sábado, 8 de outubro de 2011

FAB em processo de renovação


Até 2015, toda a frota operacional de helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) vai ser substituída. Em quatro anos, a meta é adquirir 50 aeronaves EC 725. Seis novos H-60 Black Hawk, que ficaram conhecidos após a aparição no filme Falcão Negro, passarão a integrar a frota do Brasil em 2012. A aviação de patrulha também será reforçada. A segunda aeronave P-3AM, considerada o “estado da arte” pela FAB, deve chegar ao país ainda em outubro. As novas unidades darão mais segurança ao espaço aéreo do Brasil. Até o fim do mês, a Aeronáutica comemora os seus 70 anos de fundação. A FAB foi criada em 1941, por decreto do então presidente Getúlio Vargas.

As novas aeronaves de asas rotativas serão custeadas pelo governo federal e aposentarão helicópteros como os H1H, usados na Guerra do Vietnã. Hoje, a Aeronáutica conta com 46 helicópteros de cinco categorias. Com o reforço, a intenção é que cada uma das três forças armadas do país receba 16 helicópteros EC 725. Um exemplar já é operado em Belém do Pará. Rio de Janeiro e Campo Grande (MS) também ganharão aeronaves de asas rotativas deste tipo usadas em resgates.

Em 2009, os Black Hawk ajudaram no resgate das vítimas do voo 447, da Air France. O avião caiu sobre o Atlântico quando seguia do Rio de Janeiro para Paris. Os novos H-60 vão ser entregues a Santa Maria (RJ), que receberá quatro, e Manaus, que passará a contar com oito Black Hawk. “Diria que a disponibilidade de helicópteros está adequada. O país estará mais bem preparado com essa renovação”, contou o coronel Ramiro Kirsch, comandante do 1º Esquadrão do 11º Grupo de Aviação (1º/11ºGAV), em Natal. Até dezembro de 2013, Porto Velho (RO) deve receber seis AH-2 Sabre, estendendo para 12 a sua frota. Hoje, a cidade conta com seis unidades.

Na aviação de patrulha, o avião P-3AM é a “menina dos olhos” da FAB. A sua carcaça é da década de 1960, mas, por dentro, a aeronave conta com os mais modernos sensores e sistemas do mundo. O único exemplar do país está no 1º Esquadrão do 7º Grupo de Aviação (1º/7º GAV), em Salvador. O país comprou 12 unidades.

A aeronave impressiona pelo potencial. Seus radares conseguem captar alvos distantes até 240 milhas, ou cerca de 400 quilômetros. Um item chamado de sonoboia, lançado ao mar, é capaz de registrar a presença de submarinos no oceano utilizando microfones. Os ruídos são analisados por profissionais que monitoram as alterações através de sensores acústicos. Os P-3AM têm autonomia de voo de até 16 horas ininterruptas e capacidade para viajar com até 30 mil litros de combustível.

“Ele está recheado com equipamentos eletrônicos de última geração, como itens de escuta, antissubmarino, guerra eletrônica e comunicação”, acrescentou o major-brigadeiro do ar Luis Antonio Pinto Machado, comandante do 2º Comando Aéreo Regional. Na prática, esse avião dá de volta ao país a capacidade de detectar, localizar, identificar e afundar submarinos, o que no jargão militar recebe o nome de guerra antissubmarina. Para que todo esse sistema seja operado com êxito, o P-3AM exige o trabalho de 12 profissionais em conjunto. Os operadores do avião são treinados em uma sala restrita, em Salvador, com acesso por impressão digital.

Frota de destaque 

Os militares que concluem a AFA, mas desejam se tornar pilotos de caças, estudam por 11 meses no 2º Esquadrão do 5º Grupo de Aviação (2º/5º GAV), em Natal. Lá está a maior unidade de caça de todo o Hemisfério Sul. Opera com 23 aviões A-29 Super Tucano e conta com cerca de 800 foguetes. No curso, simuladores ajudam os militares a aprimorar técnicas de condução de aeronaves deste tipo.

Esses equipamentos representam economia para a instrução. Basta ligar na tomada e a máquina é capaz de dar uma noção quase perfeita de um A-29 em voo. “É como se fosse um videogame. Quando o aluno segue para o primeiro voo prático, já simulou bastante no chão”, resumiu o Tenente-Coronel Carlos Duek, comandante do 2º/5º GAV. O 2º Esquadrão já formou cerca de 700 pilotos de caça desde a sua fundação.

O militar participa de 24 missões no simulador, ou 25 horas de voo, e faz 75 voos avaliados. O tenente Felipe Flamínio é instrutor do 2º/5º GAV. “O A-29 tem sistemas modernos e performance ótima. Exige muito estudo. Depois que você aprende, ele se torna muito eficaz. O simulador nos dá uma noção quase perfeita do voo”, falou. No curso, o aspirante a oficial passa por avaliações periódicas. Sua conduta é individualizada, ou seja, méritos e deméritos, salvo exceções, são de responsabilidade do futuro piloto, sem compartilhamentos. O projeto do A-29, com unidades já exportadas para Chile, Colômbia e Equador, é nacional. Essas aeronaves usam o Sistema Hotas, que dá possibilidade ao piloto de executar várias funções acionando manche e manete. Um painel Glass Cockpit aumenta o potencial de operação das aeronaves modelo A-29. 

Alta tecnologia

O 3º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta III), que cobre o Nordeste, estima um crescimento de 30% na circulação de aeronaves entre os meses de janeiro e março do próximo ano. O sistema operacional Sagitário é a aposta do Cindacta para minimizar os impactos da crescente demanda. O software já funciona há seis meses e aumenta a capacidade de processamento de informações, o que facilita o trabalho dos controladores de voo. No primeiro trimestre de 2011, o tráfego cresceu 27% em relação ao mesmo período de 2010.

A ferramenta processa dados de radares e satélites e conta com sistemas de alerta para situações de risco, como conflitos de rota. É capaz de gerar imagens em tempo real e permite a abertura de várias janelas de visualização. O controle dos operadores é feito por monitores touchscreen, sensíveis ao toque. Os diálogos entre controladores e pilotos, antes realizados com a ajuda de sistemas de rádio, agora são feitos via mensagens escritas em computadores de bordo. Isso evita interferências.

“O novo sistema é a comprovação da nossa autosuficiência tecnológica”, comentou o major-brigadeiro do ar Luis Pinto Machado, comandante do 2º Comando Aéreo Regional (II Comar), com abrangência no Nordeste. Segundo ele, a ferramenta foi testada com sucesso durante os Jogos Mundiais Militares deste ano, no Rio de Janeiro. A meta é adotar a tecnologia durante a Copa do Mundo. “Ela trouxe avanços na capacidade de gerenciamento. Dá informações trabalhadas aos controladores”, explicou o coronel João Batista Xavier, comandante do Cindacta III.
Fonte: Diário de Pernambuco via NOTIMP
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