Um barco pesqueiro russo naufragou no Atlântico na madrugada desta quinta-feira (2), deixando pelo menos 54 mortos. A embarcação "Dálni Vostok" (do russo, "Extremo Oriente") levava 132 tripulantes, 15 dos quais continuam desaparecidos.
Entre os membros da tripulação, 78 eram russos; 42, do Burma; 5, de Vanuatu; 4, da Ucrânia e 3, da Letônia.
O acidente ocorreu no no mar de Okhotsk a 330 km da cidade litorânea de Magadan, que fica a mais de 10 mil quilômetros a leste de Moscou.
Pelo menos 63 tripulantes foram resgatados e encontram-se em estado grave. Dez deles continuam inconscientes e com hipotermia. As buscas por desaparecidos prosseguem.
De acordo com o especialista em situações de emergência da agência Ria Nôvosti, as chances de sobrevivência dos tripulantes que ainda estão nas águas congeladas é praticamente nula, já que as vestes aquáticas de que os marinheiros dispunham permitem a sobrevivência nessas condições por apenas 15 ou 20 minutos.
Na região do acidente encontram-se mais de 26 embarcações de pesca, cujas tripulações realizam operações de salvamento.
Motivos do naufrágio
O Comitê Investigativo da Federação Russa abriu um processo criminal por infração de regras pesqueiras baseado no parágrafo 3 do artigo 263 do Código Penal da Federação Russa, "Sobre a violação de regras de segurança de tráfego e exploração de transporte marítimo acarretando em morte de um ou mais indivíduos".
"Iniciou-se um processo. Agora, os investigadores estão recolhendo documentos sobre as condições técnicas da embarcação, autorizações de navegação e outros. Também planeja-se interrogar os tripulantes. Quando eles forem levados ao hospital, dependendo de suas condições, os investigadores falarão com eles", disse a porta-voz da direção de investigações de transporte do Extremo Oriente, Oksana Polchakova.
"No momento, os investigadores acreditam que o motivo mais provável do naufrágio tenha sido o choque da embarcação com um obstáculo, o que teria danificado o casco na região da seção de máquinas", disse o porta-voz do Comitê Investigativo da Federação da Rússia, Vladímir Márkin.
Inicialmente, considerava-se a possibilidade de o gelo ter destruído o casco da embarcação. Mais tarde, porém, o vice-governador de Kamtchatka, Serguêi Khabarov, declarou à agência Tass que a infração de regras de navegação seria o motivo mais provável do acidente.
O porta-voz do Ministério para Situações de Emergência na região pronunciou à agência Interfax versão similar. "De acordo com dados preliminares, a tripulação do barco infringiu regulamentos pesqueiros. A embarcação, que tinha pouca reserva de combustível, levantou uma rede com peso de quase 80 toneladas, e abaixou outra. Nas condições de agitação do mar, o barco inclinou e começou a afundar", disse.
A embarcação, de acordo com o centro de coordenação de salvamento marítimo em Petropavlosvk-Kamtchatka afundou completamente em apenas 15 minutos, e por isso não conseguiu emitir o sinal de SOS.
Um representante da companhia de navegação proprietária do barco disse à Ria Nôvosti que a embarcação estava completamente preparada para a viagem. "O barco estava em condições de trabalho, estava totalmente preparado para o trajeto em todos os parâmetros. Ele foi reformado no final de 2014, por isso não faz sentido a suposição de que o barco afundou devido a negligência técnica", disse.
O presidente ordenou que o ministro para Situações de Emergência, Vladímir Putchkov, e os governadores das regiões de Magadan e Sakhalin façam todo o possível para prestar ajuda às vítimas do naufrágio.
O Ministério da Defesa da Rússia negou nesta sexta-feira (4) que o naufrágio do navio pesqueiro "Dálni Vostok" foi causado após colisão da embarcação com um submarino.
"A informação divulgada em alguns veículos de imprensa e nas redes sociais sobre o motivo do naufrágio do navio pesqueiro ter sido a colisão com um submarino foi inventada", declarou o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Ígor Konachenkov.
Até o momento, o acidente deixou 56 mortos. Treze tripulantes da embarcação continuam desaparecidos e 63 foram resgatados e permanecem no hospital.
As buscas, que entram no segundo dia, continuarão até sábado (4).
Fonte: Gazeta Russa
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