quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Análise - "Al-Shabab e a guerra invisível: adaptação insurgente, dilema dos drones e o xadrez geopolítico no Chifre da África"

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As estradas do sul da Somália contam hoje uma história diferente da que marcava o auge da presença do al-Shabab. O que antes era anunciado pelo estrondo de comboios armados e colunas de caminhonetes técnicas, agora se dissolve no barulho discreto de motocicletas e no ranger de carroças de madeira. Para o jornalista e analista Abdi Guled, especialista em riscos políticos e segurança no Chifre da África, essa transformação não é apenas um ajuste tático, mas sim mais uma etapa no ciclo de adaptação que garante a sobrevivência de insurgências em ambientes frágeis.

“Eles agora se movem como mercadores”, confidenciou um morador de Jilib, voz baixa pelo medo de represálias. Essa frase resume o dilema atual: a insurgência que antes se exibia como força bélica hoje prefere a invisibilidade, misturando-se à população e tornando a distinção entre combatente e civil quase impossível.


A cartilha da insurgência global

O que ocorre na Somália não é caso isolado, mas parte de um manual já visto em outros conflitos:

* Talibã no Afeganistão: abandonaram comboios ostensivos e passaram a se deslocar em motocicletas e veículos civis, frustrando drones e sensores da OTAN até sua vitória política em 2021.

* Boko Haram na Nigéria: misturam combatentes em caravanas de pastores e comerciantes, explorando o fluxo humano para evitar ataques aéreos.

* Hamas em Gaza: inserem infraestrutura militar em meio à malha urbana, aumentando os custos políticos e humanitários de cada operação israelense.

* Houthis no Iêmen: adaptaram-se à superioridade aérea da coalizão árabe com dispersão e drones baratos, invertendo a lógica da guerra assimétrica.

O padrão é claro: mobilidade, camuflagem social e resiliência estrutural. Essas insurgências sobrevivem não por enfrentarem diretamente forças convencionais, mas por dissolverem-se e corroerem lentamente o Estado e sua legitimidade.

O dilema dos drones

A estratégia norte-americana de combater o Al-Shabab por meio de drones encontra limites evidentes. Um comboio armado é um alvo claro; já uma carroça com sacos de grãos pode carregar combatentes, ou apenas alimentos para uma família.

Essa ambiguidade reduz a efetividade militar e amplia os riscos políticos. Cada erro que resulta em civis mortos gera indignação local, fortalece a narrativa insurgente e enfraquece a legitimidade do governo somali e dos aliados estrangeiros.

Como apontou Guled, drones são eficazes contra alvos identificados, mas tornam-se problemáticos quando insurgentes se confundem com a população. A margem de erro encolhe, enquanto as consequências políticas e diplomáticas se ampliam.


Somália: entre o Estado frágil e a insurgência resiliente

Apesar das ofensivas recentes apoiadas por clãs aliados, o governo da Somália ainda não conseguiu consolidar presença efetiva no interior. O Al-Shabab continua arrecadando impostos, aplicando sua versão radical da lei islâmica e controlando vilas inteiras, ainda que agora de forma menos visível.

Para os civis, isso significa viver sob constante ambiguidade: uma carroça que parece carregar alimentos pode ser um alvo; um comerciante pode ser, na verdade, um combatente disfarçado. A incerteza alimenta o medo e a desconfiança.

A guerra invisível e o fator humano

O desaparecimento de comboios armados não significa a vitória do Estado, mas a adaptação do inimigo. O ciclo é conhecido: sob pressão, o grupo se retrai e se camufla; quando a vigilância diminui, ele reaparece, reorganizado. Essa elasticidade é a essência da guerra insurgente.

E para a população, isso significa estar presa entre dois fogos: de um lado, drones e operações governamentais; de outro, a persistente presença de um grupo que se disfarça, mas nunca desaparece.

O tabuleiro geopolítico do Chifre da África

O caso somali, no entanto, não pode ser visto isoladamente. Ele faz parte de um xadrez estratégico maior no Chifre da África, uma das regiões mais instáveis e disputadas do mundo.

Etiópia: após a guerra em Tigray, o país vive uma recomposição interna delicada. A instabilidade etíope tem reflexos diretos na Somália, já que tropas etíopes fazem parte da Missão da União Africana (ATMIS).

Eritreia: com histórico de confrontos com a Etiópia e uma postura militarizada, mantém influência na segurança regional e observa com interesse a evolução da situação somali.

Países do Golfo: Emirados Árabes Unidos e Catar disputam influência na Somália, financiando projetos de infraestrutura e apoiando facções políticas. Essa competição se entrelaça com a luta contra o al-Shabab, muitas vezes enfraquecendo a coesão interna.

Türkiye: consolidou-se como um dos atores externos mais influentes na Somália. Além de instalar uma das maiores bases militares fora do seu território em Mogadíscio, a Türkiye firmou acordos de cooperação militar e econômica de longo prazo, assumindo inclusive a responsabilidade de proteger e controlar o espaço marítimo somali por 10 anos. Isso garante à Marinha turca um papel direto na defesa das águas territoriais da Somália, região estratégica para o comércio global e para a segurança no Oceano Índico. Ancara também treina milhares de soldados somalis, fornece armamentos, apoio logístico e acordos na área de defesa que reforçam sua projeção como potência regional.

China: aposta em projetos de infraestrutura e na inserção da Somália na Iniciativa Cinturão e Rota, fortalecendo seu papel como ator econômico no Oceano Índico.

Estados Unidos: seguem focados no combate ao terrorismo, mas enfrentam crescente questionamento sobre a eficácia e os custos políticos de sua estratégia de drones.

Essa rede de interesses transforma a Somália em **ponto de convergência entre terrorismo, geopolítica e disputas econômicas globais**. O al-Shabab, consciente desse cenário, explora cada lacuna deixada pelo Estado e pela comunidade internacional.

Nosso olhar: além do contraterrorismo

Do ponto de vista estratégico, insistir numa solução puramente militar é insuficiente. O al-Shabab não se sustenta apenas pela força, mas pela ausência de alternativas estatais eficazes. Onde o Estado não chega com segurança, serviços e oportunidades, o grupo impõe-se como autoridade de fato.

Assim, o futuro da Somália depende de uma estratégia integrada que una:

1.Força militar sustentável, com tropas somalis treinadas e menos dependência de missões estrangeiras.

2.Construção institucional, com fortalecimento da governança local e combate à corrupção.

3.Inclusão socioeconômica, criando alternativas reais para comunidades que hoje dependem do al-Shabab.

4.Equilíbrio geopolítico, evitando que disputas externas transformem a Somália em palco de competição entre potências.


Conclusão: a guerra invisível continua

A análise de Abdi Guled revela a face mais atual da insurgência somali: menos visível, mas igualmente perigosa. O al-Shabab não busca derrotar o governo em campo aberto, mas corroê-lo lentamente, adaptando-se e resistindo.

Nosso olhar destaca que essa não é apenas uma guerra local, mas um fenômeno global das insurgências do século XXI, onde grupos compreendem suas limitações e transformam a invisibilidade em vantagem.

Enquanto o Ocidente aposta em drones e ataques seletivos, a Somália enfrenta uma realidade muito mais complexa: a de um inimigo resiliente, que se dissolve entre os civis e se alimenta da fragilidade do Estado.

No fim, a vitória dependerá não apenas de armas, mas da capacidade de reconstruir legitimidade e oferecer esperança a uma população que hoje vive entre drones no céu e combatentes disfarçados no chão.


por Angelo Nicolaci


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Taurus conquista vitória judicial contra fake news sobre a pistola 24/7

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A fabricante brasileira de armas Taurus obteve decisões judiciais favoráveis contra um indivíduo que divulgou em redes sociais, afirmações falsas sobre a pistola modelo 24/7, entre elas, que a pistola apresentaria falhas mecânicas capazes de ocasionar disparos involuntários. O caso, que transitou por instâncias gaúchas, resultou na remoção do vídeo ofensivo e em condenação por danos morais no valor de R$ 15 mil.

Segundo o processo, o réu publicou um vídeo afirmando que teria realizado uma perícia no armamento da Taurus, alegando que a arma apresentava falhas que poderiam provocar disparos “involuntários”. A empresa contestou, sustentando que não houve qualquer comprovação técnica da alegada perícia.

Em setembro de 2024, a 4ª Vara Cível de São Leopoldo (RS) acolheu pedido de tutela antecipada para determinar a remoção do vídeo. Em decisão subsequente, em setembro de 2025, a 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul confirmou a medida e fixou indenização de R$ 15 mil por danos morais, entendendo que o conteúdo configurava disseminação de fake news.

Com a decisão, a Taurus reafirma sua reputação e defende que a medida também serve como um alerta para os riscos da desinformação no ambiente digital, ainda que reconheça os desafios estruturais da lentidão do Judiciário no Brasil.

Sobre a arma: o modelo Taurus PT 24/7

Para contextualizar, a Taurus PT 24/7 (ou simplesmente “24/7”) é uma pistola de fogo produzida pela fabricante brasileira Taurus, com linha de produção em São Leopoldo (RS).

Características técnicas:

  • Estrutura e materiais: armação em polímero, slide (ferrolho) fabricado em aço, podendo ter acabamento com tratamento Tenifer ou inox fosco. 

  • Segurança e acionamento: a pistola conta com múltiplos mecanismos de segurança, como trava de percussor, trava de gatilho, indicador de cartucho na câmara e trava externa ambidestra.

  • Variante Pro: há versões como a PT 24/7 PRO no calibre .40 S&W, com capacidade para 16 tiros.

  • Uso institucional: a 24/7 é adotada por diversas forças policiais estaduais brasileiras, sendo classificada como arma de uso policial e para uso civil (mediante registro).

O enfrentamento judicial da desinformação

Esse caso da Taurus insere-se em um panorama mais amplo de disputas judiciais relativas à desinformação no Brasil. O uso massivo das redes sociais criou um ambiente propício à disseminação rápida de acusações não verificadas, cujo combate vem sendo discutido no âmbito legislativo e judicial.

No campo normativo, destaca-se o Projeto de Lei 2.630/2020, também chamado de “PL das Fake News”, que propõe mecanismos para responsabilizar plataformas digitais e usuários que divulguem conteúdos falsos.

Na esfera jurisprudencial, casos de repercussão eleitoral, como o Caso Francischini, têm demonstrado a crescente intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para punir a disseminação de notícias fraudulentas, mesmo diante de desafios de liberdade de expressão. 

Por outro lado, especialistas alertam para o risco de censura indevida. A linha divisória entre coibir mentiras e restringir críticas legítimas é tênue, o que exige que o Judiciário adote critérios técnicos e rigorosos de ponderação.

Relevância da vitória para a Taurus e para o debate público

Para a Taurus, a decisão significa não apenas reparação à honra e imagem da empresa, mas também um precedente na responsabilização de autores de fake news corporativas. Ao ganhar em segunda instância, a empresa reforça a tese de que críticas infundadas e acusações sem prova podem gerar consequências legais.

No plano público, o episódio chama atenção para a urgência de aprimorar mecanismos de verificação e sanção no ambiente digital, especialmente em temas sensíveis como segurança, armas de fogo e credibilidade institucional.

Para o cidadão comum, serve como alerta: compartilhar ou alimentar teorias sem respaldo técnico pode configurar responsabilidade legal e pesar no bolso.



por Angelo Nicolaci


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quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Exército Americano em Xeque: O Impacto do Discurso de Quantico na Operacionalidade

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O raro encontro realizado em Quantico, Virgínia, na última terça-feira, entre o presidente Donald Trump e o secretário de Defesa Pete Hegseth, expôs tensões profundas sobre disciplina, meritocracia e a neutralidade política das Forças Armadas dos Estados Unidos. O evento reuniu centenas de generais e almirantes e, embora tenha sido apresentado como uma sessão de orientação e motivação, revelou-se um fórum de definições políticas explícitas, que desafiam décadas de tradição militar apolítica.

Hegseth atacou duramente a aparência física de oficiais superiores, referindo-se aos “generais e almirantes gordos”, e defendeu a adoção de padrões físicos uniformes e rígidos, baseados exclusivamente em critérios masculinos e sem ajustes por idade ou função. Ele sugeriu que aqueles que não apoiassem sua agenda deveriam renunciar imediatamente. Para Hegseth, a disciplina física e a aparência profissional são fundamentais para recuperar décadas de “decadência” nas forças, em paralelo à rejeição das políticas de diversidade.

Trump endossou integralmente a visão do secretário de Defesa, declarando apoio irrestrito às tropas, mas também reforçando a politização do encontro. Em um discurso de mais de uma hora, abordou desde capacidades nucleares e operações em submarinos até críticas à mídia, ao ex-presidente Joe Biden e à Venezuela. Em vários momentos, o presidente sugeriu que tropas americanas poderiam ser usadas internamente como “campos de treinamento” em cidades como Portland, Oregon, ou Los Angeles, uma posição que gerou forte reação de autoridades locais e estaduais, incluindo os governadores democratas Gavin Newsom (Califórnia) e JB Pritzker (Illinois), que consideraram a proposta perigosa e inconstitucional.

O evento trouxe à tona um dilema estrutural das Forças Armadas americanas: como equilibrar disciplina, eficiência operacional e meritocracia com a neutralidade política que garante confiança institucional e lealdade à Constituição. Especialistas apontam que a politização direta de comandantes e a utilização de forças internas para fins políticos podem gerar erosão da moral, tensão na cadeia de comando e riscos à coesão organizacional. A ausência de reações visíveis dos altos oficiais presentes, que permaneceram em silêncio durante grande parte do evento, evidencia a complexidade desse equilíbrio e a pressão sobre líderes para não manifestarem discordância abertamente.

Do ponto de vista estratégico, as medidas defendidas por Hegseth e Trump impactam diversos aspectos das operações militares. A imposição de padrões físicos mais rigorosos, sem ajustes para idade ou função, pode melhorar o desempenho individual em testes pontuais, mas não necessariamente reflete capacidade operacional real em cenários complexos. Já a instrumentalização de tropas em operações internas para fins de treinamento ou controle político representa um precedente significativo, que pode afetar a percepção internacional sobre a neutralidade e o profissionalismo das Forças Armadas dos EUA.

Além disso, o evento se deu em um contexto de mudanças estruturais no Pentágono, incluindo demissões de oficiais seniores, restrições a livros em bibliotecas acadêmicas e ordens de ataques externos em áreas como a costa da Venezuela. Tais medidas, combinadas com a retórica de Quantico, sinalizam uma redefinição da cultura institucional: a lealdade política passa a ser vista por alguns setores como critério quase tão relevante quanto competência e julgamento profissional.

A análise estratégica sugere que esse tipo de intervenção política pode ter efeitos de médio e longo prazo, como aumento do turnover em altos comandos, desmotivação de oficiais experientes e desafios na implementação de políticas de defesa complexas. Internamente, a pressão por conformidade ideológica pode comprometer decisões técnicas críticas, enquanto externamente, a credibilidade das Forças Armadas perante aliados e adversários pode ser afetada, em especial em missões conjuntas e operações multinacionais.

Quantico 2025, portanto, não foi apenas um evento sobre aptidão física ou diversidade. Foi um indicador precoce de mudanças institucionais e culturais no Pentágono, onde meritocracia, disciplina e política se encontram em um terreno delicado, com potencial de redefinir os limites da autoridade presidencial sobre uma instituição que, historicamente, se mantém apolítica e subordinada à Constituição. Para analistas de defesa, o encontro representa um alerta sobre os riscos de politização e seus impactos na capacidade operacional, na moral interna e na projeção estratégica internacional dos Estados Unidos.


por Angelo Nicolaci


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com Reuters



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ABIMDE apoia Projeto de Lei Complementar para assegurar orçamento da Defesa Nacional

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O senador Carlos Portinho apresentou um Projeto de Lei Complementar (PLC) que visa criar condições de previsibilidade financeira para projetos estratégicos de Defesa Nacional, garantindo a continuidade de iniciativas essenciais ao Estado brasileiro e priorizando a indústria nacional de defesa. A proposta recebeu o apoio da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), que destacou a importância da medida para consolidar a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS).

O PLC propõe alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000) e na Lei Complementar nº 200/2023, estabelecendo que, entre o primeiro e o sexto exercício financeiro após a publicação da lei, as despesas com projetos estratégicos da Defesa não serão contabilizadas nas metas anuais de resultado primário nem nos limites de dotações orçamentárias definidos pela legislação vigente.

A iniciativa prevê ainda que os programas estratégicos priorizem a indústria nacional, com mínimo de 35% de conteúdo local, e que pelo menos 40% das despesas sejam destinadas a investimentos diretos, voltados à ampliação da capacidade de defesa do país. A proposta também impede o contingenciamento desses recursos, permitindo o uso de superávits de fundos vinculados ao Ministério da Defesa como fonte de financiamento.

Segundo o senador Portinho, a medida busca assegurar um fluxo contínuo de investimentos, evitando a interrupção de programas que historicamente sofrem com cortes orçamentários, o que resulta em perdas financeiras, deterioração de equipamentos e atrasos em cronogramas.

A ABIMDE reforçou que o fortalecimento da BIDS é decisivo para ampliar a capacidade de dissuasão do país, garantir autonomia tecnológica e consolidar uma cadeia produtiva que emprega mais de 2,9 milhões de brasileiros, direta e indiretamente. Estudos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) indicam que cada real investido em programas de defesa gera R$ 9,80 de impacto no Produto Interno Bruto, além de estimular a inovação tecnológica.

O projeto segue agora para análise no Congresso Nacional, onde precisará ser aprovado pela maioria dos parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, antes de ser encaminhado para sanção presidencial.


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com Rossi Comunicação


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CSD expande presença internacional com novo escritório comercial na Polônia

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A CSD – Componentes e Sistemas de Defesa, empresa brasileira consolidada no setor de defesa, deu mais um passo estratégico em sua expansão internacional ao anunciar a inauguração de um escritório comercial na Polônia. A iniciativa reforça o compromisso da companhia de fortalecer sua presença no mercado europeu e se aproximar de parceiros e clientes locais.

O escritório será liderado por um executivo polonês, evidenciando a estratégia da empresa de adaptar suas operações às especificidades do mercado europeu e estreitar relacionamentos estratégicos. Segundo o CEO da CSD, Nelson Hübner Junior, a escolha da Polônia se deve ao elevado potencial de investimentos do país na área de defesa nos próximos anos, representando uma parcela significativa do PIB dedicada ao setor. “Tivemos várias tratativas com potenciais parceiros poloneses e, por esse motivo, estabeleceremos lá nosso escritório comercial”, explicou Hübner.

O novo escritório permitirá à CSD expandir suas vendas internacionais, consolidar seu portfólio no continente europeu e desenvolver produtos alinhados às demandas locais. Além disso, a Polônia funcionará como um ponto de partida para criar oportunidades comerciais em outros países da região.

A empresa brasileira possui experiência em bombas de aviação, incluindo a série MK 80, munições de morteiro de 60, 81 e 120 mm, munição de artilharia de 155 mm, foguetes e drones de observação e kamikaze. Essa expertise permitirá que a CSD ofereça soluções estratégicas e adaptadas às necessidades do mercado europeu, consolidando seu papel como fornecedor confiável.

Como parte da Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) do Brasil, a CSD é considerada uma Empresa Estratégica de Defesa (EED) e possui diversos produtos credenciados como Produtos Estratégicos de Defesa (PED) pelo Ministério da Defesa. A companhia combina tecnologia brasileira, conhecimento técnico em desenvolvimento, produção e montagem de componentes metálicos e processos modernos, reforçando sua atuação internacional e sua posição de destaque no setor.

Com o escritório na Polônia, a CSD projeta um crescimento significativo na exportação de produtos de defesa, ampliando seu alcance global, consolidando relacionamentos estratégicos e explorando novas oportunidades no continente europeu.


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com Rossi Comunicação


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Safran reforça presença no Brasil com novidades em sistemas de aviação na ENAVSEG 2025

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A Safran, referência global em aviação, defesa e espaço, participa entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro do ENAVSEG 2025 — Encontro Nacional de Aviação de Segurança Pública e Defesa Civil, em Florianópolis (SC). O grupo apresenta soluções de ponta para busca e salvamento, inteligência embarcada e manutenção de motores aeronáuticos, por meio das empresas Safran Eletrônica & Defesa Brasil, Safran Electronics & Defense Avionics USA, Safran Cabin e Safran Helicopter Engines Brasil.

Um dos principais destaques é o avanço da Safran Eletrônica & Defesa Brasil rumo à consolidação como centro de manutenção, reparo e revisão (MRO) de equipamentos Beacons na América Latina até o fim de 2025. Os Beacons são essenciais para operações de busca e resgate, incluindo transmissores de localização de emergência para aeronaves civis e beacons pessoais militares. Alguns modelos utilizam sinal criptografado e frequências específicas para segurança da informação.

“A Safran tem um compromisso sólido com o Brasil e com nossos parceiros das áreas de defesa e segurança pública. Investimos continuamente em capacitação, tecnologia e transferência de conhecimento para oferecer não apenas produtos inovadores, mas também suporte local em reparo e manutenção. Essa evolução fortalece nossa presença no país e garante autonomia operacional às forças que dependem dessas soluções para salvar vidas”, afirma David Montmasson, CEO da Safran Eletrônica & Defesa Brasil.

Outro destaque é o Euroflir 410, sistema de câmeras multiespectrais de altíssima resolução, já em fase de testes no Brasil em parceria com a HBR Aviação, instalado em helicópteros Robinson 66. Com sensores de última geração, o Euroflir 410 permite identificar ameaças a longas distâncias, em qualquer condição climática, ampliando a capacidade de vigilância e resposta em operações críticas.



A Safran também apresenta sua cadeia digital para helicópteros, com as plataformas Cassiopée™ Alpha e Helicom. A primeira permite análise e monitoramento avançado de dados de voo, sendo implementada em aeronaves da Helisul Aviação. Integrada ao gravador de dados e à unidade de transmissão Helicom, a solução automatiza coleta, decodificação e relatórios analíticos, aumentando a segurança operacional e otimizando a gestão da frota.

Na área de propulsão, a Safran Helicopter Engines Brasil, em Xerém (RJ), consolida sua posição de liderança no mercado brasileiro. A unidade equipa metade dos helicópteros em operação no país e oferece manutenção, suporte técnico, logístico e comercial para forças policiais, corpos de bombeiros e Forças Armadas, garantindo confiabilidade e desempenho em missões críticas.

Com sua atuação no ENAVSEG 2025, a Safran reforça o compromisso com inovação, tecnologia e autonomia operacional no setor aeronáutico brasileiro, mantendo sua presença como parceiro estratégico das forças de defesa e segurança pública do país.


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