O MC-21, um avião que promete ser mais veloz e voar mais longe que seus rivais, é a grande aposta da Rússia para recuperar terreno perdido no mercado da aviação civil.
Rival do Boeing 737 e do A-320 no mercado interno, modelo já tem 175 unidades encomendadas. Produção em larga escala será iniciada em 2017.
O novo avião de passageiros, MC-21 (sigla em russo para ‘aeronaves de longo curso do século 21’), foi apresentado esta semana na cidade siberiana de Irkutsk, a cerimônia foi marcada pela presença do primeiro-ministro, Dimitri Medvedev. A aeronave azul e branca é fabricada pela empresa aeroespacial estatal Irkut e é nada menos que o primeiro avião de passageiros de média capacidade desenvolvido pela Rússia no século 21.
"É uma grande vitória da nossa indústria de aviação e de nossos cientistas, engenheiros e trabalhadores", disse Medvedev.
O modelo foi desenvolvido como um análogo comercialmente viável e para produção em massa de outro destaque da atual aviação civil russa, o Superjet, da Sukhoi.
O MC-21 está programado para substituir os modelos Tu-204 e Tu-154B/M no mercado russo, assim como os seus rivais ocidentais mais vendidos, o Boeing 737 e o Airbus A-320.
Autonomia de 6 mil quilômetros
Assim como seus rivais diretos no segmento de mercado - o Boeing 737 e o Airbus 320 -, o MC-21 é movido por duas turbinas e tem fuselagem de corredor único. Pode cobrir distâncias de até 6 mil km, autonomia maior que a do Boeing 737, mas menor que a do Airbus 320 (6,4 mil km).
Dependendo do modelo, poderá transportar entre 165 e 211 passageiros.
Segundo a Irkut, a aeronave será até 15% mais eficiente que os rivais e terá custos operacionais 20% menores. Cada unidade será vendida a US$ 35 milhões, quase três vezes menos que um Airbus e quase metade do preço de um Boeing 737.
Medvedev afirmou que o novo avião, que ainda está em fase de testes e só deverá ser comercializado a partir de 2018, será "confiável e eficiente". O premiê disse estar convencido de que o MC-21 ajudará a Rússia a quebrar o duopólio da americana Boeing e da anglo-francesa Airbus no setor.
A Rússia também espera reduzir a dependência de sua própria frota destes modelos.
O MC-21 substituirá os antigos modelos da era soviética, incluindo o Tupolev Tu-204 e o Yak-40. A nova aeronave está sendo construída com base em uma liga de alumínio e titânio, que reduz seu peso e o consumo de combustível.
A empresa já tem contratos para fornecimento de 175 aviões, incluindo à companhia aérea nacional da Rússia, Aeroflot, que se tornou seu primeiro cliente ao adquirir 50 unidades.
Apesar do discuso ufanista russo, pelo menos um terço das peças do MC-21 são fabricadas no exterior. Alguns modelos terão motores russos, ainda em desenvolvimento, ao passo que outros usarão propulsores da marca americana Pratt & Whitney.
Uma comparação entre os três aviões:
MC-21
- Fabricante: Irkut Corporation (Rússia)
- Quantidade máxima de passageiros: 211
- Autonomia: 5.500 - 6.000 km
- Primeiro voo: 2018 (previsão)
Airbus 320
- Fabricante: Airbus (França - Reino Unido)
- Quantidade máxima de passageiros: 189
- Autonomia: 6.480 km
- Primeiro voo: 1987
Boeing 737
- Fabricante: Boeing (EUA)
- Quantidade máxima de passageiros: 186
- Autonomia: 4.600 km
- Primeiro voo: 1967
Fonte: Gazeta Russa / BBC Brasil
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