O presidente russo Vladimir Putin planeja enviar uma delegação parlamentar aos Estados Unidos para falar com seus colegas do Congresso americano sobre o conflito na Síria. Esta iniciativa acontece depois que, no sábado, o presidente Barack Obama surpreendeu o mundo adiando uma ação militar contra a Síria que parecia iminente e condicionando-a ao aval do Congresso de seu país.
"A iniciativa é muito oportuna e acertada", afirmou Putin, citado pelas agências locais. "Manter um diálogo direto com o Congresso americano sobre o tema sírio será uma contribuição importante nas relações entre Rússia e Estados Unidos", acrescentou.
Rússia refuta uso de armas químicas e envia navio à Síria para obter dados
A Rússia anunciou nesta segunda-feira o envio de um navio de sua Marinha ao litoral da Síria para obter informações sobre o conflito no país, por refutar as provas apresentadas pelos Estados Unidos sobre o suposto uso de armas químicas por parte do regime de Bashar al Assad.
"No domingo à noite, (o navio de reconhecimento) "Priazovie" zarpou em direção ao Mediterrâneo oriental. A tripulação deve coletar informações operacionais na região do conflito", informou uma fonte diplomática militar russa à agência de notícias "Interfax".
A embarcação não se somará à pequena frota da armada russa que opera de forma permanente no Mediterrâneo desde junho, mas cumprirá uma missão ordenada diretamente pelo Estado-Maior das Forças Armadas.
"Temos intenção de obter o máximo de informações possível pelo interesse da segurança nacional da Rússia, analisar minuciosamente as táticas dos participantes do possível conflito e tirar conclusões para o futuro", explicaram.
A Síria, principal aliado de Moscou no Oriente Médio desde os tempos da União Soviética, tem no porto de Tartus a única base militar russa no exterior.
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou hoje que as provas apresentadas pelos EUA sobre o suposto uso de armas químicas pelas tropas governamentais sírias não são nada convincentes.
"Mostraram relatórios que não tinham nada concreto: nem coordenadas geográficas, nem nomes, nem provas de que as amostras foram recolhidas por profissionais. Também não nos convence minimamente o que apresentaram antes nossos parceiros americanos, britânicos e franceses", reiterou.
Lavrov disse que quando Moscou pede detalhes concretos, "eles respondem que tudo isso é secreto" e, portanto, não podem entregá-los.
Ontem, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou que o país tem provas do uso de gás sarin pelo regime sírio no ataque com armas químicas no último dia 21 na periferia de Damasco.
Lavrov advertiu que um ataque contra a Síria adiaria quase indefinidamente a realização de uma nova conferência de paz em Genebra sobre o conflito no país árabe.
Além disso, ressaltou que quanto mais as potências ocidentais demorarem a convencer a oposição síria a participar de uma conferência de paz, "mais vítimas veremos, especialmente entre a população civil".
Em uma tentativa de aplacar os estrondosos tambores de guerra nos EUA, o presidente russo, Vladimir Putin, apoiou hoje o envio de uma delegação parlamentar aos Estados Unidos para falar com membros do Congresso americano sobre o conflito na Síria.
"A iniciativa é muito oportuna e acertada. Efetivamente para entender melhor que não há outro caminho do que abrir um diálogo direto com argumentos e expondo posturas", disse.
A viagem deve acontecer antes da volta do Congresso americano do recesso, dia 9.
Fonte: GBN GeoPolítica Brasil com agências de notícias
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