quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Atentados no Irã: Estado Islâmico reivindica responsabilidade por explosões em memorial a Qassem Soleimani

Nesta quinta-feira (4), o Estado Islâmico assumiu a responsabilidade por dois ataques a bomba que resultaram na morte de quase 100 pessoas e deixaram dezenas feridas durante um memorial ao comandante Qassem Soleimani, realizado na cidade de Kerman, sudeste do Irã.

O grupo militante muçulmano sunita divulgou um comunicado em seus canais afiliados do Telegram, indicando que dois de seus membros detonaram cintos explosivos no meio da multidão que se reunia no cemitério. O memorial marcava o quarto aniversário da morte de Soleimani, assassinado por um drone americano no Iraque em 2020.

Os Estados Unidos, por meio do porta-voz da Casa Branca, John Kirby, afirmaram não estar em posição de duvidar da alegação do Estado Islâmico sobre a autoria do ataque. Teerã prometeu vingança pelo ocorrido, classificado como o ataque mais sangrento desde a Revolução Islâmica de 1979, que também deixou 284 pessoas feridas, incluindo crianças.

"Uma retaliação muito forte será aplicada a eles pelas mãos dos soldados de Soleimani", declarou o primeiro vice-presidente do Irã, Mohammad Mokhber.

As autoridades iranianas convocaram protestos em massa para a sexta-feira (5), quando serão realizados os funerais das vítimas. O Corpo da Guarda Revolucionária do Irã descreveu os ataques como atos covardes que visam criar insegurança e buscar vingança contra o profundo amor e devoção da nação à República Islâmica.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, condenou o ataque como um "crime hediondo e desumano", enquanto o Líder Supremo Aiatolá Khamenei jurou vingança pelos atentados. O Conselho de Segurança das Nações Unidas também condenou o que chamou de "ataque terrorista cobarde" e enviou condolências às famílias das vítimas e ao governo iraniano.

Detalhes sobre os autores do ataque e seus motivos não puderam ser estabelecidos imediatamente. Especialistas, como Aaron Zelin do Washington Institute for Near East Policy, sugerem a possibilidade de envolvimento do braço do Estado Islâmico baseado no Afeganistão, conhecido como ISIS-Khorasan.

O ISIS-K, que nutre ódio pelos xiitas, teria motivação para atacar o Irã, cuja maioria da população segue esta seita. Apesar da repressão talibã no Afeganistão, o ISIS-K continuou a planejar operações fora do país. Em 2022, o grupo assumiu a responsabilidade por um ataque a um santuário xiita no Irã.

O ataque ocorre em um contexto tenso, coincidindo com o início de três meses de novas hostilidades entre Israel e Gaza. Os Estados Unidos negaram envolvimento nas explosões, refutando qualquer ligação com Israel. Teerã, por sua vez, acusa frequentemente seus arquiinimigos, Israel e os Estados Unidos, de apoiar grupos militantes anti-Irã.

O assassinato de Qassem Soleimani em 2020 intensificou as tensões entre os Estados Unidos e o Irã, aproximando os dois países de um conflito total. Soleimani, como comandante-chefe da força de elite Quds, desempenhou papel crucial na campanha iraniana para expulsar as forças dos EUA do Oriente Médio. O Irã agora enfrenta o desafio de lidar com as consequências deste ataque brutal e decidir como responderá às ameaças do Estado Islâmico.


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com agências de notícias

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