segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Chávez rejeita comparações com egípcio Hosni Mubarak


O presidente venezuelano, Hugo Chávez, tentou se distanciar das comparações que a oposição tem feito entre os seus doze anos no poder e a situação que levou à renúncia do presidente egípcio, Hosni Mubarak.

Chávez, que afirma liderar uma revolução socialista no país, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), se prepara para as eleições presidenciais de 2012, quando espera se reeleger para um novo período de seis anos.

"Acho graça quando alguns analistas inteligentes tentam comparar o meu governo com o do ex-presidente Hosni Mubarak no Egito. Estão loucos ... lá sim havia uma ditadura e mais da metade da população vivendo na pobreza, essa é a causa fundamental", ele disse no seu programa de TV dominical.

A oposição venezuelana chama Chávez de ditador constantemente, posição que foi fortalecida desde que a Assembleia Nacional lhe deu poderes especiais para legislar durante dezoito meses, no fim de 2010.

A oposição argumenta que seu governo é autocrático, ao ignorar o conceito de divisão e independência dos poderes públicos.

Os seguidores de Chávez, que foi o vitorioso de quase todas as eleições realizadas na Venezuela desde 1998, dizem que o presidente colocou o poder nas mãos do povo.

"Não existe uma revolução que se planeje friamente pelo celular, Twitter ou qualquer outra coisa", acrescentou Chávez. "Deve haver condições. As revoluções nascem pelo acúmulo de condições objetivas e subjetivas."


Chávez diz que, após 12 anos no poder, continua fiel a seu projeto político

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou neste domingo que, após 12 anos no poder, continua cumprindo a tarefa a que se determinou, mas destacou que ainda falta muito tempo para concretizar seu projeto político.

"Alguns dizem que 12 anos é muito tempo, mas o tempo é relativo. São 12 anos que pareceram 12 dias", disse Chávez em entrevista a seu ex-vice-presidente José Vicente Rangel, que tem um programa no canal Televen.

"Eu posso dizer que estou cumprindo com minha tarefa, com minha essência", completou, antes de negar que exista em sua forma de governar um sentimento "messiânico".

"Estou cumprindo com a tarefa que o tempo me impôs. Não estou aqui por vontade própria. Como diria (Simón) Bolívar, um furacão me trouxe", completou.

O presidente venezuelano advertiu que "falta muito tempo para que se possa semear um projeto novo, um projeto histórico".

"Isto não vai terminar, vai continuar. Não há um fim. É um tempo ilimitado. Como dizia (o escritor argentino Jorge Luis) Borges, é a pátria perene".

Chávez, que chegou ao poder em 1999, aspira em 2012 a um terceiro mandato de seis anos. Também já disse em várias oportunidades que pode governar além de 2019.

Na mesma entrevista, Hugo Chávez afirmou que seus críticos são cheios de contradições e tentam "enganar o povo".

"As contradições que estão em seu seio os anulam. Eles não têm princípios, nem fim, nem pés, nem cabeça. Não têm princípios éticos. Eles defendem os trabalhadores e a (patronal) Fedecâmaras, falam de aumentos de salário, mas elogiam o modelo capitalista".

"Fazem demagogia e tentam enganar o povo", acrescentou.

Ao mesmo tempo, Chávez considerou "positivo" o debate político na Assembleia Nacional (Parlamento unicameral), onde a oposição ocupa desde janeiro 40% das cadeiras. Os opositores estiveram fora da vida parlamentar a partir de 2005, quando decidiram boicotar as legislativas.

Em seu programa "Alô Presidente" neste domingo, Chávez anunciou que construirá dois milhões de moradias entre 2011 e 2017 como parte de um plano para saldar o déficit habitacional, projeto no qual colaborarão os governos de Cuba, Brasil, Belarus e Irã.

Na Venezuela, um país de 28,8 milhões de habitantes, o déficit habitacional ficou em 2010 em dois milhões de casas.

Nos últimos dez anos, segundo cifras da imprensa, o governo Chávez construiu 400.000 moradias.

A crise habitacional piorou com as fortes chuvas que afetaram o norte da Venezuela no final de 2010, quando mais de 130.000 pessoas perderam suas casas.

Por outro lado, Chávez também minimizou o papel das redes sociais na renúncia do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, e afirmou que a pobreza extrema foi a causa fundamental de sua queda.

"Lá (no Egito), se havia uma ditadura e mais da metade da população vivia na pobreza extrema, essa é a causa fundamental da queda", declarou Chávez no "Alô Presidente".

"Algumas pessoas querem dizer que é a revolução do Twitter. Não... Não há uma revolução que seja planejada a frio, por celular ou o Twitter, é um incêndio. Tem que haver condições, e as revoluções nascem pelo acúmulo de condições", concluiu.

Fonte: Reuters / AFP
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