sexta-feira, 3 de março de 2023

A Ucrânia está usando pequenos e engenhosos "drones" feitos de papelão para combater os invasores russos


Os ucranianos estão usando "drones" (ARP, aeronaves remotamente pilotadas) feitos de papelão e elásticos para enfrentar as forças russas. Pelo menos 100 dos drones estão sendo enviados para a Ucrânia a cada mês da Austrália. Eles dão aos soldados de Kiev a capacidade de lançar pequenas bombas, suprimentos e realizar missões ISTAR (Inteligência, vigilância, aquisição e alvos e reconhecimento).

O embaixador da Ucrânia na Austrália, Vasyl Myroshnychenko, e o ministro da Defesa australiano, Richard Marles, viram os drones no Australian International Airshow na quinta-feira. Myroshnychenko disse: “Parece um brinquedo para crianças, mas quando você vê o que pode fazer, é realmente incrível. Eles têm sido muito bons em infligir muitos danos ao inimigo.”

Os drones são fabricados por uma empresa chamada Sypaq, uma empresa de engenharia com sede em Melbourne. Eles foram projetados para serem dispensáveis ​​em conflitos, mas os ucranianos já conseguiram usar o mesmo drone em até 60 voos.

Os engenheiros construíram os drones com papelão revestido e borracha resistente. Eles são direcionados usando um sistema de orientação automatizado de nível militar que permite um voo bastante autônomo uma vez no ar. Eles apresentam custos entre, aproximadamente, US$ 400 e 1.900 cada, conforme o modelo e configuração.


Ross Osborne, engenheiro-chefe da Sypaq, disse que os projetistas tentaram garantir que qualquer pessoa pudesse usar os drones. “A Ucrânia já era um operador muito capaz de ARP, mas muitos operadores têm dificuldades com a língua inglesa. E mesmo assim eles conseguiram pegar nosso sistema sem nenhum treinamento nosso, seguindo apenas  instruções e vídeos, e implantá-los com muito sucesso".

Original: Ukraine using ingenious tiny drones made of cardboard to bombard invading Russians

Tradução e adaptação: Renato Henrique Marçal de Oliveira

Obs.: O GBN vem avisando, já há um bom tempo, que a proliferação de "drones" de baixo custo, como estes da Sypaq e os "tipo DJI", representa uma séria ameaça a quaisquer Forças Armadas ao redor do mundo, e o Brasil não está, nem de longe, imune a tais perigos.

Observe-se que a Rússia, mesmo possuindo diversos sistemas de defesa bastante avançados, vem sofrendo baixas importantes pelos ataques de drones. E mesmo quando o drone, por si só, não tem capacidade de atacar seus alvos, podem ser usados para ISTAR e assim designar alvos para outras plataformas.

Aliás, este é um dos principais usos pelos ucranianos, com sua Artilharia conseguindo informações valiosas a partir de "drones tipo DJI", cujos custos são irrisórios. Além disso, os drones também podem direcionar operações como ataques de Infantaria e Cavalaria, e auxiliar tropas sob ataque a se defender e contra-atacar.

O Brasil já está atrasado na "era dos drones", e com a falta de investimentos dos sucessivos governos, além de  alguns de nossos próprios militares não estarem atentos a esta "nova era", a tendência é ficarmos cada vez mais vulneráveis a estas pequenas e letais ameças.


*Renato Henrique Marçal de Oliveira é químico e trabalha na Embrapa com pesquisas sobre gases de efeito estufa. Entusiasta e estudioso de assuntos militares desde os 10 anos de idade, escreve principalmente sobre armas leves, aviação militar e as IDF (Forças de Defesa de Israel)

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