O
 turboélice Super Tucano, fabricado pela Embraer, é um dos finalistas do
 programa americano LAS (Light Air Support), que prevê a compra de 20 
aeronaves para missões de treinamento avançado de pilotos e operações no
 Afeganistão. Seu principal concorrente agora é o americano T-6, da 
Hawker-Beechcraft.
Segundo a Embraer, os outros dois aviões
 que disputavam o contrato com o governo dos EUA, o italiano M-346, da 
Alenia Aermacchi, e o suíço Pilatus, não estão mais no páreo. O 
vice-presidente de Operações da Embraer Defesa e Segurança, Eduardo 
Bonini Santos Pinto, disse que a expectativa é que o resultado da 
concorrência seja anunciado em novembro.
"Já entregamos todas as informações que 
foram solicitadas pelo governo dos EUA e fizemos todas as demonstrações 
de voo previstas pelo programa. Não temos mais nenhuma pendência em 
relação a esse projeto", disse Bonini. A Embraer, segundo ele, está 
bastante otimista com o desfecho da concorrência, pois acredita que tem o
 melhor produto, além de contar com um parceiro americano, a Sierra 
Nevada, que vem conduzindo os contatos em relação às exigências do 
governo americano.
O concorrente da Embraer no 
programa LAS, embora esteja sofrendo algumas alterações, com vistas a 
uma nova versão - AT-6B - é considerado inferior ao Super Tucano, sob 
diversos aspectos. O principal deles é o fato de estar em 
desenvolvimento, enquanto o Super Tucano está em operação há mais de 
sete anos e é empregado por forças aéreas de cinco países.
Além disso, já foi testado com 
sucesso e em combate real, não só no Brasil, como também na Colômbia, em
 regiões de características comprovadamente hostis. No total, segundo a 
Embraer, o Super Tucano acumula 130 mil horas de voo e 18 mil horas de 
combate sem nenhuma perda.
Embora o Super Tucano seja uma aeronave 
bastante competitiva e que atende perfeitamente à especificação técnica 
do contrato, o executivo da Embraer pondera que a decisão sobre o LAS, 
também poderá levar em conta fatores geopolíticos que transcendem à 
questão técnica.
O Super Tucano recebeu, na semana 
passada, a certificação da FAA (Administração Federal de Aviação, na 
sigla em inglês) dos EUA, principal órgão regulador aeronáutico 
americano. Com este certificado, a aeronave poderá iniciar uma turnê de 
demonstração em bases militares americanas, criando novas oportunidades 
de negócios para a Embraer no maior mercado de defesa do mundo.
Os EUA utilizam hoje os caças 
supersônicos F-16 em missões de contrainsurgência. O problema, segundo a
 Embraer, é que a aeronave não é a mais adequada para esse tipo de 
operação, pois voa muito alto e rápido, além de só conseguir permanecer 
30 minutos no teatro de operações.
Já o Super Tucano é capaz de sobrevoar 
por mais de quatro horas, realizando missões de reconhecimento e apoio a
 tropas terrestres. A hora de voo do F-16 custa cerca de US$ 5 mil e a 
do Super Tucano US$ 500 mil.
Concebido para atender aos 
requisitos operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB), especialmente 
na região Amazônica, o Super Tucano já vem sendo considerado uma 
referência mundial na área de treinamento avançado e ataque leve. 
Segundo Bonini, a aeronave acumula até o momento um total de 180 
encomendas, das quais 152 já foram entregues.
A receita obtida com a venda do modelo 
até agora, de acordo com a fabricante brasileira, é da ordem de US$ 1,6 
bilhão. A Embraer projeta um mercado potencial de US$ 3,5 bilhões para a
 classe do Super Tucano, algo em torno de 300 aeronaves.
A aeronave já foi vendida para a 
Colômbia, Equador, Chile, Indonésia, República Dominicana, Guatemala e 
para dois clientes na África. O foco da Embraer com o Super Tucano são 
as regiões do Sudeste da Ásia, África e América Latina.
Se a Embraer ganhar o contrato do 
programa LAS, os aviões serão montados nos EUA, uma das exigências do 
governo americano para a compra de equipamentos de defesa de outros 
países. A fábrica provavelmente seja instalada no município de 
Jacksonville, na Flórida, onde a empresa já fez um contato preliminar 
para avaliar a viabilidade desse projeto.
Fonte: Valor Econômico 
 

 
 

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