terça-feira, 7 de maio de 2024

Rússia Contorna Sanções Adquirindo Componentes de Aeronaves de 22 Países através de Intermediários

Apesar das sanções internacionais impostas, a Rússia continua a adquirir aproximadamente dois mil componentes distintos de fabricação estrangeira para suas aeronaves militares. Isso foi revelado por um relatório dos serviços secretos ucranianos, destacando a complexidade das transações em um cenário geopolítico tenso.

O relatório indica que tais componentes são provenientes de mais de 200 empresas situadas em 22 países diferentes, com a Rússia os adquirindo por meio de intermediários. Este intricado processo permite à Russia contornar as restrições impostas por sanções internacionais, garantindo o funcionamento e manutenção de suas aeronaves militares.

Segundo uma pesquisa da Comissão Independente Anticorrupção (NAKO), a maioria dos componentes utilizados nas aeronaves russas, como os MiG-31, Su-27SM3, Su-30SM, Su-34, Su-35S e Su-57, têm origem ocidental. Essa revelação, feita pelo Ukrainska Pravda, sugere uma dependência significativa da Rússia em relação a peças estrangeiras, apesar de seus esforços para promover a autossuficiência no setor de defesa.

A NAKO, uma ONG ucraniana, analisou cerca de dois mil componentes distintos, fabricados por 244 empresas de 22 países diferentes. Surpreendentemente, 64% dos componentes importados têm origem nos Estados Unidos. Contudo, a lista também inclui outros países que apoiam a Ucrânia, como Japão, Suíça, Alemanha, França, Reino Unido, Taiwan e Países Baixos. Curiosamente, a Rússia adquiriu poucos componentes da China, apenas 13 de quase dois mil.

O ponto crucial deste cenário é a atuação dos intermediários. A Rússia adquire componentes estrangeiros por meio de uma rede de intermediários, incluindo empresas da Hungria, Chipre, Türkiye e China. Esta prática não é restrita ao exército russo, mas também se estende a pelo menos 58 das maiores empresas russas, conforme revelado por uma pesquisa conduzida pelo projeto de investigação "Schema", da Rádio Europa Livre.

Empresas como Texas Instruments, Murata Manufacturing, Analogue Devices, Kemet, Micron, Maxim, IDT, AVX, Holt Integrated Circuits, Linear Technology, CIC e ON Semiconductor se destacam como fornecedoras majoritárias dos componentes utilizados pela Rússia. No ano passado, a Rússia adquiriu peças no valor de 926,6 milhões de dólares dessas empresas, representando uma queda de 19,7% em relação a 2022, mas um aumento de 69,69% em relação a 2021.

Bohdan Dolințe, especialista em aviação do projeto Schema, alerta para a possibilidade da Rússia enfrentar escassez de componentes ocidentais já neste ano. Isso pode forçar o país a buscar novas fontes de suprimento, uma vez que, de acordo com as regulamentações de construção de aeronaves, os modelos existentes não podem ser fabricados com componentes chineses ou russos.

Esse cenário destaca a complexidade das relações comerciais e geopolíticas, bem como os desafios enfrentados pelas nações no contexto das sanções internacionais e das pressões geopolíticas.


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com Agências de Notícias

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