segunda-feira, 3 de junho de 2024

ONU Apela ao Reconhecimento do Estado Palestino para Garantir Paz no Oriente Médio

Em uma iniciativa histórica, um grupo de especialistas das Nações Unidas pediu nesta segunda-feira (3) que todos os países reconheçam oficialmente o Estado palestino, com o objetivo de promover a paz duradoura no Oriente Médio. O apelo ocorreu pouco após Espanha, Irlanda e Noruega terem tomado essa medida, desafiando a oposição de Israel, que se encontra cada vez mais isolado após quase oito meses de conflito na Faixa de Gaza.

Os especialistas da ONU, entre eles o Relator Especial sobre a situação dos direitos humanos nos territórios palestinos, enfatizaram que o reconhecimento de um Estado palestino é um passo crucial para o reconhecimento dos direitos do povo palestino e sua luta por liberdade e independência. "Esta é uma pré-condição para uma paz duradoura na Palestina e em todo o Médio Oriente, começando com a declaração imediata de um cessar-fogo em Gaza e sem mais incursões militares em Rafah", afirmaram.

O recente reconhecimento da Palestina por Espanha, Irlanda e Noruega foi recebido com indignação por Israel, que vê sua posição diplomática enfraquecida enquanto o conflito se intensifica. O Ministério das Relações Exteriores de Israel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a iniciativa da ONU.

Esses três países europeus esperam que sua decisão inspire outros membros da União Europeia a seguirem o mesmo caminho, visando acelerar os esforços para garantir um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas em Gaza. No entanto, a proposta para reconhecer um Estado palestino foi rejeitada pelo parlamento da Dinamarca, destacando a divisão entre os países da UE sobre esta questão.

Oposição e Consequências

Israel tem condenado veementemente qualquer medida que reconheça um Estado palestino, argumentando que isso favorece o Hamas, o grupo militante islâmico responsável pelo ataque mortal de 7 de outubro, que resultou na ofensiva israelense em Gaza. O ataque de outubro foi o pior na história de Israel em seus 75 anos de existência, matando 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns.

Por outro lado, o conflito já resultou na morte de mais de 36 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, intensificando o clamor internacional por uma solução pacífica e justa.

No último domingo (2), milhares de pessoas se reuniram em Nova York para expressar seu apoio a Israel, enquanto em Karachi, milhares manifestaram seu apoio aos palestinos, demonstrando a polarização global em torno deste conflito prolongado.

Os especialistas da ONU reafirmaram que a solução de dois Estados continua sendo o único caminho acordado internacionalmente para garantir a paz e a segurança tanto para palestinos quanto para israelenses, buscando acabar com ciclos de violência e ressentimento que têm assolado a região por gerações.

Histórico do Conflito

O conflito israelo-palestino é um dos mais antigos e complexos do mundo moderno. Suas raízes remontam ao final do século XIX e início do século XX, com o surgimento do nacionalismo judeu (sionismo) e do nacionalismo árabe na região da Palestina, então parte do Império Otomano. Após a Primeira Guerra Mundial e a queda do Império Otomano, a Palestina ficou sob mandato britânico, conforme decidido pela Liga das Nações.

O período do mandato britânico foi marcado por tensões e violência entre as comunidades judaica e árabe. Em 1947, a ONU propôs um plano de partilha da Palestina em dois estados, um judeu e um árabe. Os líderes judeus aceitaram o plano, mas os árabes o rejeitaram, levando à guerra de 1948, após a declaração de independência de Israel. Essa guerra resultou na criação do Estado de Israel e na fuga ou expulsão de centenas de milhares de palestinos, que se tornaram refugiados.

Desde então, várias guerras e intifadas (levantes palestinos) ocorreram, incluindo a Guerra dos Seis Dias em 1967, na qual Israel ocupou a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental, áreas que os palestinos reivindicam para seu futuro estado. O processo de paz iniciado nos anos 90, com os Acordos de Oslo, trouxe esperanças de uma solução de dois estados, mas fracassou devido a violência contínua, desconfiança mútua e questões não resolvidas como fronteiras, segurança, refugiados e o status de Jerusalém.

Os esforços internacionais para mediar a paz têm sido incessantes, mas o ciclo de violência persiste, sublinhando a urgência de soluções inovadoras e comprometimento de todas as partes envolvidas para alcançar uma paz sustentável e justa para ambas as nações.



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com Reuters, AFP e DW

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