quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Observador da Junta Interamericana de Defesa elogia profissionalismo da Marinha do Brasil na "Operação Furnas 2025"

A "Operação Furnas 2025", o maior exercício realizado pela Marinha do Brasil no estado de Minas gerais, reuniu no país observadores estrangeiros e representantes de organismos internacionais para acompanhar, in loco, o adestramento das tropas em cenários de resposta a crises, apoio humanitário e operações ribeirinhas. O GBN Defense esteve presente com seu editor, Angelo Nicolaci, acompanhando as atividades, que contaram com delegações e observadores da França, México, Arábia Saudita, Equador, Portugal, Reino Unido e Namíbia, além da participação de tropas francesas e italianas em ações combinadas.

Entre os representantes internacionais, esteve o Coronel Chávez, do Equador, integrante da Junta Interamericana de Defesa (JID), que avaliou positivamente o nível de preparo, a integração interagências e a capacidade de pronta-resposta demonstrados pela Força Naval brasileira.

Segundo o oficial equatoriano, participar como observador permitiu ampliar a compreensão sobre a diplomacia naval e a cooperação internacional entre marinhas do continente. “Foi possível compreender que as Marinhas de diferentes países podem apoiar-se no compartilhamento de ensinamentos doutrinários. Além disso, podem cooperar em situações que ultrapassem as capacidades de qualquer Marinha para cumprir sua missão”, destacou.

O cronograma do exercício incluiu demonstração de operações de pronta resposta, com acompanhamento do emprego de uma QRF (Quick Reaction Force) no cenário de missão de paz no âmbito da ONU, além de operações ribeirinhas conduzidas em conjunto por militares brasileiros, franceses e italianos, cenário que evidenciou a interoperabilidade entre forças amigas. Outro ponto de destaque foi uma operação interagências simulando uma crise humanitária, reunindo Marinha do Brasil (Fuzileiros Navais), Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Guarda Municipal e equipes de saúde, em um cenário de desastre que exigiu coordenação integrada para proteção da população.

Ao comentar as lições observadas durante o treinamento da Força de Paz Brasileira, o Coronel Chávez afirmou que o Brasil demonstrou possuir elevado grau de preparo e capacidade de projeção, estando apto a atuar em distintos cenários. “Ficou evidente no nível de treinamento e nos meios disponíveis que a força pode cumprir com excelência e êxito as missões que lhe forem atribuídas, onde quer que seja necessário seu emprego”, afirmou.

Cooperação e fortalecimento de capacidades regionais

O representante da JID ressaltou que as lições colhidas durante o exercício serão de grande utilidade para fortalecer programas e capacidades militares no Equador, especialmente no que diz respeito ao apoio humanitário e às operações em ambiente ribeirinho, realidade compartilhada por diversos países da região.

“Levaremos essas lições aprendidas à nossa Marinha, para aprimorar nossa doutrina e orientar os meios necessários ao emprego eficiente dessas capacidades”, afirmou, reforçando a contribuição do Brasil para a modernização doutrinária das forças navais parceiras.

Integração interagências como diferencial brasileiro

Um dos pontos que mais chamou a atenção do observador foi a capacidade de coordenação entre as Forças Armadas e diferentes instituições do Estado brasileiro durante o exercício, um requisito fundamental para operações em desastres naturais e situações de crise.

Segundo o Coronel Chávez, “foi possível constatar o elevado profissionalismo da Marinha do Brasil, seu nível de treinamento e a disponibilidade de meios, além de destacar a integração alcançada com diferentes instituições estatais para atuar em casos de desastres naturais ou situações adversas que exijam intervenção para a segurança da população”.

Papel da Junta Interamericana de Defesa

Vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA), a Junta Interamericana de Defesa (JID) atua como organismo consultivo que promove cooperação em defesa, segurança hemisférica, interoperabilidade e intercâmbio técnico entre as forças armadas das nações do continente. A participação da JID em exercícios como a "Operação Furnas 2025" reforça a integração regional e a capacidade de resposta conjunta diante de crises.

O Coronel Chávez afirmou que, sob a perspectiva da JID, a participação foi “muito proveitosa em todos os aspectos”. Ele acrescentou que a experiência reforça a segurança de que os países membros podem contar com o apoio da Marinha do Brasil caso uma situação de crise ultrapasse a capacidade militar de um Estado. “O Brasil já demonstrou experiência e participação relevantes em cenários desse tipo anteriormente”, complementou.

Laços bilaterais fortalecidos

Ao final, o oficial equatoriano destacou que o exercício contribuiu diretamente para o estreitamento das relações entre Brasil e Equador. “Levo impressões muito positivas e favoráveis no âmbito profissional e, especialmente, para nossos países. Convites como este a nações amigas fortalecem laços de irmandade, considerando que nossas Marinhas existem para servir à segurança de nossas populações.”

Com resultados reconhecidos internacionalmente, a "Operação Furnas 2025" reforça o papel do Brasil como referência em missões de paz, operações ribeirinhas, resposta humanitária, integração interagências, interoperabilidade e diplomacia naval, pilares estratégicos para a segurança regional e para a cooperação entre as Marinhas das Américas.



por Angelo Nicolaci


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