sábado, 6 de janeiro de 2024

Análise: Escassez de Pessoal na Royal Navy Afeta Capacidade Operacional dos Navios

A Marinha Real (Royal Navy) enfrenta um desafio crucial com a grave escassez de pessoal, impactando diretamente suas operações e capacidades de combate. A falta de marinheiros resultou na desativação de diversos navios, afetando a prontidão operacional da frota naval britânica.

A proposta recente do secretário de defesa, Grant Shapps, de aposentar o HMS Albion e o HMS Bulwark para liberar mais de 200 marinheiros em meio à escassez de pessoal evidencia a gravidade da situação. No entanto, essa ação levanta preocupações sobre o enfraquecimento da força de elite dos Royal Marines, privando-os de um de seus propósitos fundamentais: o desembarque em praias a partir do mar.

A desativação dos navios HMS Westminster e HMS Argyll também faz parte dos esforços para alocar tripulações para as novas fragatas Type 26. Essa decisão gerou controvérsias, especialmente considerando o custo significativo de reformas anteriores, como no caso do HMS Westminster, cuja reforma em 2017 foi estimada em £ 100 milhões.

A crise de recrutamento na Royal Navy se intensificou nos últimos anos, com uma queda alarmante de 22,1% na entrada de recrutas nos últimos 12 meses até março de 2023. Esta situação não é única da Marinha, afetando também a RAF e o exército, que enfrentam quedas similares, perdendo pessoal qualificado para empresas privadas, que oferecem salários e condições de trabalho mais atraentes.

Ex-líderes da Marinha, como o almirante Lord West, expressaram preocupações sérias, afirmando que os navios de guerra britânicos estão em um estado precário. Almirante Sir Tony Radakin admitiu que apenas "11 ou 12" fragatas e destróieres estão plenamente operacionais.

Essa escassez de pessoal impactou diretamente as operações internacionais, como a recente adesão do Reino Unido à coalizão internacional para proteger navios mercantes no Mar Vermelho contra ataques dos rebeldes Houthi, onde apenas o HMS Diamond foi designado para essa função. Isso ressalta a limitação das capacidades operacionais diante da falta de tripulação.

O Ministério da Defesa reafirmou seu compromisso em manter as capacidades operacionais da Marinha Real, mas a crise de pessoal representa um desafio sério e imediato que demanda atenção urgente. Enquanto o governo britânico considera medidas para mitigar essa escassez, a situação atual impacta diretamente na capacidade da Royal Navy em cumprir suas responsabilidades operacionais e compromissos internacionais.

Em minha opinião, não seria uma solução estabelecer o serviço militar obrigatório? Uma saída que possibilitaria cobrir a demanda de pessoal para Royal Navy e demais forças militares britânicas.

Enquanto isso, no Brasil nosso problema é o inverso, a falta de meios de superfície, enfrentando um estado de obsolescência em bloco, onde o Governo Federal com uma visão míope tem destinado um mísero orçamento que nem de longe atende as urgentes necessidades de obtenção de meios pela nossa Marinha do Brasil, o que nos coloca em um preocupante estado de alerta quanto as nossas capacidades de garantir a soberania e interesses brasileiros no mar.

por Angelo Nicolaci


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1 comentários:

  1. Com essa escassez de pessoal, e, com a disponibilidade das wave's, acho que este seria o momento adequado para a MB realizar uma sondagem. Um navio que cairia como uma luva dentro das nossas necessidades; além do que estão relativamente novos, com muito pouco uso. Tentar não custa nada, vai lá que eles aceitem.

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