domingo, 29 de janeiro de 2023

De volta aos tempos soviéticos? Treinamento militar em escolas russas


A Rússia retomou o treinamento militar básico nas escolas secundárias, o que despertou a atenção de observadores internacionais. Inclusive o Ministério da Defesa britânico em sua atualização diária de inteligência sobre a invasão russa da Ucrânia destacou essa medida adotada pelo governo russo, o que sinaliza uma preparação para escalada no conflito com a vizinha Ucrânia.

A formação militar básica nas escolas secundárias tornou-se obrigatória em setembro de 2022. A Rússia anunciou também treinamento obrigatório semelhante para estudantes universitários em dezembro.

O retorno do currículo militar nas escolas russas, relembra os anos sombrios da União Soviética, a qual tinha em sua grade curricular a formação militar básica nas escolas.


Neste sábado (28), um ataque com mísseis russos na região oriental de Donetsk matou pelo menos três pessoas, enquanto as forças ucranianas enfrentavam as tropas russas em batalhas ferozes em vários pontos quentes no leste. Moscou tem pressionado sua ofensiva com urgência crescente em meio as promessas de entrega por países aliados de Kiev, de modernos carros de combate.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, aproveitou a ocasião para pressionar os aliados ocidentais a fornecer à sua nação mísseis de precisão de longo alcance, conhecidos como ATACMS, para reduzir a capacidade da Rússia de atingir suas cidades.



“Seria possível parar esse terror russo se pudéssemos obter os mísseis apropriados para nossas forças militares”, disse Zelensky em seu discurso no último sábado (28).

Anteriormente, Zelensky havia dito que grandes batalhas estavam em andamento em Vuhledar e Bakhmut, uma cidade que foi praticamente arrasada por repetidos bombardeios de artilharia russa.

Na cidade de Kostyantynivka em Donetsk, o ataque russo a um bairro residencial matou três pessoas e feriu pelo menos outras 14, disse o governador regional Pavlo Kyrylenko.

A operária Iryna Maltseva de 42, disse que estava assistindo televisão quando a explosão sacudiu violentamente sua sala de estar.

"Abri os olhos e tudo explodiu", disse ela. "Eu estava coberta de sangue. Mamãe estava sentada no quarto, também coberta de sangue."

Kyrylenko disse que quatro prédios de apartamentos e um hotel foram danificados e que equipes de resgate e policiais estavam no local para "documentar cuidadosamente mais um crime cometido pelos invasores russos".

"Kostyantynivka é uma cidade relativamente distante da linha de frente, mas ainda assim sofre constantemente com ataques inimigos. Todos os que permanecem na cidade se expõem a um perigo mortal", disse Kyrylenko, segundo a Associated Press. "Os russos atacam civis porque não são capazes de lutar contra o exército ucraniano."

Os ataques de sábado foram os últimos de uma série realizados pelas forças russas que atingiram alvos civis ucranianos, enquanto Moscou aparentemente tenta enfraquecer a determinação do país.

O chefe do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, Oleksiy Danilov, disse à RFE/RL que Moscou estava se preparando para uma nova ofensiva em 24 de fevereiro, aniversário da invasão russa.

"Agora eles estão se preparando para a operação com força máxima... e acreditam que no aniversário devem ter algumas conquistas", disse Danilov. "Não é segredo que eles estão se preparando para uma nova onda até 24 de fevereiro, como eles mesmos dizem."

Kirby disse que Washington prevê um “período intenso de combates nos próximos meses”, acrescentando que “não há sinal” de que a guerra pare.

Zelenskyy disse na sexta-feira (27) que a Ucrânia precisa de até 500 carros de combate e também de aeronaves.

"Precisamos de 300 ou 500 tanques agora. Precisamos de tanques para proteger nosso território, nossa terra. Precisamos de veículos blindados para proteger nosso povo, só isso", disse ele em entrevista à Sky News.

Até agora, um total de 321 tanques pesados ​​foram prometidos à Ucrânia por vários países, disse o embaixador da Ucrânia na França, Vadym Omelchenko, na televisão BFM na sexta-feira.

A presidente da Comissão da UE, Ursula von der Leyen, também garantiu à Ucrânia o apoio incondicional do bloco.

Falando no sábado em Duesseldorf, na Alemanha, von der Leyen disse: "Estamos ao lado da Ucrânia sem nenhuma dúvida".

Von der Leyen e seus colegas comissários da UE planejam uma cúpula UE-Ucrânia em 3 de fevereiro.

O Kremlin reagiu com fúria aos últimos gestos de solidariedade ocidental com a Ucrânia e disse que vê a promessa de entrega de carros de combate avançados como evidência de um crescente "envolvimento direto" dos Estados Unidos e da Otan na guerra da Rússia, algo que ambos negam.


Fonte: Agências de notícias 

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