A Alemanha surpreendeu a comunidade internacional ao aprovar a venda de 150 mísseis ar-ar IRIS-T para a Arábia Saudita, após um longo período de embargo no setor de defesa. A decisão foi tomada pelo Conselho de Segurança Federal Alemão, com a autorização do chanceler Olaf Scholz e ministros relacionados à segurança.
Até a semana passada, a Alemanha vinha embragando o pedido da Arábia Saudita para fornecer caças Eurofighter Typhoon do Reino Unido, uma vez que a Alemanha é membro do consórcio Eurofighter. A decisão de aprovar a venda dos mísseis IRIS-T é vista como uma reviravolta significativa na política de defesa alemã.
O fabricante dos mísseis, Diehl Defense, teve a oportunidade de fornecer os mísseis encomendados à Arábia Saudita após o Ministério da Economia enviar o acordo à Comissão de Assuntos Econômicos do Parlamento Federal. Essa permissão marca a retomada das exportações de equipamento militar alemão para Riad, que estava suspensa há muito tempo.
O porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, confirmou a autorização em comunicado oficial em Berlim, esclarecendo que se trata de uma entrega do Ministério da Economia e Proteção Climática. Ele destacou a natureza específica dos mísseis IRIS-T, salientando que são mísseis usados em aeronaves, não comparáveis aos usados na Ucrânia.
O míssil IRIS-T (InfraRed Imaging System – Tail/Thrust Vector Controlled) é um sistema de curto alcance desenvolvido em colaboração com parceiros industriais da Suécia, Espanha, Itália, Grécia, Noruega e Áustria, sob a liderança da empresa Diehl Defense. Desde 2005, mais de 5.000 mísseis IRIS-T foram produzidos, sendo uma arma padrão no caça Eurofighter Typhoon.
A versatilidade do IRIS-T permite sua integração em várias plataformas, incluindo F-16, Gripen, Tornado, EF-18, KF-21, F-5E, FA50 e IAR-99. Com capacidade de enfrentar não apenas aviões de guerra inimigos, mas também mísseis ar-ar e terra-ar, o míssil tem um alcance declarado de até 40 quilômetros em fontes abertas, com capacidade de engajamento de 360 graus.
Essa decisão da Alemanha certamente levantará debates sobre a ética das exportações de armas, considerando a situação geopolítica e as preocupações com os direitos humanos associadas à Arábia Saudita. O governo alemão, ao dar luz verde para essa venda, parece estar reavaliando sua posição estratégica no cenário internacional e suas relações com parceiros regionais.
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