sexta-feira, 15 de setembro de 2023

15 de Setembro - 107 anos da estréia dos carros de combate na Batalha do Somme

Há 107 anos, durante a Primeira Guerra Mundial, surgia no campo de batalhas francês em 15 de setembro de 1916, o primeiro "tank" sendo empregado em combate na história militar.

As tropas alemãs que combatiam em Flers, na França, numa das batalhas mais sangrentas da Primeira Guerra Mundial, que deixou um saldo de mais de um milhão de soldados mortos. Durante a chamada Batalha do Somme, alemães e aliados enfrentaram-se durante semanas numa frente de combate de mais de 40 quilômetros de extensão.

Marcada na história como a guerra de trincheiras, as tropas lutavam ferozmente por alguns metros de terreno, longas trincheiras dominavam o campo de batalhas, o qual ainda possuíam inúmeros obstáculos ao avanço de tropas, com cercas de arame farpado e as temiveis metralhadoras, que causavam milhares de baixas em cada tentativa de avanço no terreno.

Porém, na manhã daquele dia 15 de setembro de 1916, os alemães foram surpreendidos, pois no horizonte surgia uma silhueta muito diferente de tudo até aquele momento, verdadeiros monstros de aço avançavam sobre o terreno, eram os primeiros carros de combate da história, ou "Tank" como eram inicialmente conhecidos. 

Um correspondente de guerra relatou o fato da seguinte forma: "Sobre as crateras vinham dois gigantes. Os monstros aproximavam-se hesitantes e vacilantes, mas chegavam cada vez mais perto. Para eles, que pareciam movidos por forças sobrenaturais, não havia obstáculos. Os disparos das nossas metralhadoras e das nossas armas de mão ricocheteavam neles. Assim, eles conseguiram liquidar, sem esforço, os granadeiros das trincheiras avançadas".

O que os estupefatos alemães presenciaram era a ação dos primeiros "Tank" da história da humanidade, a nova arma que ingleses e franceses haviam construído em sigilo absoluto. Essa arma recebeu dos militares aliados o codinome "Tank" curiosamente por um artifício da inteligência britânica, para que os inimigos pensassem em reservatórios de água ou de combustível, caso alguma informação sobre o projeto secreto vazasse.

Os novos carros de combate desencadearam a situação mais fatídica ocorrida até então numa frente de combate. Os "monstros" superavam obstáculos, em função dos quais milhares de soldados tinham morrido antes. Armas, trincheiras ou cercas de arame farpado, nada conseguia deter os poderosos veículos. O Mark I britânico se destacou durante a Batalha do Somme.

Os alemães conseguiram capturar um Mark I avariado, o qual foi descrito da seguinte forma pelos militares alemães: "Nos lados, ele tem chapa de blindagem de dois centímetros e meio de espessura e uma torre giratória de canhão, do formato de um ninho de andorinha. É dirigido através de uma peça traseira de articulação que pode ser movida para cima e para baixo. O veículo é tão pesado, que um vagão de trem sucumbiu sob o seu peso. Eles transportam muita munição, alimentos e uma gaiola com pombos-correio".

Os primeiros carros de combate eram consideravelmente lentos, perfazendo apenas seis quilômetros por hora, além de serem bastantes difíceis de manobrar. Dos 49 blindados da primeira geração usados em Flers, poucos retornaram a seus postos de origem.

Grande parte deles foi abandonada no caminho em função de panes no motor ou na esteira de rodagem ou acabou atolada em algum buraco ou lamaçal profundo. Nove deles foram destruídos pelos alemães. Depois de superar o susto inicial, os soldados alemães passaram a atacar os tanques com granadas de mão e armas de fogo.

Segundo um correspondente de guerra inglês, "a coragem dos alemães era fora do comum. Ignorando o fogo das metralhadoras dos veículos, eles tentavam, com uma fúria desesperada, assaltar os tanques e matar sua tripulação. Eles se alçavam reciprocamente ao teto do tanque, procuravam escotilha ou fendas e atiravam com revólveres nas frestas".

O número consideravelmente alto de baixas dos tanques de guerra levou o Exército alemão a acreditar que a artilharia seria sempre superior à nova invenção, o que foi considerado um erro estratégico alguns anos mais tarde.

Enquanto franceses e ingleses trabalharam na melhoria da qualidade dos seus tanques, chegando a ter no último ano da guerra alguns milhares deles, os alemães só tinham produzido 45 unidades até então. Um desequilíbrio que se tornou cada vez mais visível e acelerou a derrota alemã na Primeira Guerra.


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