terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Lockheed Martin Revela Desafios na Cadeia de Suprimentos e Projeções para 2024

Nesta terça-feira (23), a Lockheed Martin, gigante norte-americana da indústria de defesa, anunciou resultados financeiros para o ano de 2023 e antecipou projeções para 2024, revelando desafios significativos em sua cadeia de suprimentos. A empresa, conhecida por fabricar os avançados caças F-35, enfrenta interrupções que afetaram sua taxa de produção, e consequentemente, prejudicaram suas projeções de lucro para este ano.

As ações da Lockheed Martin inicialmente subiram até 2% nas negociações de pré-mercado nesta terça-feira (23), mas voltaram a cair após a divulgação dos resultados. O contexto geopolítico atual, com crescentes tensões entre China e Filipinas, conflitos em andamento entre Rússia e Ucrânia, e questões no Oriente Médio, tem impulsionado um aumento notável nas encomendas para indústria de defesa dos EUA. No entanto, as perturbações na cadeia logística e de abastecimento, associadas à pandemia e a escassez de mão de obra especializada, têm sido um desafio para o setor.

A Lockheed Martin reportou que sua taxa de produção foi impactada pela baixa disponibilidade de conjuntos de processadores, motores de foguetes sólidos, peças fundidas e forjadas. O programa F-35, carro-chefe da empresa no segmento aeronáutico, foi particularmente afetado, resultando em uma queda de US$ 275 milhões nas vendas líquidas no quarto trimestre em comparação com o ano anterior.

Alguns analistas expressaram preocupações sobre os riscos associados às perturbações na cadeia de abastecimento, temendo que esses desafios não se dissipem rapidamente. A empresa mencionou que os pagamentos finais de alguns F-35 estão sendo adiados por vários meses até que uma atualização de software seja aprovada para as aeronaves construídas recentemente.

A Lockheed Martin, em sua sede em Bethesda (Maryland), anunciou nesta terça-feira uma projeção de lucros para 2024 na faixa de US$ 25,65 a US$ 26,35 por ação. Esses números ficaram abaixo das expectativas médias dos analistas, que esperavam um lucro de US$ 26,62, de acordo com dados do LSEG.

No quarto trimestre de 2023, a Lockheed Martin registrou um lucro líquido de US$ 1,87 bilhões, representando uma queda de 2,4% em relação ao ano anterior. No entanto, em termos de lucro por ação, houve um aumento de US$ 7,40 para US$ 7,58.

As vendas no maior negócio aeronáutico da empresa caíram 0,3%, enquanto as vendas totais da Lockheed Martin tiveram uma queda de 0,7%, totalizando US$ 18,87 bilhões no trimestre encerrado em 31 de dezembro. A receita da unidade de mísseis e controle de tiro, responsável pelo Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (HIMARS), também caiu 3,5%, atingindo US$ 3,17 bilhões.

Em entrevista à Reuters, o diretor financeiro Jay Malave afirmou que as despesas de capital permanecerão elevadas em 2024, pois a empresa continuará investindo na produção de sistemas de armas altamente demandados, como o Sistema de Lançamento Múltiplo de Foguetes Guiados (GMLRS) e o HIMARS. Esses sistemas foram destacados pelo Pentágono para uso no teatro do Pacífico, incluindo o Joint Air-to-Surface Standoff Missile (JASM) e o Míssil Anti-Navio de Longo Alcance LRASM.

Os resultados financeiros da Lockheed Martin são observados de perto como um indicador para o setor de defesa como um todo. Rivais como a Northrop Grumman e a General Dinamics, devem divulgar seus resultados trimestrais ainda esta semana. A Lockheed espera alcançar vendas na faixa de US$ 68,50 bilhões a US$ 70 bilhões em 2024, superando as expectativas médias dos analistas, que apontavam para US$ 68,66 bilhões.


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com agência Reuters

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