Nos últimos meses, a Europa Ocidental vem enfrentando um novo desafio à sua segurança: ataques de drones não identificados contra alvos estratégicos em diversos países. Em resposta, Alemanha, Reino Unido e Romênia têm implementado medidas para reforçar a defesa aérea e permitir ações mais rápidas contra ameaças desse tipo.
Na Alemanha, o chanceler Friedrich Merz anunciou, durante o fórum da CDU, a criação de uma unidade da polícia federal dedicada à defesa contra drones e a instalação de um centro de competência para veículos aéreos não tripulados. O objetivo é aprimorar a capacidade de vigilância, detecção e neutralização de drones que possam representar risco a instalações estratégicas e à população.
No Reino Unido, as autoridades planejam ir ainda mais longe. Sob orientação do Ministro da Defesa John Healey, soldados britânicos receberão poderes especiais para abater drones que ameacem bases militares, uma medida que busca agilizar a resposta e reduzir riscos. Atualmente, os militares podem apenas redirecionar drones ou bloquear seus sinais de GPS, sendo a ação cinética permitida apenas em circunstâncias excepcionais. Os planos futuros incluem a extensão das medidas a instalações civis, como aeroportos, após episódios recentes que expuseram vulnerabilidades do sistema. Em novembro do ano passado, quatro bases aéreas britânicas, Lakenheath, Mildenhall, Feltwell e Fairford, sofreram ataques de drones.
A situação não se restringe ao Reino Unido e Alemanha. A Romênia, por exemplo, aprovou uma lei que autoriza o abate de drones que invadam seu espaço aéreo, em resposta a múltiplas incursões russas durante o conflito na Ucrânia. A legislação, que enfrentou oposição de partidos isolacionistas e pró-Rússia no Parlamento romeno, entrou em vigor após meses de atrasos e confirma a necessidade de proteção das fronteiras nacionais e da OTAN. Os drones russos foram utilizados para espionagem militar e civil, além de testar capacidades de defesa romenas e da Aliança Atlântica.
Os recentes incidentes também tiveram impacto na aviação civil. Este ano, o Aeroporto de Munique precisou ser fechado por dois dias devido à presença de drones não identificados, enquanto aeroportos na Dinamarca e na Noruega enfrentaram situações similares. Em setembro, uma série de incursões com drones russos levantou preocupações sobre a segurança em países que apoiam ativamente a Ucrânia, evidenciando a necessidade de respostas coordenadas em nível europeu e da OTAN.
No início deste mês, a Cúpula na Dinamarca discutiu medidas para estabelecer uma defesa integrada contra drones, reforçando a importância da cooperação entre os Estados-membros da OTAN. Especialistas ressaltam que a vigilância do espaço aéreo, o uso de tecnologia antidrone e a capacidade de ação rápida são essenciais para mitigar ameaças futuras, tanto militares quanto civis.
A adoção dessas medidas reflete uma tendência crescente: a Europa Ocidental busca se adaptar a novos riscos tecnológicos, garantindo proteção eficaz de seus ativos estratégicos e da população diante da evolução das ameaças aéreas não convencionais.
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