcerias para reduzir dependências excessivas.

O Brasil ainda possui algo que muitos países da região já perderam: margem de manobra estratégica. Mas essa margem não é permanente. Ela se reduz à medida que decisões estruturais são tomadas sem visão de longo prazo. A disputa entre Estados Unidos e China não oferece neutralidade confortável, oferece escolhas complexas, que exigem planejamento, coordenação e visão de Estado.

Alcançar relevância e preservar independência estratégica não são objetivos abstratos. Eles se materializam em políticas públicas, decisões industriais, escolhas tecnológicas e prioridades orçamentárias. Países que compreendem isso deixam de reagir à pressão externa e passam a moldar o ambiente ao seu redor.

No caso brasileiro, um primeiro eixo central é o domínio de capacidades críticas. Defesa, espaço, cibernética, energia e tecnologias de uso dual não podem ser tratadas apenas como áreas comerciais. O fortalecimento de programas como o Gripen, o KC 390, o submarino com propulsão nuclear, o setor espacial e os sistemas de comando, controle e vigilância representa mais do que capacidade militar: são instrumentos de inserção estratégica e autonomia tecnológica. Países que dominam essas áreas falam de igual para igual.

Outro vetor decisivo é a Base Industrial de Defesa. Sem uma indústria nacional capaz de projetar, produzir, manter e evoluir sistemas estratégicos, qualquer parceria externa se torna assimétrica. Transferência de tecnologia só é efetiva quando há capacidade interna de absorção, engenharia própria e continuidade de programas. Caso contrário, cria se dependência disfarçada de cooperação. Investir na indústria nacional não é protecionismo, é soberania.

A política espacial ilustra bem esse ponto. Satélites de comunicação, observação da Terra e navegação são hoje ativos estratégicos. Dependência de sistemas estrangeiros para dados, imagens ou posicionamento compromete autonomia decisória em crises. O Brasil precisa avançar de forma consistente no desenvolvimento de satélites próprios, lançadores e centros de controle, em parcerias que preservem domínio nacional sobre dados e infraestrutura crítica.

No campo econômico, diversificação é poder. Manter relações comerciais profundas com a China é racional, mas concentrar exportações em commodities e importações em bens de maior valor agregado reduz capacidade de barganha. Agregar valor, dominar cadeias produtivas estratégicas e investir em inovação industrial ampliam autonomia e relevância. Países respeitados no sistema internacional são aqueles que controlam partes chave das cadeias globais.

A diplomacia também precisa operar com lógica estratégica. O Brasil possui tradição de diálogo, multilateralismo e atuação equilibrada, mas isso precisa ser acompanhado de objetivos claros. Fóruns como BRICS, ONU, OMC e mecanismos regionais não devem ser apenas espaços de discurso, mas plataformas para defesa de interesses nacionais, acesso a tecnologia, financiamento e influência normativa.

Outro ponto crucial é a integração regional sob liderança brasileira. A América do Sul fragmentada é vulnerável à pressão externa. Uma região minimamente coordenada amplia poder de negociação coletivo e reduz interferências. O Brasil, pela sua escala, é o único país capaz de articular esse processo, seja em infraestrutura, energia, defesa ou resposta a crises. Liderar não é impor, é estruturar.

Por fim, relevância internacional exige previsibilidade interna. Estratégias nacionais não podem oscilar a cada ciclo político. Defesa, política externa, ciência e tecnologia precisam ser políticas de Estado, com continuidade, metas claras e financiamento estável. Potências respeitam países que sabem para onde vão.

A disputa entre Estados Unidos e China oferece riscos, mas também oportunidades. Países que possuem projeto nacional usam a competição entre grandes potências para extrair benefícios, ampliar capacidades e fortalecer soberania. Aqueles que não possuem acabam sendo arrastados por ela.

O Brasil ainda tem tempo, recursos e capital político para escolher o primeiro caminho. Mas o espaço de manobra se estreita. Em um sistema internacional cada vez mais duro, independência não é neutralidade passiva, é capacidade ativa de decidir.

Em um tabuleiro cada vez mais disputado, soberania não se declara. Constrói se com estratégia, capacidade e visão de longo prazo.



Por Angelo Nicolaci



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F-39E Gripen realiza primeiro tiro aéreo de canhão no Brasil

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O caça F-39E Gripen alcançou mais um marco decisivo em sua trajetória de consolidação operacional no Brasil. No dia 8 de dezembro, a Força Aérea Brasileira realizou, pela primeira vez em território nacional, um exercício de tiro aéreo com o canhão da aeronave, na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. A atividade representa um avanço concreto na preparação do Gripen para o emprego pleno em missões de defesa aérea.

O exercício ocorreu na sequência de etapas importantes do programa, como o disparo do míssil ar-ar além do alcance visual METEOR e a campanha de certificação de reabastecimento em voo com o KC-390 Millennium. Desta vez, o foco esteve no emprego do canhão Mauser BK-27, de calibre 27 mm, fabricado pela alemã Rheinmetall, testado em um ambiente operacional controlado, com alvos rebocados medindo 10 por 1,84 metros. Os resultados confirmaram a eficácia do sistema integrado à aeronave.

Além da execução do disparo, o treinamento permitiu simular todo o ciclo de prontidão do caça, incluindo o tempo de reposicionamento após a missão e os procedimentos de remuniciamento. Esses aspectos são fundamentais para avaliar a capacidade do Gripen no engajamento de alvos no contexto da Defesa Aérea, contribuindo para o desenvolvimento doutrinário e para a qualificação operacional dos pilotos do Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA).

O primeiro tiro aéreo de canhão foi realizado pelo comandante do 1º GDA, Tenente-Coronel Aviador Ramon Fórneas, que destacou o caráter histórico do momento. Segundo ele, o disparo simboliza não apenas um avanço tecnológico, mas o resultado do esforço conjunto de todos os profissionais envolvidos no programa Gripen no Brasil. Para o oficial, o marco reflete o trabalho integrado de pilotos, mantenedores, técnicos, equipes de armamento e de toda a cadeia responsável por tornar o sistema pronto para o combate.

Para a Saab, parceira estratégica da Força Aérea Brasileira no desenvolvimento do Gripen no país, o exercício bem-sucedido reforça a maturidade do programa. O diretor-geral da Saab Brasil, Peter Dölling, avaliou que o primeiro tiro aéreo de canhão realizado em território nacional evidencia a evolução consistente das capacidades operacionais da FAB, fruto de um trabalho técnico, integrado e altamente colaborativo entre a empresa e a Força Aérea.

A Saab mantém uma parceria de longo prazo com o Brasil e fornece soluções avançadas nas áreas civil e militar. Com o Programa Gripen Brasileiro, a empresa estabeleceu um amplo processo de transferência de tecnologia, contribuindo diretamente para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa e para a ampliação da autonomia estratégica do país no setor aeroespacial e de defesa.


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Brasil participa de debates na ONU sobre proibição de armas biológicas

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O Ministério da Defesa (MD) participou, até o dia 17 de dezembro, da 7ª Sessão do Grupo de Trabalho para o Fortalecimento da Convenção para a Proibição de Armas Biológicas (CPAB) e da Reunião dos Estados Partes, realizadas na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça. O encontro reuniu delegações de diversos países com o objetivo de aprimorar os mecanismos internacionais de prevenção, controle e resposta à proliferação de armas biológicas.

A pasta foi representada pela Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod), responsável pelo acompanhamento de acordos internacionais relacionados a bens sensíveis, desarmamento e à não proliferação de armas de destruição em massa. Como país signatário da CPAB, o Brasil integrou as reuniões técnicas e deliberativas da Convenção, contribuindo ativamente para os debates multilaterais.

De acordo com a Seprod, a presença brasileira no fórum internacional permite, por meio de assessoramento técnico especializado, que o país mantenha uma atuação construtiva junto à comunidade internacional, sendo reconhecido como um parceiro responsável e comprometido com as iniciativas globais contra a proliferação de armas de destruição em massa e o uso indevido de tecnologias sensíveis.

Ao longo da programação, os debates concentraram-se em temas estratégicos, como cooperação e assistência internacionais, avanços em ciência e tecnologia, transparência e construção de confiança, mecanismos de compliance e verificação, implementação nacional da CPAB e aspectos relacionados aos arranjos financeiros, institucionais e organizacionais da Convenção.

A Convenção para a Proibição de Armas Biológicas (CPAB) é o primeiro acordo multilateral de desarmamento a vedar o desenvolvimento, a produção, o armazenamento, a transferência e a aquisição de armas biológicas e toxínicas, além de estabelecer a destruição dos estoques existentes. Nesse contexto, o Grupo de Trabalho para o Fortalecimento da CPAB tem papel central ao discutir o controle da exportação de bens sensíveis com aplicação biológica, o impacto de novas tecnologias e a cooperação internacional em assistência, preparo e capacitação frente a ameaças representadas por patógenos que podem afetar a saúde humana, animal e o meio ambiente.

A participação do Ministério da Defesa reforça o compromisso do Brasil com o desarmamento, a segurança internacional e o fortalecimento dos regimes multilaterais, em um cenário global marcado pelo avanço tecnológico e por desafios crescentes à segurança sanitária e ambiental.


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sábado, 20 de dezembro de 2025

Corpo de Fuzileiros Navais consolida pioneirismo com a ativação do Esquadrão de Drones Táticos de Esclarecimento e Ataque

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A Marinha do Brasil deu um passo decisivo rumo à modernização do seu poder de combate ao ativar, no dia 12 de dezembro, o Esquadrão de Drones Táticos de Esclarecimento e Ataque no âmbito do Batalhão de Combate Aéreo, localizado no Complexo Naval da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. A nova unidade reforça o protagonismo histórico do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) como força pioneira na incorporação de conceitos, doutrinas e tecnologias inovadoras no cenário militar brasileiro.

A ativação do Esquadrão representa não apenas a criação de uma nova estrutura organizacional, mas a consolidação de um salto conceitual e tecnológico que posiciona os Fuzileiros Navais na vanguarda do emprego de sistemas aéreos remotamente pilotados com capacidades de esclarecimento e ataque. Trata-se de um movimento alinhado às práticas adotadas pelas Forças Armadas mais modernas do mundo e orientado para o enfrentamento de ameaças contemporâneas cada vez mais assimétricas, difusas e tecnologicamente sofisticadas.

Para o Comandante de Operações Navais, Almirante de Esquadra Claudio Henrique Mello de Almeida, a iniciativa reafirma a necessidade permanente de evolução da Força. Segundo ele, não se trata de um simples ajuste estrutural, mas da busca por uma vanguarda tecnológica e doutrinária capaz de atender às exigências do combate moderno. O domínio de técnicas, procedimentos e conceitos inovadores é, segundo o Almirante, condição essencial para combater e vencer em ambientes operacionais cada vez mais complexos.

O pioneirismo do CFN também foi destacado pelo Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante de Esquadra (FN) Carlos Chagas Vianna Braga. Para ele, o novo Esquadrão nasce com uma filosofia alinhada a um novo paradigma operacional, no qual o militar atua de forma integrada com máquinas, muitas vezes autônomas. Esse modelo, já amplamente observado em conflitos recentes, rompe com a lógica tradicional de simples operação de equipamentos e inaugura uma relação simbiótica entre combatente e tecnologia. De acordo com o Comandante-Geral, são soluções inovadoras, de implementação relativamente simples e baixo custo inicial, mas com enorme potencial de impacto futuro.

No mesmo sentido, o Comandante do Batalhão de Combate Aéreo, Capitão de Mar e Guerra (FN) Rodrigo Rodrigues Fonseca, ressaltou que a ativação do Esquadrão simboliza a consolidação de um conceito operacional avançado. Mais do que sensores ou plataformas, o novo componente integra tecnologia, informação e precisão, ampliando de forma significativa a capacidade de antecipar ameaças, proteger forças amigas e defender o território nacional.

O Esquadrão de Drones Táticos de Esclarecimento e Ataque se distingue pela filosofia que incorpora. O primeiro aspecto é a transição para uma força orientada por dados, capaz de coletar, processar e empregar informações em tempo real. Os drones de esclarecimento, equipados com sensores eletro-ópticos, infravermelhos e termais, ampliam a consciência situacional e permitem decisões mais rápidas, seguras e tecnicamente embasadas.

Outro ponto central é a ampliação da capacidade de produzir efeitos táticos de forma proporcional e precisa. A possibilidade de empregar plataformas de ataque controlado fortalece a postura dissuasória da Força, amplia o leque de opções operacionais e reduz a exposição de tropas em solo, tanto em cenários de conflito armado quanto em operações de apoio ao Estado.

O emprego dual dessas tecnologias também merece destaque. Além do uso militar, os drones podem ser empregados em missões humanitárias, como busca e salvamento, localização de pessoas desaparecidas, avaliação de danos e apoio à gestão de crises. Dessa forma, o Esquadrão contribui não apenas para a capacidade de combate, mas também para a proteção de vidas e a mitigação de riscos à população.

A ativação da nova unidade impacta diretamente a doutrina e o treinamento das tropas. O domínio dessas capacidades exige profissionais altamente especializados, incluindo operadores de sistemas remotos, analistas de dados, especialistas em integração de sensores e equipes de manutenção com elevado nível técnico. Nesse contexto, destacam-se iniciativas estruturantes como a Escola de Drones, que iniciará suas atividades no próximo ano no Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), e a Unidade Fabril Expedicionária (UFEx), do Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTecCFN), capaz de fabricar componentes em campanha e prestar apoio industrial diretamente no terreno.

O impacto estratégico da iniciativa também se projeta no plano internacional. Ao operar sistemas de ponta, o Brasil amplia sua relevância em fóruns multilaterais de defesa e inovação, facilita a interoperabilidade com forças aliadas e cria oportunidades para cooperação técnica e industrial. Esse movimento fortalece a Base Industrial de Defesa e contribui para a autonomia tecnológica nacional.

Com a ativação do Esquadrão de Drones Táticos de Esclarecimento e Ataque, o Corpo de Fuzileiros Navais reafirma seu papel histórico como força pioneira, inovadora e adaptável. Abre-se, assim, um novo capítulo para os Fuzileiros Navais e para a Marinha do Brasil, guiado pela tecnologia, pela inovação e pelo compromisso permanente com a defesa da Nação.


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com Marinha do Brasil

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IEAv e Mac Jee firmam parceria estratégica para impulsionar o Projeto Hipersônico 14-X

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O Instituto de Estudos Avançados (IEAv), organização militar vinculada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), sediado em São José dos Campos (SP), celebrou a assinatura de um Acordo de Parceria com a empresa Mac Jee para a execução conjunta de atividades de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) no âmbito do Projeto Estratégico de Propulsão Hipersônica 14-X (PROPHIPER 14-X).

Publicado no Diário Oficial da União em 16 de dezembro, o acordo terá vigência de 36 meses e contará com a participação direta de cerca de 40 engenheiros e cientistas, reforçando o esforço nacional para o desenvolvimento de tecnologias críticas no campo da hipersônica, uma das áreas mais sensíveis e estratégicas do setor aeroespacial contemporâneo.

A cooperação prevê atividades técnicas integradas voltadas ao desenvolvimento do sistema R.A.T.O.-14X (Rocket Assisted Take-Off), garantindo sua plena compatibilidade com o veículo hipersônico 14-X, que será impulsionado e colocado em condição de ensaio em voo por meio de foguete. O objetivo é assegurar a maturidade tecnológica necessária para a realização dos testes previstos no âmbito do PROPHIPER 14-X.

A iniciativa evidencia a relevância da cooperação público-privada para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa e do setor aeroespacial brasileiro. Além disso, está alinhada à Política de Inovação do IEAv, ao contribuir para a manutenção da capacidade operacional do Instituto, a qualificação contínua de suas equipes técnicas e a incorporação de novas técnicas e tecnologias que ampliem a eficiência das operações e sustentem o desenvolvimento de modelos de engenharia aplicáveis a veículos aeroespaciais avançados.

Segundo o Diretor do IEAv, Coronel Aviador Charlon Goes Cunha, o acordo representa um passo decisivo para a consolidação das capacidades nacionais na área. “O acordo fortalece a pesquisa aplicada e a integração tecnológica necessárias aos ensaios em voo do 14-X, somando competências do IEAv e da indústria com foco em resultados diretamente ligados ao aumento da capacidade aeroespacial brasileira”, destacou.

No âmbito da parceria, o IEAv prestará apoio técnico à Mac Jee na realização de simulações e análises aerotermodinâmicas de alta complexidade, empregando suas reconhecidas competências científicas na área de hipersônica. Em contrapartida, a empresa disponibilizará equipamentos, serviços e insumos que ampliarão a infraestrutura laboratorial e a capacidade do Instituto para o desenvolvimento de novas tecnologias e conhecimentos.

Para o Presidente do Grupo Mac Jee, Simon Jeannot, a parceria acelera a consolidação de competências estratégicas no País. “A parceria com o IEAv acelera a maturação de capacidades nacionais em propulsão hipersônica e contribui para a preparação do sistema integrado e da campanha de testes do PROPHIPER 14-X”, afirmou.

O acordo reforça o protagonismo do Brasil no desenvolvimento de tecnologias de alta complexidade e sensíveis à soberania nacional, ao mesmo tempo em que consolida o papel do IEAv como polo de excelência científica e tecnológica e da indústria nacional como parceira fundamental na construção de capacidades aeroespaciais avançadas.


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quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Leonardo fecha contrato para fornecer 12 aeronaves M-346F à Força Aérea da Áustria

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A Leonardo deu mais um passo relevante na consolidação de sua presença no mercado europeu de defesa ao assinar um contrato para o fornecimento de 12 aeronaves multimissão M-346F Block 20 à Força Aérea da Áustria (Luftstreitkräfte). O acordo foi formalizado em 17 de dezembro e atende tanto às necessidades de defesa do espaço aéreo austríaco quanto à formação avançada de pilotos militares, marcando uma nova fase de modernização das capacidades aéreas do país.

O contrato prevê não apenas a entrega das aeronaves, com início programado para 2028, mas também um pacote abrangente que inclui sistemas de simulação para o treinamento de pilotos e técnicos de manutenção, estoque inicial de peças de reposição, equipamentos de solo e suporte logístico e de manutenção por um período de seis anos a partir da entrega da primeira aeronave.

As aeronaves serão fornecidas na configuração de caça leve, sob o novo padrão M-346 F Block 20, incorporando avanços significativos em relação às versões anteriores. Entre os principais destaques estão as cabines equipadas com Large Area Display (LAD), radar de varredura eletrônica ativa (AESA), enlace de dados tático Link 16, sistemas de contramedidas eletrônicas e a integração de novos sistemas de armamento, ampliando de forma considerável o espectro de missões possíveis.

A assinatura do contrato se soma a outros programas já estabelecidos entre a Áustria e a indústria italiana de defesa. Em 2022 e 2023, o Ministério da Defesa austríaco contratou 36 helicópteros AW169M LUH junto à Leonardo, reforçando uma relação de longo prazo. O novo acordo também está alinhado à decisão austríaca de confiar à International Flight Training School (IFTS), sediada em Decimomannu, na Itália, a formação de seus pilotos de caça, experiência que permitiu uma avaliação aprofundada das capacidades operacionais do M-346, aeronave central da escola.

Para Stefano Bortoli, diretor-geral da Divisão de Aeronáutica da Leonardo, o programa austríaco do M-346 reforça a competitividade internacional da plataforma. Segundo ele, a aeronave responde às exigências dos cenários operacionais atuais, que demandam elevada versatilidade, capacidade de resposta rápida, crescente digitalização, interoperabilidade e um sistema de treinamento plenamente integrado.

Na Força Aérea da Áustria, o M-346 F Block 20 substituirá o Saab 105, retirado de serviço em 2020, assumindo uma dupla função: aeronave de treinamento avançado e caça leve para operações de baixa intensidade. A plataforma da Leonardo oferece um sistema completo e integrado de treinamento avançado de voo, que combina sistemas de treinamento em solo (GBTS) com operações reais, seguindo o conceito Live, Virtual and Constructive (LVC). Além disso, a aeronave dispõe de capacidades adicionais de combate ar-ar e ar-superfície, apoiadas por sensores avançados, sistemas de missão modernos e capacidade de reabastecimento em voo.

O M-346 se consolidou como um dos pilares do treinamento avançado de pilotos em nível global. Com mais de 150 mil horas de voo acumuladas e quase 160 aeronaves encomendadas, o sistema é utilizado por forças aéreas de diversos países para preparar pilotos destinados a operar caças de alto desempenho, como o Eurofighter, o F-35 e sistemas de combate aéreo de próxima geração.

Atualmente, 20 países já utilizam o M-346 para treinamento avançado ou optaram por sua versão de caça leve multimissão. O alto desempenho e a manobrabilidade da aeronave também levaram à sua seleção pela Força Aérea Italiana como futura aeronave das Frecce Tricolori, a equipe nacional de acrobacia aérea da Itália, reforçando o prestígio e a maturidade operacional da plataforma.


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Embraer entrega primeiros A-29N Super Tucano à Força Aérea Portuguesa e avalia linha de montagem em Portugal

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A Embraer deu um passo relevante no fortalecimento da cooperação industrial e militar entre Brasil e Portugal ao entregar, em 17 de dezembro, os cinco primeiros A-29N Super Tucano à Força Aérea Portuguesa (FAP). A cerimônia ocorreu nas instalações da OGMA, em Alverca, e marcou a entrada em serviço da nova variante da aeronave, configurada para atender plenamente aos requisitos operacionais da OTAN.

Portugal torna-se, assim, o primeiro país a operar o A-29N Super Tucano em configuração compatível com os padrões da Aliança Atlântica. A entrega acontece pouco mais de um ano após a assinatura do contrato de aquisição, que prevê um total de 12 aeronaves, evidenciando a capacidade da Embraer em responder de forma rápida às demandas operacionais de seus clientes.

Além da entrega das aeronaves, a Embraer e o Estado Português assinaram uma Carta de Interesse com vistas ao potencial estabelecimento de uma linha de montagem final do A-29N em Portugal. A iniciativa tem como objetivo atender à crescente demanda europeia por uma plataforma versátil, eficiente e capaz de desempenhar missões de counter-UAS, ao mesmo tempo em que fortalece a base industrial de defesa portuguesa e europeia por meio de negociações no formato governo a governo.

Durante a cerimônia, o ministro da Defesa de Portugal, Nuno Melo, destacou a relevância da nova capacidade incorporada pela Força Aérea. Segundo ele, o Super Tucano representa não apenas uma comprovada capacidade de ataque ao solo em apoio às forças nacionais destacadas, mas também uma resposta a novos cenários operacionais, como o combate a aeronaves não tripuladas. O ministro ressaltou ainda que a escolha da aeronave foi baseada em critérios técnicos, respaldados por decisões políticas.

O chefe do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa, general João Cartaxo Alves, enfatizou que a incorporação do A-29N representa um marco no processo de modernização da FAP. De acordo com ele, além de substituir aeronaves de instrução em operação há quase quatro décadas, o Super Tucano amplia capacidades como o apoio aéreo aproximado em operações conjuntas e combinadas, garantindo proteção armada às forças no terreno. O general também ressaltou que Portugal passa a ocupar uma posição de vantagem estratégica ao se tornar o primeiro operador do A-29N em configuração OTAN, com impactos positivos para a economia nacional.

Para a Embraer Defesa & Segurança, a entrega reforça uma parceria estratégica já consolidada com Portugal. O presidente e CEO da divisão, Bosco da Costa Junior, destacou que o programa do A-29N expande a cooperação estabelecida anteriormente no projeto do KC-390 Millennium e abre caminho para novas oportunidades industriais. Segundo ele, há um interesse crescente na Europa pelo emprego do A-29 em missões de counter-UAS, e uma eventual linha de montagem em Portugal pode impulsionar novos negócios e ampliar a cooperação com a indústria de defesa portuguesa.

Com a entrada em serviço do A-29N, Portugal se junta a um grupo crescente de países que exploram as capacidades comprovadas do Super Tucano em um amplo espectro de missões. Líder global em sua categoria, a aeronave já foi selecionada por 22 forças aéreas e acumula mais de 600 mil horas de voo, consolidando-se como uma solução madura, eficiente e confiável.

O A-29 Super Tucano é uma plataforma multimissão capaz de desempenhar tarefas como treinamento avançado de pilotos, apoio aéreo aproximado, patrulha aérea, interdição, vigilância de fronteiras, reconhecimento e escolta. Equipada com aviônicos avançados, sistemas modernos de armas e uma interface homem-máquina de última geração, a aeronave pode operar a partir de pistas não pavimentadas e em ambientes austros, com baixos custos operacionais e elevada disponibilidade.

A possível instalação de uma linha de montagem final em Portugal reforça uma tendência estratégica no cenário europeu: a busca por soluções interoperáveis, de rápida disponibilidade e com forte componente industrial local. Nesse contexto, o A-29N Super Tucano surge não apenas como uma aeronave de combate leve, mas como um vetor de integração industrial, tecnológica e operacional entre aliados da OTAN.


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KNDS Deutschland e Leonardo firmam parceria para desenvolver novo sistema de artilharia móvel

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A KNDS Deutschland (KNDS) e a italiana Leonardo deram mais um passo relevante no fortalecimento da indústria europeia de defesa ao assinarem uma Carta de Intenções para o desenvolvimento conjunto de um novo sistema de artilharia móvel. O acordo foi formalizado em Amsterdã, sede da KNDS, e marca o início de uma cooperação industrial voltada ao aumento da interoperabilidade, da eficiência operacional e da resiliência da cadeia de suprimentos no continente europeu.

O novo sistema será baseado no módulo KNDS Artillery Gun, integrado a uma versão aprimorada da plataforma de veículo blindado sobre rodas desenvolvida pela Leonardo. A proposta combina mobilidade elevada, poder de fogo e integração digital, atendendo às exigências dos cenários operacionais contemporâneos.

Segundo as empresas, a iniciativa tem como objetivo reduzir prazos de desenvolvimento e acelerar a entrada da solução no mercado, ao mesmo tempo em que fortalece a cooperação industrial entre dois dos principais grupos de defesa da Europa. A solução conjunta deverá ser oferecida ao Exército Italiano no âmbito de seu próximo programa de aquisição de sistemas de artilharia.

Do ponto de vista tecnológico, o projeto prevê a integração da eletrônica de última geração da Leonardo — incluindo sistemas C5I, tecnologias de defesa contra aeronaves remotamente pilotadas (UAVs) e uma nova geração de plataformas blindadas sobre rodas — com o módulo KNDS Artillery Gun. A combinação dessas capacidades deve resultar em um aumento significativo do poder de combate, da consciência situacional e da eficácia operacional do sistema.

Para Florian Hohenwarter, novo CEO da KNDS Deutschland, o acordo representa mais do que um projeto industrial. “Esta Carta de Intenções é um passo importante para o aprimoramento da interoperabilidade das forças terrestres europeias e da cooperação da indústria europeia”, afirmou.

Na mesma linha, o CEO e diretor-geral da Leonardo, Roberto Cingolani, destacou o caráter estratégico da iniciativa. Segundo ele, “este esforço colaborativo confirma, mais uma vez, nosso compromisso com o desenvolvimento de capacidades integradas capazes de atender às necessidades em constante evolução do mercado nos novos cenários operacionais”.

A parceria entre KNDS e Leonardo se insere em um contexto mais amplo de consolidação da base industrial de defesa europeia, impulsionado pela necessidade de maior autonomia estratégica, padronização de sistemas e fortalecimento das cadeias produtivas diante de um ambiente de segurança cada vez mais complexo. Ao unir o módulo KNDS Artillery Gun a plataformas blindadas e sistemas digitais avançados, o projeto reforça a tendência de soluções integradas, interoperáveis e orientadas aos desafios do campo de batalha moderno.


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Defesa e Senasp firmam parceria estratégica para fortalecer a Base Industrial de Defesa

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O Ministério da Defesa, por meio da Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod), avançou em mais uma iniciativa voltada ao fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID) ao se reunir com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). O encontro, realizado em 11 de dezembro, na sede da Senasp, em Brasília, teve como objetivo estabelecer uma parceria estratégica capaz de alinhar as demandas das forças de segurança pública com a capacidade produtiva e tecnológica da indústria nacional de defesa.

Durante a reunião, representantes das duas secretarias discutiram os atuais processos de compras públicas envolvendo empresas integrantes da BID, com especial atenção às políticas e mecanismos que asseguram a aquisição de produtos de defesa e segurança desenvolvidos no país. A proposta central é criar um ambiente mais favorável para que a indústria nacional atenda, de forma eficiente e soberana, às necessidades do setor de segurança pública.

Segundo a Seprod, a aproximação entre Defesa e Senasp traz benefícios diretos e indiretos para o país, como o estímulo à economia, a geração de emprego e renda, o desenvolvimento de tecnologias de uso dual, aplicáveis tanto no âmbito civil quanto militar, além da atração de investimentos externos e do fortalecimento da autonomia tecnológica nacional.

O secretário de Produtos de Defesa, Heraldo Luiz Rodrigues, destacou durante o encontro a importância do uso mais amplo do Termo de Licitação Especial (TLE) como instrumento estratégico. De acordo com ele, o mecanismo pode conferir tratamento diferenciado às indústrias de defesa nacionais nas aquisições públicas, contribuindo diretamente para a consolidação da BID.

“Sugerimos que a Secretaria utilize de forma mais ampla o Termo de Licitação Especial para dar um privilégio estratégico às indústrias de defesa do país. Essa medida fortalece nossa base industrial e garante soberania tecnológica”, afirmou Rodrigues. Segundo o secretário, a proposta foi bem recebida pela Senasp, que se comprometeu a estudar o tema e avaliar, sempre que possível, a adoção do TLE nas aquisições de produtos.

Nossa Análise

A iniciativa evidencia uma mudança relevante na forma como o Estado brasileiro passa a enxergar a Base Industrial de Defesa: não apenas como fornecedora das Forças Armadas, mas como um vetor estratégico também para a segurança pública. A aproximação entre Defesa e Senasp indica o reconhecimento de que a previsibilidade de compras e o uso de instrumentos como o TLE são fundamentais para garantir escala produtiva, sustentabilidade econômica e avanço tecnológico da BID.

Ao integrar as demandas de segurança pública ao planejamento industrial de defesa, o país amplia o uso de tecnologias de caráter dual, reduz dependências externas e fortalece sua soberania. Trata-se de um passo importante para transformar políticas de aquisição em ferramentas efetivas de desenvolvimento industrial, tecnológico e estratégico, um desafio histórico do Brasil que começa, ainda que de forma gradual, a ser enfrentado de maneira mais estruturada.


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domingo, 14 de dezembro de 2025

Dia do Marinheiro - Homenagem a Tamandaré, o Velho Marinheiro, grande herói e Patrono da Marinha do Brasil

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No dia 13 de dezembro, a Marinha do Brasil celebra o Dia do Marinheiro, data que vai muito além da tradição naval e que reverencia o Patrono da Força, Almirante Joaquim Marques de Lisboa, o Marquês de Tamandaré, conhecido como o Velho Marinheiro. Em 2025, a homenagem ganha um significado especial ao destacar o legado histórico e heroico desse grande exemplo de coragem, disciplina e amor à Pátria.

Tamandaré nasceu em 13 de dezembro de 1807 e dedicou 66 anos de sua vida à Marinha do Brasil, tornando-se referência de liderança, integridade e devoção. Sua trajetória inclui a participação em conflitos decisivos, como a Guerra da Cisplatina e a Guerra da Tríplice Aliança, sempre conduzindo suas ações com dignidade e respeito, mesmo diante do inimigo. Sua postura e valores transformaram-no em herói nacional e inspiraram gerações de marinheiros, que seguem seus princípios até hoje.

Neste ano, a Marinha do Brasil celebra também a continuidade de sua missão estratégica e a importância de manter uma força moderna e preparada. Programas como o Desenvolvimento de Submarinos e as Fragatas Classe Tamandaré reforçam a prontidão operacional da Força, além da aquisição por oportunidade do NDM Oiapoque.

A cerimônia principal foi realizada na Escola Naval, no Rio de Janeiro, e presidida pelo Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Durante o evento, 140 aspirantes a oficial foram declarados Guardas-Marinha, recebendo suas espadas e iniciando suas carreiras oficiais na Marinha do Brasil. A Medalha Mérito Tamandaré também foi entregue a autoridades, militares e civis que se destacaram pelo serviço à Força, perpetuando os valores e o legado do Patrono. Nosso editor, Angelo Nicolaci, foi agraciado com a Medalha Mérito Tamandaré no ano de 2023, em reconhecimento ao seu trabalho e ao apoio à Marinha do Brasil, fazendo jus ao legado de coragem, dedicação e serviço à Pátria deixado pelo Velho Marinheiro.

Além das cerimônias oficiais, navios da Esquadra foram abertos à visitação em portos pelo país, permitindo à população conhecer a vida a bordo e reforçando a presença da Marinha na sociedade. A Semana do Marinheiro incluiu apresentações culturais e musicais, exposições e atividades educativas, consolidando o vínculo da Força com a população e celebrando os valores que Tamandaré encarnou em vida.

O Velho Marinheiro permanece como símbolo máximo de heroísmo, dedicação e amor à Pátria. Sua história não é apenas lembrada, mas serve de inspiração para os Marinheiros, Fuzileiros Navais e Servidores Civis que mantêm viva a tradição e a excelência da Marinha do Brasil. Que a chama do Fogo Sagrado continue a guiar estas verdadeiras sentinelas dos mares, mantendo acesa a memória de Tamandaré e seu exemplo de liderança, coragem e serviço à nação.

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Marinha Real Britânica declara T-150 pronto para operações de linha de frente

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O sistema aéreo não tripulado Malloy T-150 foi oficialmente declarado pronto para operações de linha de frente pela Marinha Real Britânica, ampliando significativamente as capacidades da Força e dos Fuzileiros Navais Reais. A aeronave chega como um recurso estratégico para transporte rápido de suprimentos essenciais em ambientes desafiadores e de difícil acesso.

Após dois anos de testes e desenvolvimento realizados em estreita colaboração com a Marinha Real, o T-150 será empregado para transportar munição, armamentos, alimentos, suprimentos pessoais e médicos aos Comandos dos Fuzileiros Navais Reais em operações nos mais diversos ambientes extremos.

Os Fuzileiros Navais Reais e os operadores de drones da Marinha Real do Esquadrão Aéreo Naval 700X e do Regimento Logístico de Comandos submeteram o T-150 a testes rigorosos, incluindo operações no Ártico e no Oceano Índico. O resultado desse trabalho culminou na autorização de Release to Service, indicando que a aeronave está apta para uso em missões reais.

O T-150 demonstrou grande eficiência no transporte de suprimentos por terrenos complexos, alcançando locais onde as linhas de suprimento tradicionais seriam inviáveis. Com oito pás de rotor de aproximadamente 60 centímetros cada, autonomia de até 40 minutos, velocidade máxima de 96 km/h e capacidade de carga de até 68 kg, a aeronave combina versatilidade e confiabilidade. O sistema requer uma equipe de duas pessoas, um piloto remoto e um operador para monitorar a unidade de comando, e pode operar manualmente ou de forma autônoma, seguindo pontos de navegação predefinidos com a carga externa.

Neil Appleton, CEO da Malloy Aeronautics, afirmou que a autorização de Release to Service representa um marco importante: “Como um SARP multimissão, o T-150 pode realizar reabastecimento no mar em um dia e apoiar os Comandos da Marinha Real Britânica no seguinte. É um divisor de águas no campo de batalha moderno. Trabalhamos lado a lado com as Forças Armadas do Reino Unido durante todo o programa para garantir agilidade, treinamento e suporte em serviço.”

O Malloy T-150 também está sendo avaliado operacionalmente pelo Grupo de Ataque de Porta-Aviões do Reino Unido na região Indo-Pacífico, tendo realizado entregas de suprimentos do porta-aviões HMS Prince of Wales ao destróier HMS Dauntless, em um feito inédito para a frota britânica.

A introdução do T-150 representa uma expansão significativa no uso de sistemas aéreos não tripulados pela Força de Comandos dos Fuzileiros Navais Reais, que já utiliza drones para vigilância e reconhecimento. Além de reduzir riscos ao pessoal em operações de reabastecimento tático, o equipamento e seus operadores alcançaram avanços importantes no treinamento e em condições representativas de combate. O T-150 demonstra ainda potencial para aplicações mais amplas em teatros operacionais e no desdobramento de grupos de ataque de porta-aviões.

A Marinha Real Britânica segue na vanguarda da incorporação de tecnologia digital e autônoma em suas operações, reforçando a importância de soluções inovadoras como o T-150 para manter eficácia, segurança e agilidade no campo de batalha moderno.

A BAE Systems fornece soluções avançadas e tecnológicas em defesa, aeroespacial e segurança, empregando cerca de 100.000 profissionais em mais de 40 países. A empresa desenvolve tecnologias que ajudam a salvar vidas, proteger fronteiras, fortalecer nações e manter seguras informações e infraestruturas críticas.


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GAerNavMan celebra seis anos com reconhecimento institucional e avanços na manutenção aeronáutica

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O Grupo Aeronaval de Manutenção (GAerNavMan), realizou na manhã do último dia 10 de novembro, uma cerimônia alusiva aos seis anos de sua criação, consolidando-se como uma das Organizações Militares mais estratégicas da Aviação Naval no que se refere à manutenção, engenharia e prontificação dos meios aeronavais da Marinha do Brasil. A cerimônia de aniversário reuniu autoridades, convidados especiais e todo o efetivo da unidade no Complexo Aeronaval, reforçando o papel central do grupo para a operacionalidade da frota.


O editor do GBN Defense, Angelo Nicolaci, esteve presente a convite do Comandante do GAerNavMan. Nicolaci acompanhou a ativação da organização militar em 2019 e destacou a importância de retornar ao grupo neste momento. Para ele, o evento marca a consolidação de um projeto que cresceu de forma consistente e apresenta resultados sólidos reconhecidos em toda a Força.

O cerimonial foi presidido pelo Comandante do GAerNavMan, Capitão de Mar e Guerra Marcelo Maffei Martins Ramos, que leu a Ordem do Dia alusiva à data. Entre os trechos, destacou que cada aeronave que retorna ao ar carrega o trabalho técnico e especializado do efetivo, fruto de uma cultura de prontidão, disciplina e profissionalismo. Ressaltou que cada ação do grupo, por menor que pareça, contribui diretamente para a defesa do País e para a capacidade operacional do Poder Naval.

O evento contou ainda com a presença do Comandante da Força Aeronaval, Contra-Almirante Alexandre Veras Vasconcelos, que enfatizou sua experiência pessoal e a importância estratégica conquistada pelo GAerNavMan ao longo desses seis anos. Ele destacou que a história escrita neste seis anos pela organização foi de aperfeiçoamento e aprendizado, e que o grupo se tornou uma das Organizações Militares mais elogiadas, tanto internamente quanto por outras OM's e Comandos, pelo progresso em processos e qualidade de serviços. Segundo o Alte Veras, a decisão de criar o GAerNavMan representou um avanço significativo em relação ao modelo anterior, reforçando a responsabilidade de todos em manter o nome da unidade em alto nível.

Desde sua criação em 2019, o GAerNavMan promoveu a modernização e padronização de processos de manutenção, aumento da disponibilidade das aeronaves, aprimoramento da engenharia de manutenção e da rastreabilidade técnica, capacitação contínua do efetivo e integração eficiente entre oficinas, navios e unidades operacionais. O suporte fornecido pelo grupo tem sido decisivo para operações embarcadas, missões de patrulha, transporte, busca e salvamento, além de operações conjuntas.

O sexto aniversário do GAerNavMan celebrou não apenas a passagem do tempo, mas a consolidação de uma cultura de excelência, disciplina e profissionalismo. A unidade demonstra que é possível, em poucos anos, transformar a manutenção aeronáutica em um modelo de eficiência e confiabilidade, garantindo que a Aviação Naval permaneça pronta para os desafios futuros.

O evento reforçou o compromisso da Marinha do Brasil com a formação de organizações técnicas sólidas, capazes de integrar conhecimento, experiência e inovação em prol da defesa e da operacionalidade das forças, e reafirmou que o GAerNavMan seguirá sendo referência estratégica no cenário da Aviação Naval nos próximos anos.


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