quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Análise - "Al-Shabab e a guerra invisível: adaptação insurgente, dilema dos drones e o xadrez geopolítico no Chifre da África"

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As estradas do sul da Somália contam hoje uma história diferente da que marcava o auge da presença do al-Shabab. O que antes era anunciado pelo estrondo de comboios armados e colunas de caminhonetes técnicas, agora se dissolve no barulho discreto de motocicletas e no ranger de carroças de madeira. Para o jornalista e analista Abdi Guled, especialista em riscos políticos e segurança no Chifre da África, essa transformação não é apenas um ajuste tático, mas sim mais uma etapa no ciclo de adaptação que garante a sobrevivência de insurgências em ambientes frágeis.

“Eles agora se movem como mercadores”, confidenciou um morador de Jilib, voz baixa pelo medo de represálias. Essa frase resume o dilema atual: a insurgência que antes se exibia como força bélica hoje prefere a invisibilidade, misturando-se à população e tornando a distinção entre combatente e civil quase impossível.


A cartilha da insurgência global

O que ocorre na Somália não é caso isolado, mas parte de um manual já visto em outros conflitos:

* Talibã no Afeganistão: abandonaram comboios ostensivos e passaram a se deslocar em motocicletas e veículos civis, frustrando drones e sensores da OTAN até sua vitória política em 2021.

* Boko Haram na Nigéria: misturam combatentes em caravanas de pastores e comerciantes, explorando o fluxo humano para evitar ataques aéreos.

* Hamas em Gaza: inserem infraestrutura militar em meio à malha urbana, aumentando os custos políticos e humanitários de cada operação israelense.

* Houthis no Iêmen: adaptaram-se à superioridade aérea da coalizão árabe com dispersão e drones baratos, invertendo a lógica da guerra assimétrica.

O padrão é claro: mobilidade, camuflagem social e resiliência estrutural. Essas insurgências sobrevivem não por enfrentarem diretamente forças convencionais, mas por dissolverem-se e corroerem lentamente o Estado e sua legitimidade.

O dilema dos drones

A estratégia norte-americana de combater o Al-Shabab por meio de drones encontra limites evidentes. Um comboio armado é um alvo claro; já uma carroça com sacos de grãos pode carregar combatentes, ou apenas alimentos para uma família.

Essa ambiguidade reduz a efetividade militar e amplia os riscos políticos. Cada erro que resulta em civis mortos gera indignação local, fortalece a narrativa insurgente e enfraquece a legitimidade do governo somali e dos aliados estrangeiros.

Como apontou Guled, drones são eficazes contra alvos identificados, mas tornam-se problemáticos quando insurgentes se confundem com a população. A margem de erro encolhe, enquanto as consequências políticas e diplomáticas se ampliam.


Somália: entre o Estado frágil e a insurgência resiliente

Apesar das ofensivas recentes apoiadas por clãs aliados, o governo da Somália ainda não conseguiu consolidar presença efetiva no interior. O Al-Shabab continua arrecadando impostos, aplicando sua versão radical da lei islâmica e controlando vilas inteiras, ainda que agora de forma menos visível.

Para os civis, isso significa viver sob constante ambiguidade: uma carroça que parece carregar alimentos pode ser um alvo; um comerciante pode ser, na verdade, um combatente disfarçado. A incerteza alimenta o medo e a desconfiança.

A guerra invisível e o fator humano

O desaparecimento de comboios armados não significa a vitória do Estado, mas a adaptação do inimigo. O ciclo é conhecido: sob pressão, o grupo se retrai e se camufla; quando a vigilância diminui, ele reaparece, reorganizado. Essa elasticidade é a essência da guerra insurgente.

E para a população, isso significa estar presa entre dois fogos: de um lado, drones e operações governamentais; de outro, a persistente presença de um grupo que se disfarça, mas nunca desaparece.

O tabuleiro geopolítico do Chifre da África

O caso somali, no entanto, não pode ser visto isoladamente. Ele faz parte de um xadrez estratégico maior no Chifre da África, uma das regiões mais instáveis e disputadas do mundo.

Etiópia: após a guerra em Tigray, o país vive uma recomposição interna delicada. A instabilidade etíope tem reflexos diretos na Somália, já que tropas etíopes fazem parte da Missão da União Africana (ATMIS).

Eritreia: com histórico de confrontos com a Etiópia e uma postura militarizada, mantém influência na segurança regional e observa com interesse a evolução da situação somali.

Países do Golfo: Emirados Árabes Unidos e Catar disputam influência na Somália, financiando projetos de infraestrutura e apoiando facções políticas. Essa competição se entrelaça com a luta contra o al-Shabab, muitas vezes enfraquecendo a coesão interna.

Türkiye: consolidou-se como um dos atores externos mais influentes na Somália. Além de instalar uma das maiores bases militares fora do seu território em Mogadíscio, a Türkiye firmou acordos de cooperação militar e econômica de longo prazo, assumindo inclusive a responsabilidade de proteger e controlar o espaço marítimo somali por 10 anos. Isso garante à Marinha turca um papel direto na defesa das águas territoriais da Somália, região estratégica para o comércio global e para a segurança no Oceano Índico. Ancara também treina milhares de soldados somalis, fornece armamentos, apoio logístico e acordos na área de defesa que reforçam sua projeção como potência regional.

China: aposta em projetos de infraestrutura e na inserção da Somália na Iniciativa Cinturão e Rota, fortalecendo seu papel como ator econômico no Oceano Índico.

Estados Unidos: seguem focados no combate ao terrorismo, mas enfrentam crescente questionamento sobre a eficácia e os custos políticos de sua estratégia de drones.

Essa rede de interesses transforma a Somália em **ponto de convergência entre terrorismo, geopolítica e disputas econômicas globais**. O al-Shabab, consciente desse cenário, explora cada lacuna deixada pelo Estado e pela comunidade internacional.

Nosso olhar: além do contraterrorismo

Do ponto de vista estratégico, insistir numa solução puramente militar é insuficiente. O al-Shabab não se sustenta apenas pela força, mas pela ausência de alternativas estatais eficazes. Onde o Estado não chega com segurança, serviços e oportunidades, o grupo impõe-se como autoridade de fato.

Assim, o futuro da Somália depende de uma estratégia integrada que una:

1.Força militar sustentável, com tropas somalis treinadas e menos dependência de missões estrangeiras.

2.Construção institucional, com fortalecimento da governança local e combate à corrupção.

3.Inclusão socioeconômica, criando alternativas reais para comunidades que hoje dependem do al-Shabab.

4.Equilíbrio geopolítico, evitando que disputas externas transformem a Somália em palco de competição entre potências.


Conclusão: a guerra invisível continua

A análise de Abdi Guled revela a face mais atual da insurgência somali: menos visível, mas igualmente perigosa. O al-Shabab não busca derrotar o governo em campo aberto, mas corroê-lo lentamente, adaptando-se e resistindo.

Nosso olhar destaca que essa não é apenas uma guerra local, mas um fenômeno global das insurgências do século XXI, onde grupos compreendem suas limitações e transformam a invisibilidade em vantagem.

Enquanto o Ocidente aposta em drones e ataques seletivos, a Somália enfrenta uma realidade muito mais complexa: a de um inimigo resiliente, que se dissolve entre os civis e se alimenta da fragilidade do Estado.

No fim, a vitória dependerá não apenas de armas, mas da capacidade de reconstruir legitimidade e oferecer esperança a uma população que hoje vive entre drones no céu e combatentes disfarçados no chão.


por Angelo Nicolaci


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Taurus conquista vitória judicial contra fake news sobre a pistola 24/7

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A fabricante brasileira de armas Taurus obteve decisões judiciais favoráveis contra um indivíduo que divulgou em redes sociais, afirmações falsas sobre a pistola modelo 24/7, entre elas, que a pistola apresentaria falhas mecânicas capazes de ocasionar disparos involuntários. O caso, que transitou por instâncias gaúchas, resultou na remoção do vídeo ofensivo e em condenação por danos morais no valor de R$ 15 mil.

Segundo o processo, o réu publicou um vídeo afirmando que teria realizado uma perícia no armamento da Taurus, alegando que a arma apresentava falhas que poderiam provocar disparos “involuntários”. A empresa contestou, sustentando que não houve qualquer comprovação técnica da alegada perícia.

Em setembro de 2024, a 4ª Vara Cível de São Leopoldo (RS) acolheu pedido de tutela antecipada para determinar a remoção do vídeo. Em decisão subsequente, em setembro de 2025, a 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul confirmou a medida e fixou indenização de R$ 15 mil por danos morais, entendendo que o conteúdo configurava disseminação de fake news.

Com a decisão, a Taurus reafirma sua reputação e defende que a medida também serve como um alerta para os riscos da desinformação no ambiente digital, ainda que reconheça os desafios estruturais da lentidão do Judiciário no Brasil.

Sobre a arma: o modelo Taurus PT 24/7

Para contextualizar, a Taurus PT 24/7 (ou simplesmente “24/7”) é uma pistola de fogo produzida pela fabricante brasileira Taurus, com linha de produção em São Leopoldo (RS).

Características técnicas:

  • Estrutura e materiais: armação em polímero, slide (ferrolho) fabricado em aço, podendo ter acabamento com tratamento Tenifer ou inox fosco. 

  • Segurança e acionamento: a pistola conta com múltiplos mecanismos de segurança, como trava de percussor, trava de gatilho, indicador de cartucho na câmara e trava externa ambidestra.

  • Variante Pro: há versões como a PT 24/7 PRO no calibre .40 S&W, com capacidade para 16 tiros.

  • Uso institucional: a 24/7 é adotada por diversas forças policiais estaduais brasileiras, sendo classificada como arma de uso policial e para uso civil (mediante registro).

O enfrentamento judicial da desinformação

Esse caso da Taurus insere-se em um panorama mais amplo de disputas judiciais relativas à desinformação no Brasil. O uso massivo das redes sociais criou um ambiente propício à disseminação rápida de acusações não verificadas, cujo combate vem sendo discutido no âmbito legislativo e judicial.

No campo normativo, destaca-se o Projeto de Lei 2.630/2020, também chamado de “PL das Fake News”, que propõe mecanismos para responsabilizar plataformas digitais e usuários que divulguem conteúdos falsos.

Na esfera jurisprudencial, casos de repercussão eleitoral, como o Caso Francischini, têm demonstrado a crescente intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para punir a disseminação de notícias fraudulentas, mesmo diante de desafios de liberdade de expressão. 

Por outro lado, especialistas alertam para o risco de censura indevida. A linha divisória entre coibir mentiras e restringir críticas legítimas é tênue, o que exige que o Judiciário adote critérios técnicos e rigorosos de ponderação.

Relevância da vitória para a Taurus e para o debate público

Para a Taurus, a decisão significa não apenas reparação à honra e imagem da empresa, mas também um precedente na responsabilização de autores de fake news corporativas. Ao ganhar em segunda instância, a empresa reforça a tese de que críticas infundadas e acusações sem prova podem gerar consequências legais.

No plano público, o episódio chama atenção para a urgência de aprimorar mecanismos de verificação e sanção no ambiente digital, especialmente em temas sensíveis como segurança, armas de fogo e credibilidade institucional.

Para o cidadão comum, serve como alerta: compartilhar ou alimentar teorias sem respaldo técnico pode configurar responsabilidade legal e pesar no bolso.



por Angelo Nicolaci


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quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Exército Americano em Xeque: O Impacto do Discurso de Quantico na Operacionalidade

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O raro encontro realizado em Quantico, Virgínia, na última terça-feira, entre o presidente Donald Trump e o secretário de Defesa Pete Hegseth, expôs tensões profundas sobre disciplina, meritocracia e a neutralidade política das Forças Armadas dos Estados Unidos. O evento reuniu centenas de generais e almirantes e, embora tenha sido apresentado como uma sessão de orientação e motivação, revelou-se um fórum de definições políticas explícitas, que desafiam décadas de tradição militar apolítica.

Hegseth atacou duramente a aparência física de oficiais superiores, referindo-se aos “generais e almirantes gordos”, e defendeu a adoção de padrões físicos uniformes e rígidos, baseados exclusivamente em critérios masculinos e sem ajustes por idade ou função. Ele sugeriu que aqueles que não apoiassem sua agenda deveriam renunciar imediatamente. Para Hegseth, a disciplina física e a aparência profissional são fundamentais para recuperar décadas de “decadência” nas forças, em paralelo à rejeição das políticas de diversidade.

Trump endossou integralmente a visão do secretário de Defesa, declarando apoio irrestrito às tropas, mas também reforçando a politização do encontro. Em um discurso de mais de uma hora, abordou desde capacidades nucleares e operações em submarinos até críticas à mídia, ao ex-presidente Joe Biden e à Venezuela. Em vários momentos, o presidente sugeriu que tropas americanas poderiam ser usadas internamente como “campos de treinamento” em cidades como Portland, Oregon, ou Los Angeles, uma posição que gerou forte reação de autoridades locais e estaduais, incluindo os governadores democratas Gavin Newsom (Califórnia) e JB Pritzker (Illinois), que consideraram a proposta perigosa e inconstitucional.

O evento trouxe à tona um dilema estrutural das Forças Armadas americanas: como equilibrar disciplina, eficiência operacional e meritocracia com a neutralidade política que garante confiança institucional e lealdade à Constituição. Especialistas apontam que a politização direta de comandantes e a utilização de forças internas para fins políticos podem gerar erosão da moral, tensão na cadeia de comando e riscos à coesão organizacional. A ausência de reações visíveis dos altos oficiais presentes, que permaneceram em silêncio durante grande parte do evento, evidencia a complexidade desse equilíbrio e a pressão sobre líderes para não manifestarem discordância abertamente.

Do ponto de vista estratégico, as medidas defendidas por Hegseth e Trump impactam diversos aspectos das operações militares. A imposição de padrões físicos mais rigorosos, sem ajustes para idade ou função, pode melhorar o desempenho individual em testes pontuais, mas não necessariamente reflete capacidade operacional real em cenários complexos. Já a instrumentalização de tropas em operações internas para fins de treinamento ou controle político representa um precedente significativo, que pode afetar a percepção internacional sobre a neutralidade e o profissionalismo das Forças Armadas dos EUA.

Além disso, o evento se deu em um contexto de mudanças estruturais no Pentágono, incluindo demissões de oficiais seniores, restrições a livros em bibliotecas acadêmicas e ordens de ataques externos em áreas como a costa da Venezuela. Tais medidas, combinadas com a retórica de Quantico, sinalizam uma redefinição da cultura institucional: a lealdade política passa a ser vista por alguns setores como critério quase tão relevante quanto competência e julgamento profissional.

A análise estratégica sugere que esse tipo de intervenção política pode ter efeitos de médio e longo prazo, como aumento do turnover em altos comandos, desmotivação de oficiais experientes e desafios na implementação de políticas de defesa complexas. Internamente, a pressão por conformidade ideológica pode comprometer decisões técnicas críticas, enquanto externamente, a credibilidade das Forças Armadas perante aliados e adversários pode ser afetada, em especial em missões conjuntas e operações multinacionais.

Quantico 2025, portanto, não foi apenas um evento sobre aptidão física ou diversidade. Foi um indicador precoce de mudanças institucionais e culturais no Pentágono, onde meritocracia, disciplina e política se encontram em um terreno delicado, com potencial de redefinir os limites da autoridade presidencial sobre uma instituição que, historicamente, se mantém apolítica e subordinada à Constituição. Para analistas de defesa, o encontro representa um alerta sobre os riscos de politização e seus impactos na capacidade operacional, na moral interna e na projeção estratégica internacional dos Estados Unidos.


por Angelo Nicolaci


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com Reuters



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ABIMDE apoia Projeto de Lei Complementar para assegurar orçamento da Defesa Nacional

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O senador Carlos Portinho apresentou um Projeto de Lei Complementar (PLC) que visa criar condições de previsibilidade financeira para projetos estratégicos de Defesa Nacional, garantindo a continuidade de iniciativas essenciais ao Estado brasileiro e priorizando a indústria nacional de defesa. A proposta recebeu o apoio da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), que destacou a importância da medida para consolidar a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS).

O PLC propõe alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000) e na Lei Complementar nº 200/2023, estabelecendo que, entre o primeiro e o sexto exercício financeiro após a publicação da lei, as despesas com projetos estratégicos da Defesa não serão contabilizadas nas metas anuais de resultado primário nem nos limites de dotações orçamentárias definidos pela legislação vigente.

A iniciativa prevê ainda que os programas estratégicos priorizem a indústria nacional, com mínimo de 35% de conteúdo local, e que pelo menos 40% das despesas sejam destinadas a investimentos diretos, voltados à ampliação da capacidade de defesa do país. A proposta também impede o contingenciamento desses recursos, permitindo o uso de superávits de fundos vinculados ao Ministério da Defesa como fonte de financiamento.

Segundo o senador Portinho, a medida busca assegurar um fluxo contínuo de investimentos, evitando a interrupção de programas que historicamente sofrem com cortes orçamentários, o que resulta em perdas financeiras, deterioração de equipamentos e atrasos em cronogramas.

A ABIMDE reforçou que o fortalecimento da BIDS é decisivo para ampliar a capacidade de dissuasão do país, garantir autonomia tecnológica e consolidar uma cadeia produtiva que emprega mais de 2,9 milhões de brasileiros, direta e indiretamente. Estudos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) indicam que cada real investido em programas de defesa gera R$ 9,80 de impacto no Produto Interno Bruto, além de estimular a inovação tecnológica.

O projeto segue agora para análise no Congresso Nacional, onde precisará ser aprovado pela maioria dos parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, antes de ser encaminhado para sanção presidencial.


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com Rossi Comunicação


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CSD expande presença internacional com novo escritório comercial na Polônia

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A CSD – Componentes e Sistemas de Defesa, empresa brasileira consolidada no setor de defesa, deu mais um passo estratégico em sua expansão internacional ao anunciar a inauguração de um escritório comercial na Polônia. A iniciativa reforça o compromisso da companhia de fortalecer sua presença no mercado europeu e se aproximar de parceiros e clientes locais.

O escritório será liderado por um executivo polonês, evidenciando a estratégia da empresa de adaptar suas operações às especificidades do mercado europeu e estreitar relacionamentos estratégicos. Segundo o CEO da CSD, Nelson Hübner Junior, a escolha da Polônia se deve ao elevado potencial de investimentos do país na área de defesa nos próximos anos, representando uma parcela significativa do PIB dedicada ao setor. “Tivemos várias tratativas com potenciais parceiros poloneses e, por esse motivo, estabeleceremos lá nosso escritório comercial”, explicou Hübner.

O novo escritório permitirá à CSD expandir suas vendas internacionais, consolidar seu portfólio no continente europeu e desenvolver produtos alinhados às demandas locais. Além disso, a Polônia funcionará como um ponto de partida para criar oportunidades comerciais em outros países da região.

A empresa brasileira possui experiência em bombas de aviação, incluindo a série MK 80, munições de morteiro de 60, 81 e 120 mm, munição de artilharia de 155 mm, foguetes e drones de observação e kamikaze. Essa expertise permitirá que a CSD ofereça soluções estratégicas e adaptadas às necessidades do mercado europeu, consolidando seu papel como fornecedor confiável.

Como parte da Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) do Brasil, a CSD é considerada uma Empresa Estratégica de Defesa (EED) e possui diversos produtos credenciados como Produtos Estratégicos de Defesa (PED) pelo Ministério da Defesa. A companhia combina tecnologia brasileira, conhecimento técnico em desenvolvimento, produção e montagem de componentes metálicos e processos modernos, reforçando sua atuação internacional e sua posição de destaque no setor.

Com o escritório na Polônia, a CSD projeta um crescimento significativo na exportação de produtos de defesa, ampliando seu alcance global, consolidando relacionamentos estratégicos e explorando novas oportunidades no continente europeu.


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com Rossi Comunicação


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Safran reforça presença no Brasil com novidades em sistemas de aviação na ENAVSEG 2025

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A Safran, referência global em aviação, defesa e espaço, participa entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro do ENAVSEG 2025 — Encontro Nacional de Aviação de Segurança Pública e Defesa Civil, em Florianópolis (SC). O grupo apresenta soluções de ponta para busca e salvamento, inteligência embarcada e manutenção de motores aeronáuticos, por meio das empresas Safran Eletrônica & Defesa Brasil, Safran Electronics & Defense Avionics USA, Safran Cabin e Safran Helicopter Engines Brasil.

Um dos principais destaques é o avanço da Safran Eletrônica & Defesa Brasil rumo à consolidação como centro de manutenção, reparo e revisão (MRO) de equipamentos Beacons na América Latina até o fim de 2025. Os Beacons são essenciais para operações de busca e resgate, incluindo transmissores de localização de emergência para aeronaves civis e beacons pessoais militares. Alguns modelos utilizam sinal criptografado e frequências específicas para segurança da informação.

“A Safran tem um compromisso sólido com o Brasil e com nossos parceiros das áreas de defesa e segurança pública. Investimos continuamente em capacitação, tecnologia e transferência de conhecimento para oferecer não apenas produtos inovadores, mas também suporte local em reparo e manutenção. Essa evolução fortalece nossa presença no país e garante autonomia operacional às forças que dependem dessas soluções para salvar vidas”, afirma David Montmasson, CEO da Safran Eletrônica & Defesa Brasil.

Outro destaque é o Euroflir 410, sistema de câmeras multiespectrais de altíssima resolução, já em fase de testes no Brasil em parceria com a HBR Aviação, instalado em helicópteros Robinson 66. Com sensores de última geração, o Euroflir 410 permite identificar ameaças a longas distâncias, em qualquer condição climática, ampliando a capacidade de vigilância e resposta em operações críticas.



A Safran também apresenta sua cadeia digital para helicópteros, com as plataformas Cassiopée™ Alpha e Helicom. A primeira permite análise e monitoramento avançado de dados de voo, sendo implementada em aeronaves da Helisul Aviação. Integrada ao gravador de dados e à unidade de transmissão Helicom, a solução automatiza coleta, decodificação e relatórios analíticos, aumentando a segurança operacional e otimizando a gestão da frota.

Na área de propulsão, a Safran Helicopter Engines Brasil, em Xerém (RJ), consolida sua posição de liderança no mercado brasileiro. A unidade equipa metade dos helicópteros em operação no país e oferece manutenção, suporte técnico, logístico e comercial para forças policiais, corpos de bombeiros e Forças Armadas, garantindo confiabilidade e desempenho em missões críticas.

Com sua atuação no ENAVSEG 2025, a Safran reforça o compromisso com inovação, tecnologia e autonomia operacional no setor aeronáutico brasileiro, mantendo sua presença como parceiro estratégico das forças de defesa e segurança pública do país.


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com Rossi Comunicação


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terça-feira, 30 de setembro de 2025

Egito negocia aquisição do GlobalEye da Saab para modernizar vigilância aérea e marítima

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O Egito está em negociações com a Saab, empresa sueca de defesa, para a aquisição da aeronave GlobalEye, sistema de alerta aéreo antecipado e controle (AEW&C), embora dificuldades financeiras do país ainda tenham impedido o fechamento do acordo.

As discussões ocorrem em meio a um contexto regional sensível. O recente ataque dos houthis a navios comerciais reduziu significativamente o tráfego no Canal de Suez, uma das principais fontes de receita do Egito, aumentando a pressão sobre o orçamento militar e as prioridades do governo.

O GlobalEye é uma plataforma multifuncional de vigilância e comando aéreo, equipada com o radar Erieye ER (Extended Range) da Saab, instalado no jato executivo Bombardier Global 6000/6500. Desde sua entrada em serviço em abril de 2020, o sistema tem se destacado pela capacidade de monitorar simultaneamente grandes áreas aéreas e marítimas, fornecendo alerta antecipado e suporte a operações de defesa.

As negociações entre o Egito e a Saab envolvem não apenas aspectos de aquisição da aeronave, mas também transferência de tecnologia, pacotes de treinamento e suporte operacional, todos sujeitos às regulamentações suecas de exportação de defesa. Além disso, autoridades egípcias avaliam os termos financeiros e garantias de operação que permitam a plena integração do sistema às capacidades de vigilância do país.

O esforço egípcio reflete a necessidade de modernizar suas capacidades de monitoramento aéreo e marítimo, ampliando a segurança nacional em uma região marcada por desafios estratégicos e comerciais, como os recentes incidentes no Canal de Suez.


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Marinha do Brasil promove 19ª Primavera dos Museus no Museu da Imigração da Ilha das Flores

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O Museu da Imigração da Ilha das Flores (MIIF), coordenado pelo Comando da Divisão Litorânea, sediou em 25 de setembro a 19ª edição da Primavera dos Museus, iniciativa nacional do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). Com o tema “Museus e as mudanças climáticas”, o evento integrou cultura, educação e sustentabilidade, reunindo autoridades civis e militares, educadores, estudantes e a comunidade local.

A programação contou com oficinas conduzidas por professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), instituição parceira da Marinha no MIIF, além de apresentações musicais dos alunos do Programa Forças no Esporte (PROFESP) e atividades de plantio. Entre os destaques, estiveram a inauguração de uma horta vertical, a ser cuidada pelos jovens do PROFESP, e o plantio simbólico de um ipê, árvore que representa renovação e preservação ambiental.

O Cônsul-Geral do Japão no Rio de Janeiro, Takashi Manabe, destacou a importância histórica do local: “Esta é a minha primeira vez na Ilha das Flores e estou muito impressionado com a história da imigração aqui ocorrida, incluindo a japonesa. Este ano celebramos 130 anos da relação diplomática entre o Japão e o Brasil, e a história da Hospedaria da Ilha das Flores reforça esse laço.”

O Presidente da Câmara Municipal de São Gonçalo, vereador Piero de Matos Cabral, ressaltou o papel do Museu como patrimônio cultural: “O Museu da Imigração retrata não só a história da nossa cidade de São Gonçalo, mas do nosso Brasil, que precisa ser muito mais valorizada. Eu me sinto honrado em incentivar a todos a conhecer esse lindo espaço.”

A programação também incluiu exposição artística dos alunos do PROFESP, fruto de oficinas sobre imigração japonesa e refugiados de guerra, com a participação de representantes da Secretaria Municipal de Educação, diretoras escolares e moradores da região.

Com esta edição, o MIIF reafirma o compromisso da Marinha do Brasil em preservar a memória histórica, fortalecer os laços com a sociedade e estimular práticas educativas que unem cultura, cidadania e consciência ambiental diante dos desafios das mudanças climáticas. O Museu da Ilha das Flores segue como um espaço emblemático de preservação da história da imigração no Brasil, integrando educação, memória e responsabilidade ambiental sob a gestão da Marinha.


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com Marinha do Brasil


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COTER apresenta novo Sistema de Segurança de Voo na Aviação do Exército

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O Comando de Operações Terrestres (COTER) apresentou às organizações militares do Comando de Aviação do Exército (CAvEx) o novo Sistema de Gerenciamento de Segurança de Voo (SGSV), atualmente em fase de implantação. O sistema tem como objetivo fortalecer a preservação da vida das tripulações, proteger os equipamentos e garantir a manutenção da capacidade operativa da AvEx, assegurando a execução das missões com maior segurança.

Entre os dias 22 e 26 de setembro, a Divisão de Aviação de Segurança, a Chave de Missão Paz/Av e o Instituto de Gestão de Prevenção de Acidentes (IGPM) orientaram e capacitaram os militares das Seções de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (SIPAA) das organizações militares do CAvEx. O treinamento teve como foco o uso eficiente e eficaz do SGSV, garantindo que as equipes estejam preparadas para operar o sistema de forma plena.

O SGSV centraliza informações, relatórios e ferramentas de investigação, além de integrar dados de prevenção e outras documentações essenciais. Com o sistema, será possível gerar gráficos e análises que aumentam a consciência situacional e aprimoram a capacidade operacional das unidades aéreas da Aviação do Exército, contribuindo para a redução de riscos e a melhoria contínua da segurança de voo.


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com Exército Brasileiro

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Venezuela reforça defesa aérea em resposta a ameaças de ataques dos EUA

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A situação na América Latina atingiu um ponto de elevada volatilidade após o Comando de Defesa Aérea do Exército Venezuelano mover visivelmente sistemas de mísseis terra-ar Buk-M2E para o coração da região metropolitana de Caracas. A medida, confirmada por relatórios de Open-Source Intelligence (OSINT) divulgados em 30 de setembro pelo perfil OSINTWarfare, é interpretada como uma resposta direta às declarações de autoridades norte-americanas que consideram ataques aéreos pontuais contra infraestruturas usadas por cartéis de drogas na Venezuela.

A movimentação sinaliza, sem ambiguidades, que o regime de Nicolás Maduro pretende responder a qualquer agressão externa, consolidando a proteção de centros de comando e de infraestrutura crítica. Diferente das movimentações anteriores em direção à costa atlântica, motivadas por tensões com a Guiana sobre a região de Essequibo, desta vez a disposição dos sistemas visa diretamente a proteção das instalações nacionais estratégicas.

Buk-M2E venezuelano

Imagens de fontes abertas e relatórios de redes sociais apontam pelo menos três zonas estratégicas de implantação: o corredor de costa Caracas–La Guaira, o aeródromo La Carlota, no centro de Caracas, e a porção ocidental da capital. O Buk-M2E, variante de exportação do míssil russo Buk-M2, tem alcance de até 45 km e é capaz de interceptar aeronaves, helicópteros e mísseis de cruzeiro, compondo um sistema multiestratificado de defesa aérea, complementado pelos sistemas S-300VM, Pechora-2M e outras plataformas. Juntos, esses sistemas configuram uma capacidade de dissuasão significativa, mesmo que a operacionalidade de algumas unidades possa ser limitada.

A análise OSINT levanta dúvidas sobre a prontidão operacional completa: enquanto em La Carlota uma bateria Buk inclui TELAR (Transporter Erector Launcher and Radar), veículo de comando e radar de engajamento de alvos (TAR), as unidades espalhadas por estradas e áreas costeiras parecem formadas apenas por módulos TELAR/TEL, sem seu radar TAR orgânico. Apesar disso, a presença dos mísseis na região mais sensível do país envia um forte sinal político e militar, reforçando a narrativa interna de Maduro como guardião da soberania venezuelana frente a possíveis intervenções estrangeiras.

S-300 venezuelano

Do lado norte-americano, a resposta não se fez esperar. Washington intensificou a mobilização de aeronaves, incluindo F-35 stealth, drones Reaper, aviões de guerra eletrônica e aeronaves de reabastecimento KC-135 Stratotanker, distribuídos pelo Caribe em Puerto Rico, Curaçao e Aruba. A Marinha dos EUA também reforçou sua presença com destroyers equipados com mísseis guiados e um submarino da classe Virginia, criando um leque de opções que vai de vigilância a possíveis ataques aéreos de precisão.

Embora a defesa aérea venezuelana seja, em teoria, formidável, com 21 caças russos Su-30MKV “Flanker” e unidades mais antigas de F-16, especialistas apontam limitações práticas. Deficiências de manutenção, estoques reduzidos de peças de reposição e dependência da assistência técnica russa podem comprometer a capacidade de resistência a um ataque prolongado. Mesmo sistemas parcialmente degradados, como algumas unidades Buk, complicam o planejamento militar dos EUA, obrigando-os a manter distâncias maiores e aumentando o risco de missões.

Caso ocorra uma ação norte-americana, o emprego de aeronaves stealth, drones e guerra eletrônica seria essencial para neutralizar a defesa aérea, seguido de ataques de precisão com mísseis Hellfire ou bombas guiadas JDAM contra laboratórios e depósitos de drogas. Tal operação, no entanto, representaria um marco histórico, sendo a primeira intervenção aérea significativa dos EUA em território soberano latino-americano desde a invasão do Panamá, em 1989.

Com Caracas reforçando visivelmente seu escudo antiaéreo e Washington considerando opções de ação, a região entrou em uma fase de tensão máxima, onde o risco de escalada e de impactos diretos nas relações entre os EUA e a América Latina cresce de forma exponencial.


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Romênia acelera modernização do Exército com novos carros de combate Abrams e produção local

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O Ministério da Defesa Nacional da Romênia solicitou formalmente ao Parlamento a aprovação para iniciar a adjudicação de contratos das próximas etapas do programa de aquisição de Carros de Combate Principais (MBT's), com o objetivo de reforçar a capacidade operacional do Exército Romeno e atender aos compromissos de defesa nacional e internacional.

A primeira etapa dessa fase, avaliada em US$ 458,2 milhões (sem IVA), tem como foco completar a capacidade do batalhão construído em torno do Abrams M1A2 SEPv3, contemplando a aquisição de metralhadoras, munições, peças de reposição, equipamentos de simulação e teste, serviços de apoio e assistência técnica, transporte e treinamento das tropas. Com isso, o Exército Romeno garante que seus batalhões de carros de combate operem com plena capacidade, incluindo manutenção e instrução completa do pessoal.

A fase seguinte do programa, com custo estimado em €6,49 bilhões (sem IVA), prevê a aquisição de 216 carros de combate e 76 veículos auxiliares, destinados às unidades blindadas e de infantaria das Forças Terrestres, acompanhados de apoio logístico e equipamentos especializados de treinamento. Um dos destaques estratégicos é a cooperação tecnológica e industrial, garantindo que carros de combate e subsistemas sejam produzidos e mantidos no país. De acordo com informações da imprensa especializada, a Romênia pretende produzir internamente cascos blindados, sistemas de mira e componentes de armamento, fortalecendo a indústria nacional e aumentando a autonomia tecnológica das Forças Terrestres.

O programa está alinhado às metas de capacidade da OTAN e da União Europeia, integrando o Plano Nacional de Transformação Militar até 2040, que busca modernizar as forças terrestres romenas e reduzir dependências externas. A fase inicial, iniciada em 2023, envolveu a compra de 54 carros de combate Abrams M1A2 SEPv3 modernizados e 12 veículos de apoio do estoque excedente do Exército dos Estados Unidos, por meio de um acordo Governo a Governo, com valor total de US$ 1,07 bilhão e entrega prevista até 2028.

Embora os Abrams tenham sido selecionados para a aquisição inicial, a Romênia avaliou alternativas, incluindo os Leopard 2 e o K2 Panther coreano, este último destacado por sua proposta de alta transferência tecnológica e integração industrial, permitindo maior produção local e autonomia a longo prazo. O programa também prevê o treinamento de especialistas romenos e a transferência de tecnologias essenciais, reforçando a autossuficiência das Forças Terrestres.

Para o governo romeno, o programa de aquisição de carros de combate representa um investimento estratégico vital. Além de modernizar a frota blindada e fortalecer a base industrial nacional, garante à Romênia uma postura de defesa robusta e preparada para os próximos desafios, integrando tecnologia, treinamento e produção local em um modelo sustentável e alinhado ao cenário internacional.


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Saab e Força Aérea Sueca estreiam sistema antidrones Loke em missão real da OTAN

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A Força Aérea Sueca empregou pela primeira vez, em uma operação real da OTAN, o seu mais novo sistema antidrones, o "Loke". Desenvolvido em cooperação entre a Administração Sueca de Material de Defesa (FMV), a Força Aérea Sueca e a Saab, o sistema já se tornou peça central da capacidade de defesa de bases no país escandinavo.

Entre abril e setembro de 2025, o Loke foi utilizado na Base Aérea de Malbork, na Polônia, onde unidades suecas da 21ª e posteriormente da 17ª Ala atuaram na proteção de instalações aliadas. A missão incluiu a defesa de um importante centro logístico utilizado para o envio de ajuda militar à Ucrânia, em meio ao prolongamento do conflito com a Rússia.

“Operações aéreas eficazes exigem proteção terrestre robusta. Os sistemas que implantamos fortaleceram significativamente a segurança da base, tanto para nós quanto para nossos aliados”, destacou o Tenente-Coronel Christian Bertilsson, comandante do contingente sueco na Polônia.

Um sistema modular e orientado à ameaça

Apresentado oficialmente em fevereiro de 2025, o Loke combina diferentes tecnologias em uma arquitetura modular. O sistema integra o radar móvel Giraffe 1X, da Saab, com a Estação Remota de Armas Trackfire, equipada com metralhadoras pesadas e médias, além de incorporar componentes de guerra eletrônica.

Essa configuração permite o rastreamento de alvos tanto físicos quanto de sinais no espectro eletromagnético, garantindo detecção precoce e diversas opções de neutralização de drones hostis.

Segundo Angelica Persson, Analista de Desenvolvimento de Negócios Anti-UAS da Saab, o Loke representa um avanço obtido em tempo recorde: “Para combater ameaças emergentes, uma cadeia otimizada entre sensor e atirador é crucial. Conseguimos o que muitos consideravam impossível em pouco tempo, incluindo a educação e o treinamento necessários para apoiar a missão. O fato de nossos sistemas antidrones desenvolvidos em conjunto já estarem operacionais em campo prova a eficácia da colaboração entre as Forças Armadas e a indústria de defesa.”

O desenvolvimento do Loke segue em curso. A 21ª Ala da Força Aérea Sueca está agora treinando para operar o sistema em nível de pelotão, ampliando a doutrina de emprego. As lições aprendidas em exercícios recentes, como o Baltic Trust 2025, realizado na Letônia, estão direcionando os ajustes da próxima fase.

O cronograma prevê que, até o final de 2025, o Loke esteja plenamente operacional em todas as unidades em tempo de guerra, consolidando-se como a espinha dorsal da defesa antidrones sueca.

Inovação em tempo acelerado

A estreia do Loke em uma missão real não apenas reforça a capacidade de proteção de bases aliadas no leste europeu, mas também evidencia o potencial do desenvolvimento rápido e orientado por ameaças. Em menos de um ano, a Suécia conseguiu transformar um conceito em um sistema efetivamente operacional no campo de batalha.

Com isso, a Suécia, em parceria com a Saab e a FMV, demonstra que a integração ágil entre Forças Armadas e indústria de defesa pode oferecer resultados concretos diante de novos desafios estratégicos, em especial o uso crescente de drones no cenário de conflitos modernos.


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com SAAB


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Eslováquia Reduz Programa de Carros de Combate Leves a Dois Candidatos: Tulpar e CV90-120

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O Ministério da Defesa da Eslováquia anunciou a redução do seu programa de aquisição de carros de combate leves a dois finalistas: o turco Otokar Tulpar e o sueco CV90-120 da BAE Systems Hägglunds. A decisão excluiu plataformas de destaque, como o Leopard 2A8 alemão e o K2PL Black Panther, fruto de uma parceria entre Coreia do Sul e Polônia.

O Ministro da Defesa, Robert Kalinak, destacou que ambas as plataformas ainda estão em avaliação, oferecendo uma economia significativa de 40% a 50% em comparação aos principais carros de combate considerados anteriormente, de acordo com relatórios oficiais do país. A escolha reflete não apenas os menores custos de operação e manutenção dos carros de combate médios, mas também o maior potencial de participação da indústria local, um fator estratégico para o desenvolvimento da defesa nacional. Kalinak ressaltou que nenhuma decisão final foi tomada e que os veículos podem entrar em serviço na Eslováquia em três a quatro anos.

O Otokar Tulpar se destaca pela flexibilidade de configuração, podendo ser equipado com motores de 700 a 1.100 cavalos e com peso bruto variando entre 28 e 45 toneladas. Sua blindagem pode ser reforçada até o STANAG 4569 Nível 5, garantindo maior proteção ao veículo. O Tulpar ainda suporta diferentes torres, como a belga Cockerill 3105 de 105 mm ou a italiana HITFACT MK-II de 120 mm L45, além de ter sido apresentado em protótipo com o canhão de 120 mm da Leonardo. A empresa turca propôs inclusive a produção local de componentes de torre e plataforma na Eslováquia, reforçando o impacto econômico e tecnológico da aquisição.

Por sua vez, o CV90-120 sueco, baseado no chassi CV90 MkIV, utiliza um canhão de 120 mm com carregador automático desenvolvido em parceria entre a Koval Systems da Eslováquia, a BAE Systems e a Rheinmetall. A plataforma apresenta vantagens logísticas e operacionais para a Eslováquia, principalmente pela compatibilidade com os veículos de combate de infantaria CV90-35, já encomendados pelo país. A infraestrutura existente para a produção do CV90-35 localmente, com a Koval Systems liderando o carregador automático do CV90-120, é considerada um ponto positivo na decisão final, além dos benefícios no treinamento e manutenção da tropa.

A experiência internacional da Otokar na integração de diferentes torres, demonstrada em projetos como o TAIMAS 8×8 IFV do Cazaquistão e o RABDAN 8×8 IFV dos Emirados Árabes Unidos, reforça sua capacidade de adaptar o Tulpar a necessidades específicas e de parcerias industriais, aumentando sua atratividade para países que buscam flexibilidade tecnológica e desenvolvimento local.

Aplicabilidade para o Brasil: Estratégia e Autonomia Tecnológica

O cenário eslovaco serve como referência para o Brasil, que atualmente busca fortalecer suas capacidades de defesa blindada, tanto para o Exército Brasileiro quanto para o Corpo de Fuzileiros Navais. Os requisitos brasileiros incluem veículos leves e médios, com alta mobilidade, proteção escalonável e compatibilidade logística com plataformas existentes, considerando as condições geográficas e operacionais do Brasil, desde o Pantanal e a Amazônia até operações litorâneas e anfíbias.

O Otokar Tulpar, com sua flexibilidade de motores e capacidade de integração de diferentes torres, se apresenta como uma solução que permite adaptação a cenários variados, inclusive com blindagem modular e opção de armamento de 105 a 120 mm. Isso garante ao Exército e à Marinha uma capacidade de resposta rápida e proteção adequada em ambientes de difícil acesso, com manutenção relativamente simples e custo operacional reduzido. A proposta de produção local de elementos da plataforma também se alinha aos objetivos brasileiros de desenvolver a indústria nacional de defesa, gerando empregos e know-how tecnológico.

O CV90-120, por sua vez, oferece compatibilidade com sistemas já consolidados, como os veículos de combate de infantaria CV90-35, permitindo sinergia logística, treinamento unificado e manutenção eficiente. Seu canhão de 120 mm com carregador automático garante poder de fogo elevado e consistência operacional, adequado a cenários de média intensidade, enquanto a experiência de produção local do carregador automático mostra que é possível integrar tecnologia estrangeira à indústria nacional, fortalecendo a autonomia estratégica do país.

Tanto o Tulpar quanto o CV90-120 se inserem dentro do que vem sendo avaliado globalmente para carros de combate leves e médios: mobilidade elevada, modularidade de proteção e armamento, economia de operação e potencial de desenvolvimento industrial local. Assim, uma escolha técnica e estratégica similar à adotada pela Eslováquia poderia posicionar o Brasil de forma competitiva, aumentando suas capacidades de defesa e autonomia tecnológica sem comprometer custos operacionais ou logísticos.


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segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Saab apresenta Gripen E como opção inovadora e econômica para a defesa de Portugal

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O futuro da Força Aérea portuguesa poderá não passar pelos caças de 5ª geração norte-americanos. O ministro da Defesa sublinha que “o mundo mudou” e que é preciso considerar “as melhores opções”, incluindo alternativas de produção europeia. É neste contexto que a sueca Saab levou a Portugal o Gripen E, seu caça de última geração, para assinar dois memorandos de entendimento com empresas da BID portuguesa e apresentar uma aeronave que promete rivalizar com os melhores caças do mundo.

Para Daniel Boestad CEO da Saab, o conceito de gerações de caças é menos relevante do que a capacidade de evolução contínua dos sistemas. “A tecnologia furtiva está, na verdade, um pouco desatualizada. Por isso, o sistema de guerra eletrónica é muito mais adaptável”, afirma. Segundo Boestad, a flexibilidade e a capacidade de adaptação são mais importantes do que permanecer indetectável em combate.

O Gripen E aposta em sistemas avançados de guerra eletrónica que criam uma “bolha eletrônica de 360 graus”, permitindo que a aeronave opere mesmo em ambientes altamente contestados. Embora não tenha tecnologia furtiva completa, o caça sueco apresenta design compacto e reduzida assinatura de radar, aliado a radares AESA que proporcionam elevada consciência situacional ao piloto.

Outro diferencial do Gripen é sua arquitetura de software aberta, que separa hardware de voo e sistemas táticos. Isso permite a integração rápida de novas funcionalidades, como a instalação de inteligência artificial em apenas uma semana, algo sem paralelo entre outras aeronaves. “É um caça que vai durar décadas porque será constantemente atualizado”, reforça Boestad.

Além da capacidade de inovação, o Gripen E destaca-se pela facilidade de manutenção e pela versatilidade operacional, podendo utilizar estradas como pista de decolagem e pouso e operar em ambientes hostis. Com reabastecimento em voo e alcance estendido, o caça pode cobrir todo o território português, incluindo a Zona Económica Exclusiva (ZEE), complementado pelo KC-390 da Embraer em missões conjuntas.

O custo operacional é outro ponto forte apontado pela Saab. Embora não haja valor unitário divulgado, Boestad garante que operar o Gripen é cerca de um terço do custo dos seus principais concorrentes, como F-35 e Rafale. “O importante não é o preço de cada unidade, mas o custo total da frota ao longo da sua vida”, explica.

O interesse de Portugal pelo Gripen E vai além do preço. A política de modernização das Forças Armadas portuguesas prioriza o envolvimento da indústria nacional, garantindo autonomia estratégica. Nesse sentido, a Saab assinou memorandos de entendimento com a OGMA e a Critical Software, visando produção, manutenção e desenvolvimento de software para a aeronave. “São parceiros excelentes independentemente da decisão de compra do Gripen”, afirma Boestad.

O sucesso do programa Gripen no Brasil, com a aquisição inicial de 36 caças, transferência tecnológica e cerca de 13 mil empregos altamente qualificados, serve de modelo para Portugal. A Saab acredita que o país possui empresas capazes de integrar a cadeia global de fornecimento e manutenção da aeronave, fortalecendo a indústria portuguesa e a cooperação estratégica, mas ressalta que a decisão final cabe ao Governo português.


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Exército Brasileiro avalia aquisição de 12 exemplares do H145M

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O Exército Brasileiro (EB) estuda a aquisição de 12 helicópteros H145M, fabricados no Brasil pela Helibras, subsidiária da Airbus Helicopters, como parte do processo de modernização da Aviação do Exército Brasileiro. A iniciativa visa reforçar a capacidade da força em transporte, apoio tático, operações de combate e inserção de tropas, trazendo aeronaves de alta tecnologia para ampliar a eficiência das missões da força terrestre.

O interesse na compra foi revelado pelo General de Divisão Everton Pacheco da Silva, chefe do Escritório de Projetos Estratégicos do Exército, durante audiência pública no Senado Federal, quando discutia-se a PEC 55/2023, que propõe orçamento mínimo para o Ministério da Defesa. Segundo o general, os helicópteros seriam entregues em três lotes de quatro unidades, entre 2028 e 2030, complementando os UH-60M Black Hawk, que já tem a primeira unidade prevista para entrega ainda este ano.

O H145M é um helicóptero bimotor de alto desempenho, capaz de atingir velocidades superiores a 240 km/h, com autonomia de cerca de 3h30min e alcance próximo de 640 km. Pode transportar até dez militares equipados, cargas externas de 1,6 tonelada ou ser configurado para transporte aeromédico com duas macas e equipe médica completa. Seu cockpit digital, equipado com três displays multifuncionais, facilita a tomada de decisão em tempo real, reduzindo a carga de trabalho da tripulação em operações complexas.

Além do transporte e apoio tático, o H145M pode ser equipado com o pacote HForce, que transforma o helicóptero em uma plataforma de combate capaz de operar com metralhadoras calibre .50, canhões de 20 mm, foguetes guiados e mísseis antitanque, incluindo o Spike, já em uso pelo Exército Brasileiro. Sistemas eletro-ópticos e capacetes com display integrado aumentam a consciência situacional e a precisão durante os engajamentos.

Em 2023 durante a LAAD, nosso editor conheceu o H145M


A incorporação do H145M representaria um reforço estratégico entre os helicópteros Fennec e Pantera, ampliando a capacidade de inserção e extração de tropas, transporte de equipamentos e apoio em operações especiais. Produzido localmente, o helicóptero também contribuiria para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa nacional, com transferência de tecnologia e geração de empregos qualificados.

Apesar da intenção de compra, nenhum contrato foi assinado até o momento. Caso concretizada, a aquisição dos H145M marcará um passo importante na modernização da Aviação do Exército Brasileiro e no aumento da capacidade operacional do Brasil em missões estratégicas de defesa e segurança.


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Estados Unidos Avaliam Ataques Aéreos na Venezuela para Combate ao Narcotráfico

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O governo dos Estados Unidos estuda ampliar sua atuação no combate ao narcotráfico na região do Caribe, incluindo a possibilidade de ataques aéreos de precisão contra cartéis que operam a partir da Venezuela. Fontes citadas pela NBC News indicam que o planejamento envolve missões cirúrgicas, realizadas com caças de última geração e drones de ataque, focadas em líderes de organizações criminosas e laboratórios de processamento de drogas. A decisão final depende da aprovação do presidente Donald Trump.

Nos últimos dias, o Pentágono deslocou dez caças F‑35 para Porto Rico, juntamente com seis drones MQ‑9 Reaper de reconhecimento e ataque, conhecidos por sua capacidade de vigilância de longo alcance e precisão em alvos estratégicos. O movimento logístico sugere que Washington está considerando todas as opções disponíveis, enquanto busca aumentar a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro.

O planejamento ocorre após uma série de ataques a embarcações suspeitas de transportar drogas venezuelanas. Um incidente em setembro, envolvendo um navio atribuído à gangue Tren de Aragua, resultou na morte de 11 pessoas, intensificando a tensão bilateral. O governo norte-americano afirma que Maduro não tem feito esforços suficientes para conter o fluxo de drogas, justificando a presença militar expandida na região.

Do lado venezuelano, as autoridades reagiram com exercícios de defesa aérea e reforço de sistemas capazes de abater aeronaves inimigas, destacando a determinação de proteger o espaço aéreo e a soberania nacional. O ministro das Relações Exteriores, Yvan Gil Pinto, classificou a possibilidade de ataques como “uma ameaça militar ilegal e imoral”, acusando os EUA de objetivar recursos estratégicos como petróleo e gás.

Embora o combate às drogas seja a justificativa oficial, o contexto político sugere objetivos mais amplos. O Departamento de Justiça norte-americano indiciou Nicolás Maduro por tráfico de drogas em 2020 e recentemente aumentou a recompensa por sua captura para US$ 50 milhões. Analistas apontam que ações limitadas podem pressionar o regime sem necessidade de intervenção terrestre direta, criando condições para mudanças políticas internas em Caracas.

Paralelamente à movimentação militar, canais diplomáticos indiretos permanecem abertos. Fontes indicam negociações por intermediários no Oriente Médio, com Maduro demonstrando disposição a conceder algumas medidas para permanecer no poder. Mesmo assim, a Casa Branca mantém posição firme, reiterando que considera o regime ilegítimo e que está preparada para usar “todos os meios necessários” para deter o narcotráfico.

Até o momento, qualquer ataque depende de decisão presidencial, enquanto a região do Caribe mantém elevada presença militar e vigilância reforçada. A situação combina pressão diplomática, movimentação estratégica e preparação operacional, mantendo o tema sob intenso acompanhamento internacional.


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com NBC News


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Gripen na Ucrânia? Expectativa Reforçada, Mas Entrega Permanece Incerta

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Uma recente entrevista do General Havriliuk à edição ucraniana da BBC reacendeu discussões sobre a possível chegada de caças Gripen à Ucrânia, ao lado dos já conhecidos F-16 e Mirage. A menção ao caça sueco, até então apenas especulada, chamou atenção, mas é preciso interpretar a declaração com cautela.

Havriliuk afirmou que entregas adicionais de F-16, Mirage e, surpreendentemente, o Gripen, são esperadas. A escolha da palavra indica uma expectativa estratégica baseada em negociações, e não um compromisso formal com datas definidas. Questionado sobre detalhes, o general manteve a postura típica da comunicação militar: “Basicamente, você nomeou a nomenclatura corretamente, mas não entrarei em detalhes sobre quando, o quê e qual. Vocês saberão quando os virem nos céus da Ucrânia.”

O Gripen é um caça multifuncional de 4ª geração, conhecido por seus baixos custos operacionais e capacidade de operar em pistas curtas ou pouco preparadas, características de interesse para a Ucrânia. Apesar disso, relatos indicam que, em julho de 2024, Kiev teria inicialmente rejeitado a oferta, priorizando a padronização da frota com F-16. A Suécia, por sua vez, mantém uma posição cautelosa. Em setembro de 2025, o Ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, reforçou que a venda de Gripen só poderia ocorrer após o fim da guerra, o que torna improvável uma entrega imediata.

A declaração de Havriliuk, portanto, deve ser vista como uma indicação de intenção estratégica. Pode refletir a expectativa de um acordo pós-guerra ou sinalizar uma “porta aberta” para futuras negociações, possivelmente envolvendo modelos mais antigos do Gripen, sem cronogramas definidos. A simples menção ao caça sueco, mesmo de forma indireta, confere peso diplomático ao tema, movendo-o da esfera da especulação para a das intenções concretas.

Enquanto F-16 e Mirage já têm cronogramas de entrega mais claros, a transferência do Gripen permanece em observação, aguardando condições políticas e estratégicas adequadas. Resta acompanhar se e quando a aeronave se tornará operacional nos céus ucranianos, seja como parte de um plano futuro, seja como resultado de oportunidades estratégicas durante ou após o conflito.


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com BBC


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