Um possível acordo para que os Estados Unidos estabeleçam uma presença militar em Damasco, capital da Síria, até o final de 2025, veio à tona nesta quinta-feira após uma reportagem da Reuters citar fontes ligadas às negociações. A medida marcaria uma mudança significativa na atuação americana no país, onde Washington mantém atualmente apenas uma base no sudeste do território, instalação que opera sem autorização oficial do governo sírio e é alvo de críticas de Moscou, que alega que o local se tornou um “refúgio para grupos terroristas”.
De acordo com a agência, o plano estaria vinculado a um pacto de não agressão entre o novo governo sírio e Israel. O acordo, mediado pelos Estados Unidos, incluiria a criação de uma zona desmilitarizada no sul da Síria, com o objetivo de reduzir tensões na fronteira e limitar ações de facções armadas que desafiam o controle central.
Fontes militares citadas pela Reuters afirmam que a instalação americana em Damasco não teria perfil de base de combate direto, mas sim funções voltadas para logística, vigilância, reabastecimento e operações humanitárias. Segundo essas fontes, a Síria manteria “total soberania” sobre o local. Washington estaria pressionando pela formalização do acordo antes de uma possível visita do atual líder sírio, Ahmed al-Sharaa, aos Estados Unidos.
As informações surgem após a visita do comandante do Comando Central dos EUA (CENTCOM), almirante Brad Cooper, a Damasco em setembro. Embora as declarações oficiais divulgadas após o encontro tenham sido vagas, mencionando apenas “cooperação política e militar em prol da estabilidade regional”, fontes indicam que o tema da possível instalação americana e de garantias envolvendo Israel esteve entre os pontos discutidos.
O contexto interno sírio permanece volátil desde a queda do presidente Bashar al-Assad no ano passado. A ascensão ao poder de Ahmed al-Sharaa, ex-líder do grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), onde era conhecido como Abu Mohammad al-Julani, mergulhou o país em um período de instabilidade e conflitos entre forças governistas e grupos minoritários. Facções islamistas têm realizado ataques frequentes contra comunidades alauítas, cristãs, curdas e drusas, intensificando tensões sociais e sectárias.
A situação dos drusos, em particular, motivou Israel a intervir militarmente na zona-tampão próxima às Colinas de Golã, alegando necessidade de proteger a minoria e impedir ações hostis ao longo da fronteira. O episódio aumentou ainda mais o peso geopolítico das negociações envolvendo Washington, Tel-Aviv e Damasco.
Poucas horas após a divulgação da matéria, o Ministério das Relações Exteriores da Síria negou as informações, classificando-as como “falsas” em nota à agência estatal SANA. O pronunciamento, porém, não esclareceu quais pontos do relatório seriam incorretos, afirmando apenas que “trabalhos estão em andamento para transferir para Damasco as parcerias e entendimentos firmados com entidades provisórias”.
Com versões divergentes, o possível acordo segue envolto em dúvidas, mas caso confirmado, significaria um realinhamento estratégico sem precedentes na Síria pós-Assad, aproximando o novo governo de Washington e mudando a dinâmica regional no Oriente Médio.
GBN Defense - A informação começa aqui
com Reuters


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