quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Embraer entrega primeiros A-29N Super Tucano à Força Aérea Portuguesa e avalia linha de montagem em Portugal

A Embraer deu um passo relevante no fortalecimento da cooperação industrial e militar entre Brasil e Portugal ao entregar, em 17 de dezembro, os cinco primeiros A-29N Super Tucano à Força Aérea Portuguesa (FAP). A cerimônia ocorreu nas instalações da OGMA, em Alverca, e marcou a entrada em serviço da nova variante da aeronave, configurada para atender plenamente aos requisitos operacionais da OTAN.

Portugal torna-se, assim, o primeiro país a operar o A-29N Super Tucano em configuração compatível com os padrões da Aliança Atlântica. A entrega acontece pouco mais de um ano após a assinatura do contrato de aquisição, que prevê um total de 12 aeronaves, evidenciando a capacidade da Embraer em responder de forma rápida às demandas operacionais de seus clientes.

Além da entrega das aeronaves, a Embraer e o Estado Português assinaram uma Carta de Interesse com vistas ao potencial estabelecimento de uma linha de montagem final do A-29N em Portugal. A iniciativa tem como objetivo atender à crescente demanda europeia por uma plataforma versátil, eficiente e capaz de desempenhar missões de counter-UAS, ao mesmo tempo em que fortalece a base industrial de defesa portuguesa e europeia por meio de negociações no formato governo a governo.

Durante a cerimônia, o ministro da Defesa de Portugal, Nuno Melo, destacou a relevância da nova capacidade incorporada pela Força Aérea. Segundo ele, o Super Tucano representa não apenas uma comprovada capacidade de ataque ao solo em apoio às forças nacionais destacadas, mas também uma resposta a novos cenários operacionais, como o combate a aeronaves não tripuladas. O ministro ressaltou ainda que a escolha da aeronave foi baseada em critérios técnicos, respaldados por decisões políticas.

O chefe do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa, general João Cartaxo Alves, enfatizou que a incorporação do A-29N representa um marco no processo de modernização da FAP. De acordo com ele, além de substituir aeronaves de instrução em operação há quase quatro décadas, o Super Tucano amplia capacidades como o apoio aéreo aproximado em operações conjuntas e combinadas, garantindo proteção armada às forças no terreno. O general também ressaltou que Portugal passa a ocupar uma posição de vantagem estratégica ao se tornar o primeiro operador do A-29N em configuração OTAN, com impactos positivos para a economia nacional.

Para a Embraer Defesa & Segurança, a entrega reforça uma parceria estratégica já consolidada com Portugal. O presidente e CEO da divisão, Bosco da Costa Junior, destacou que o programa do A-29N expande a cooperação estabelecida anteriormente no projeto do KC-390 Millennium e abre caminho para novas oportunidades industriais. Segundo ele, há um interesse crescente na Europa pelo emprego do A-29 em missões de counter-UAS, e uma eventual linha de montagem em Portugal pode impulsionar novos negócios e ampliar a cooperação com a indústria de defesa portuguesa.

Com a entrada em serviço do A-29N, Portugal se junta a um grupo crescente de países que exploram as capacidades comprovadas do Super Tucano em um amplo espectro de missões. Líder global em sua categoria, a aeronave já foi selecionada por 22 forças aéreas e acumula mais de 600 mil horas de voo, consolidando-se como uma solução madura, eficiente e confiável.

O A-29 Super Tucano é uma plataforma multimissão capaz de desempenhar tarefas como treinamento avançado de pilotos, apoio aéreo aproximado, patrulha aérea, interdição, vigilância de fronteiras, reconhecimento e escolta. Equipada com aviônicos avançados, sistemas modernos de armas e uma interface homem-máquina de última geração, a aeronave pode operar a partir de pistas não pavimentadas e em ambientes austros, com baixos custos operacionais e elevada disponibilidade.

A possível instalação de uma linha de montagem final em Portugal reforça uma tendência estratégica no cenário europeu: a busca por soluções interoperáveis, de rápida disponibilidade e com forte componente industrial local. Nesse contexto, o A-29N Super Tucano surge não apenas como uma aeronave de combate leve, mas como um vetor de integração industrial, tecnológica e operacional entre aliados da OTAN.


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