Entre os dias 14 e 17 de agosto, foi realizado na cidade de Angra dos Reis (RJ), o Exercício Geral de Emergência Nuclear anual, denominado Itaorna 2023, Coordenado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), o qual envolveu instituições militares e civis, afim de certificar os procedimentos emergenciais no caso de um incidente nuclear envolvendo as Usinas Nucleares de Angra I e II.
Nesta edição, foi mobilizado um contingente que supera os 1.000 militares, contando com pessoal especializado e meios do Exército Brasileiro, Marinha do Brasil e Força Aérea, além do contingente mobilizado pela Defesa Civil, Corpo de Bombeiros Militares (CBMERJ), dentre outras instituições.
Nosso editor, Angelo Nicolaci, esteve presente desde a ativação da Força Naval Componente, ocorrida em cerimônia a bordo do Navio Patrulha Oceânico (NPaOc) "Amazonas", na manhã da última segunda-feira, 14 de agosto, seguindo a bordo para Angra dos Reis, acompanhando o Contra-Almirante Elson Luiz de Oliveira Góis, responsável pelo Comandando do Exercício Geral de Resposta Emergência Nuclear.
O exercício que tem por objetivo testar a tomada de decisão e a capacidade dos centros de emergência, bem como avaliar os sistemas e o pronto emprego de protocolos de saúde, segurança e logística, demonstrando a prontidão e a capacidade de resposta em eventos dessa natureza, em prol da segurança e da proteção das instalações nucleares, dos trabalhadores, da população e do meio ambiente.
O evento é, ainda, uma oportunidade para testar o Sistema de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR) da Marinha, responsável por essa atividade no contexto das Operações e Ações de Guerra Naval, em prol do Programa Nuclear da Marinha e do Programa de Submarinos, bem como, de forma subsidiária, do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil e do próprio SIPRON.
Na terça-feira, foi realizado no Colégio Naval, um evento aberto ao público, que exibiu as capacidades da Força de Fuzileiros da Esquadra, com Batalhão de Defesa Nuclear Biológica Química e Radiológica (NBQR), o Exército Brasileiro também apresentou as capacidades do 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (1º Btl DQBRN), ambos expuseram seus materiais e laboratórios móveis.
Tanto a Marinha do Brasil, quanto o Exército Brasileiro, promoveram em paralelo ao exercício, duas Ações Cívicos Sociais (ACISO), em localidades distintas de Angra dos Reis, com a Marinha levando diversos serviços a população na região de Mambucaba entre os dias 15 e 17. Enquanto o Exército Brasileiro se instalou no Estádio Municipal Jair Toscano de Brito, onde montou o Hospital de Campanha (H Cmp), oportunidade em que militares do Serviço de Saúde da Força ofereceram atendimentos à população.
Dentre os serviços médicos disponibilizados em ambos ACISOS, a população teve acesso as especialidades de Clínica Geral e Odontologia, além de vacinação, corte de cabelo, além de apresentações com cães e motos realizadas pelos Fuzileiros Navais em Mambucaba, por exemplo. Quem visitou o estádio, pode conhecer um pouco melhor o 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (1º Btl DQBRN), Organização Militar Diretamente Subordinada ao CML, que apresentou Técnicas, Táticas e Procedimentos de detecções e descontaminações de materiais químicos, coleta de amostras de solo, ar, água e vegetação, bem como de pessoal e equipamentos sensíveis. Nesse contexto, cabe ressaltar a efetividade do Laboratório Móvel Radiológico Nuclear, que é um meio de assessoramento técnico-científico com autonomia energética de até 72 horas e capacidade para avaliar material radioativo por meio de partículas Alpha, Beta e Gama coletadas pela equipe de reconhecimento.
O Coordenador do Exercício, Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, General Marcos Antônio Amaro dos Santos, acompanhou as atividades, visitando as instalações e centros de comando na quinta-feira, 17 de agosto, conferindo as capacidades de pronta resposta e sinergia entre as instituições civis e militares diante de um complexo cenário envolvendo um incidente nuclear.
Além das Organizações Militares já mencionadas, o Comando Conjunto ativado para o exercício foi composto por representantes e tropas adjudicadas da 1ª Divisão de Exército, do Grupamento de Unidades Escola - 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, da Força de Prontidão do 57° Batalhão de Infantaria Motorizado Escola, do 11° Batalhão de Polícia do Exército, do 25° Batalhão Logístico e do Batalhão Escola de Comunicações.
Durante o exército, o Comando Militar do Leste (CML), integrou o Estado-Maior do Comando Conjunto, com Coronel Rodrigo Tramontini, desempenhando a função de Chefe do Estado-Maior.
O Ápice do exercício se deu com exercício de Evacuação Marítima de civis, realizado na Praia Vermelha, conforme presenciamos.
O exercício deixou clara a capacidade de pronta resposta a qualquer incidente que possa ocorrer, embora as chances de um acidente nuclear serem próximos a zero, devido ao alto nível de segurança nas instalações nucleares brasileiras, e muito importante sabermos que estamos prontos para enfrentar qualquer ameaça neste campo.
Por Angelo Nicolaci
Fotos Nicolaci
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