O comandante da Força Aérea da Ucrânia, Mikola Oleshchuk, esclareceu a atual estratégia de modernização e fortalecimento da aviação de combate ucraniana, destacando a prioridade absoluta no caça multifuncional F-16. No entanto, ele não descartou a possibilidade de outros tipos de aeronaves ocidentais, como o americano A-10 Thunderbolt II e o francês Mirage-2000D, integrarem a frota da Ucrânia.
Segundo Oleshchuk, a Força Aérea considerou diversas plataformas de aeronaves para impulsionar suas capacidades de combate. "A prioridade de hoje, claro, é a utilização do F-16, para o qual os pilotos ucranianos já foram qualificados. No entanto, nossos especialistas também estão estudando outras oportunidades para aumentar de forma geral o potencial de combate da aviação", afirmou o comandante.
Ele ressaltou que a Ucrânia está aberta a qualquer tipo de assistência dos parceiros, reconhecendo que o desenvolvimento de novas aeronaves é um processo complexo e demorado, mas factível.
Em relação à coexistência com aeronaves soviéticas, Oleshchuk mencionou que, além do F-16, o MiG-29 continuará operando nos céus ucranianos. Há também a possibilidade de melhorar o desempenho dos bombardeiros Su-24M com a aquisição das aeronaves Mirage-2000D e da aeronave de ataque Su-25 com a compra do A-10 Thunderbolt II, caso estes pedidos sejam atendidos pela França e EUA.
As informações sobre a possível aquisição de aeronaves francesas Mirage 2000D surgiram na mídia no início de 2023, mas em março, a Força Aérea Ucraniana negou os relatos de treinamento de pilotos nesse modelo. Quanto ao A-10 Thunderbolt II, foi solicitado pela Ucrânia, conforme relatos da mídia.
Possível Mudança de Planos?
No entanto, a postura da Força Aérea Ucraniana parece ter evoluído nos últimos meses. Enquanto inicialmente o foco era exclusivo no F-16, as declarações recentes indicam uma avaliação mais aberta em relação a outras aeronaves. A questão sobre a utilidade do A-10 e Mirage 2000D foi levantada durante uma conferência de imprensa em setembro de 2023.
Iurii Ihnat, porta-voz da Força Aérea Ucraniana, expressou preocupações sobre a eficácia do A-10 em face da defesa aérea russa. Ele enfatizou a necessidade de alcançar a superioridade aérea com um avião versátil e moderno, indicando uma preferência pelo F-16. Além disso, Ihnat criticou o Mirage 2000D, classificando-o como ultrapassado e sugerindo que a Ucrânia deveria se concentrar em um, no máximo dois tipos de aeronaves.
A incerteza paira sobre a dotação final da Força Aérea Ucraniana. Enquanto o F-16 permanece como prioridade, a possibilidade de Mirage 2000D e A-10 Thunderbolt II ainda está em aberto. Negociações podem estar ocorrendo em sigilo, e as recentes mudanças de postura indicam uma avaliação contínua das opções disponíveis. O desfecho dependerá não apenas das capacidades operacionais das aeronaves, mas também das considerações estratégicas em meio às complexas dinâmicas geopolíticas da região.
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