A Base Naval de Aratu viveu, nesta quinta-feira (13), um dos momentos mais aguardados da ARAMUSS-2025, com a realização das simulações e testes de veículos não tripulados embarcados em navios e embarcações da Marinha do Brasil. Em plena Baía de Todos os Santos, a demonstração reuniu sistemas de superfície, submarinos e aéreos, marcando um avanço significativo na integração entre tecnologia emergente, capacidades operativas e doutrina naval.
Para o Vice-Almirante Gustavo Calero Garriga Pires, comandante do 2º Distrito Naval, essa etapa representa o ápice do evento. Segundo ele, operar sistemas tripulados em conjunto com meios não tripulados coloca a Marinha do Brasil em sintonia com o que há de mais moderno no cenário internacional. O oficial enfatizou que, embora o foco esteja na guerra de minas, os usos dessas tecnologias são amplos, beneficiando também áreas comerciais e atividades marítimas civis. A presença de militares, acadêmicos e representantes da indústria num ambiente real de operação mostrou, na prática, o processo de amadurecimento da interoperabilidade e os desafios associados à adoção dessas plataformas.
Entre os sistemas demonstrados estavam o Mero, da USSV; o Supressor da Tidewise/EMGEPRON; o LAUV Triton, da Ocean Scan, operado pelo Instituto de Pesquisas da Marinha; o VSNT do Centro de Análise de Sistemas Navais; o Flat Fish, do SENAI Cimatec; e o Nauru, da XMobots. Cada um, com características próprias, reforça o leque de soluções disponíveis para ampliar a consciência situacional e aprofundar capacidades críticas, como detecção, mapeamento e varredura de áreas sensíveis.
O Capitão de Corveta Engenheiro Naval Emerson Coelho Mendonça, do IPqM, destacou o simbolismo do LAUV Triton no contexto da guerra de minas. Para ele, a combinação de autonomia, precisão e capacidade inteligente projeta a Marinha a um novo patamar tecnológico, representando uma virada de chave na transição para meios não tripulados. Já o Capitão de Mar e Guerra Engenheiro Naval (reserva) Marcos André Westphalen Palma, do Programa Supressor – EMGEPRON, detalhou as capacidades do Supressor-X, descrevendo-o como um vetor multifuncional equipado com sonar multifeixe, processamento em tempo real e aptidão para missões de busca e classificação de alvos submersos, além de levantamentos hidrográficos.
Os testes foram conduzidos a partir de centros de comando e controle instalados a bordo da Corveta Caboclo, do Navio-Balizador Tenente Boanerges e de embarcações da Marinha, demonstrando o nível de complexidade e coordenação necessário para operar plataformas tão diversas em um ambiente dinâmico. A etapa marcou um importante passo na compreensão das limitações, potencialidades e requisitos de adaptação para uso efetivo dessa tecnologia em operações navais.
Para o Capitão de Fragata Rodrigo Bouças, comandante da Força de Minagem e Varredura e coordenador da ARAMUSS-2025, a edição inaugural atingiu plenamente seu propósito. Segundo ele, o intercâmbio entre indústria, academia e setor de defesa consolida um caminho promissor para o avanço dos sistemas não tripulados no país. O encerramento do evento, previsto para sexta-feira, reunirá expositores e convidados para apresentação das lições aprendidas, consolidando o conhecimento gerado durante a semana de atividades.
Realizada pelo Comando do 2º Distrito Naval, a ARAMUSS-2025 reúne empresas nacionais e internacionais, instituições de pesquisa e profissionais especializados para discutir, testar e demonstrar tecnologias aplicadas a veículos não tripulados em ambiente marítimo. Com foco especial em Inteligência Artificial e robótica, o evento fortalece a modernização dos meios navais brasileiros, incentiva o desenvolvimento tecnológico e reforça a cooperação internacional na área.
A ARAMUSS-2025 também se conecta diretamente à MINEX-25, o tradicional exercício de guerra de minas coordenado pela Força de Minagem e Varredura, que ocorrerá entre os dias 17 e 19 de novembro. A aproximação dos dois eventos reforça o esforço da Marinha do Brasil em aprimorar sua prontidão, expandir capacidades e fomentar a inovação contínua em um domínio cada vez mais estratégico.
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com Marinha do Brasil







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