A iniciativa reforça soberania digital e prepara o país para ameaças da próxima era tecnológica; acordo envolve pesquisa aplicada em algoritmos resistentes à computação quântica
O Brasil se posiciona para ocupar espaço de protagonismo na corrida global pela segurança cibernética pós-quântica. O CISSA e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) firmaram uma parceria inédita para conduzir pesquisas estratégicas na área de criptografia pós-quântica (CPQ), tecnologia considerada essencial para a proteção da soberania digital nas próximas décadas.
Ainda em fase de maturação, a computação quântica representa uma ruptura tecnológica capaz de comprometer toda a base de criptografia atualmente utilizada para proteger comunicações governamentais, militares, corporativas e pessoais. Com o avanço dos computadores quânticos, algoritmos amplamente adotados hoje poderão ser quebrados em questão de minutos. Para autoridades de segurança, isso inaugura uma corrida contra o tempo, marcada pelo risco crescente do cenário “Harvest Now, Decrypt Later”, quando dados sigilosos roubados hoje podem ser decifrados futuramente, à medida que a tecnologia evolui.
Segundo Georgia Barbosa, Gerente Executiva do CISSA, a iniciativa reforça o papel do centro de competência como agente de transformação tecnológica. “Ao desenvolvermos soluções pós-quânticas eficientes, garantimos que o país estará preparado para a próxima fronteira tecnológica, defendendo nossa soberania e a segurança dos nossos dados. Esta colaboração com a ABIN materializa nosso propósito, posicionando o Brasil não como um seguidor, mas como um protagonista na construção de um futuro digital seguro.”
Acordo abre caminho para soluções aplicadas à infraestrutura crítica
O primeiro acordo firmado prevê cooperação direta entre o CISSA e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações da ABIN (CEPESC). O projeto terá duração inicial de 18 meses e focará na otimização de algoritmos criptográficos resistentes a ataques quânticos. Embora considerados seguros, esses protocolos ainda apresentam alto custo computacional e elevado consumo de energia — fatores que desafiam sua adoção em larga escala, especialmente em ambientes de missão crítica como redes industriais, estruturas de governo e sistemas de defesa.
“A segurança digital no século XXI será definida por nossa capacidade de antecipar o futuro tecnológico”, afirma Vanderson Rocha, Diretor do CEPESC. “A parceria estratégica com o CISSA nos coloca na vanguarda da defesa cibernética, unindo a expertise de inteligência da ABIN ao ecossistema de inovação de ponta do CESAR. Juntos, estamos construindo as bases para proteger a infraestrutura de dados do Brasil contra as ameaças mais sofisticadas que estão por vir.”
O pesquisador-chefe do CISSA, Fábio Maia, destaca que o momento é decisivo: “Os algoritmos pós-quânticos são a solução, mas sua implementação em larga escala ainda é um desafio. Nossa pesquisa conjunta com a ABIN buscará refinar esses algoritmos para torná-los viáveis e eficientes, garantindo uma transição segura e sem vulnerabilidades para os sistemas governamentais.”
Soberania digital e defesa nacional
Além do avanço tecnológico, a iniciativa reforça diretrizes estratégicas de Estado, alinhando-se às agendas de soberania digital, defesa cibernética e autonomia tecnológica, temas prioritários para nações que buscam reduzir dependência externa em tecnologias sensíveis.
A parceria também consolida o CISSA e o CESAR como polos centrais da pesquisa aplicada em segurança cibernética no País, fortalecendo a formação de competências nacionais e a capacidade do Brasil de se preparar para ameaças emergentes em um cenário internacional cada vez mais competitivo.
GBN Defense - A informação começa aqui
.png)

.jpg)


0 comentários:
Postar um comentário