domingo, 22 de novembro de 2009

África e América Latina podem trazer "nova ordem política",


O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse neste domingo que países como o Irã, o Brasil, a Venezuela, a Bolívia, a Gâmbia e o Senegal "têm a capacidade de instaurar uma nova ordem política no mundo", pouco antes de deixar Teerã para uma visita à África e à América Latina, segundo a agência de notícias Irna.

"Juntos, Brasil, Venezuela e Bolívia formam uma grande potência política, econômica, comercial e cultural", avaliou Ahmadinejad. "O Irã e o Brasil têm uma visão comum da situação no mundo, e estão determinados em desenvolver sua cooperação."

Ahmadinejad fará uma escala na Gâmbia antes de seguir para o Brasil, onde chega amanhã (23). Em seguida, partirá para Bolívia, Venezuela e o Senegal.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recebeu recentemente seu colega israelense Shimon Peres, defende o direito do Irã à energia nuclear pacífica --o programa nuclear do Irã já foi objeto de cinco resoluções e de sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Em entrevista concedida à agência de notícias France Presse em setembro, ele se declarou categoricamente oposto a novas sanções contra o Irã.

O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a reeleição de Ahmadinejad, contestada com violência pela oposição. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, maior aliado de Ahmadinejad na América Latina, já expressou diversas vezes seu apoio ao programa nuclear iraniano.

Hoje Lula disse que vai repetir ao colega iraniano o mesmo discurso pela construção da paz que teve neste mês com o presidente de Israel, Shimon Peres, e com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas. Lula destacou, no entanto, que no momento é preciso descobrir quem não quer a paz no Oriente Médio e colocar para "escanteio".

"Acho que somente a paz pode garantir crescimento dos países, a tranquilidade dos povos e a melhoria de vida das pessoas", afirmou o presidente. "O que nós precisamos detectar agora é quem não quer a paz, a quem interessa que não haja paz no Oriente Médio. Alguém está ganhando com isso, e é esse alguém que está ganhando com a não existência da paz no Oriente Médio que nós nos precisamos colocar num canto, colocar para escanteio."


Crítica

A chegada de Ahmadinejad ao Brasil no entanto, foi objeto de crítica por parte do presidente da Subcomissão para a América Latina da Câmara de Deputados dos Estados Unidos, o democrata Eliot Engel. Na sexta-feira (20) ele disse que o presidente Lula "está cometendo um grave erro".

"O Irã executou dois atentados terroristas letais em solo sul-americano nos anos 90, pede a destruição de Israel e desenvolve armas nucleares em segredo", afirmou. "Lula não deveria legitimar Ahmadinejad encontrando-se com ele no Brasil."

O governo brasileiro indicou seu desejo de dialogar com o Irã, ao invés de isolá-lo para tentar fazer com que o país desista de prosseguir com seu programa nuclear. Em entrevista coletiva após a cúpula do G20 em Pittsburgh (nos Estados Unidos), há dois meses, Lula afirmou que pretendia aumentar as relações comerciais com o Irã, apesar da confirmação de que o país havia construído mais uma usina nuclear em segredo.

Washington acusa o Irã de tentar obter uma bomba atômica, enquanto Teerã afirma que desenvolve um programa nuclear com fins exclusivamente civis.

Lula rebate as críticas à visita de Ahmadinejad afirmando que busca fomentar um diálogo para contribuir com a paz no Oriente Médio, e oferece o Brasil como um interlocutor para a região


Fonte: France Presse
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