Alemanha recua em embargo de caças Eurofighter Typhoon para a Arábia Saudita após pressão internacional

Berlim reconsidera decisão e sinaliza disposição para vender mais aeronaves de combate Eurofighter Typhoon, diante da situação complexa da sua indústria de defesa e empregos em risco com o embargo.

Em uma reviravolta notável, a Alemanha decidiu recuar no embargo que impedia a venda de 48 caças Eurofighter Typhoon para a Arábia Saudita. O embargo, que havia gerado reações intensas tanto dentro do Consórcio Eurofighter quanto do próprio setor de defesa e aeroespacial alemão, foi revertido após uma declaração do Ministério das Relações Exteriores alemão.

A ministra Annalena Baerbock afirmou recentemente: "Estamos prontos para vender mais aviões de guerra Eurofighter Typhoon para a Arábia Saudita", em uma tentativa de desbloquear o impasse que envolvia a solicitação saudita ao Reino Unido. Esta decisão não apenas ameniza as tensões diplomáticas, mas também tem implicações cruciais para a indústria de defesa alemã e a economia local.

Os membros do Consórcio Eurofighter, incluindo Inglaterra, Espanha e Itália, expressaram descontentamento em relação à decisão inicial de embargo da Alemanha. A Inglaterra chegou a considerar a exclusão da Alemanha do programa de venda devido à sua postura. Além disso, os funcionários da Airbus na Alemanha protestaram nas fábricas, argumentando que a decisão governamental ameaçava as vendas e consequentemente, os empregos.

A Arábia Saudita, por sua vez, que atualmente possui 71 caças Typhoon em sua Força Aérea, não se limitou a esperar. Em resposta ao embargo, iniciou negociações com a França para adquirir caças Rafale. Este movimento ressalta a complexidade das dinâmicas geopolíticas e comerciais envolvidas na venda de armamento.

Enquanto isso, a Alemanha mantém sua oposição à venda de 40 Eurofighter Typhoons para a Türkiye, que planeja adquiri-los através do Reino Unido. A persistência dessa postura pode ter implicações significativas para o futuro da indústria de aviação militar alemã.

De acordo com os planos atuais, a produção do Eurofighter Typhoon na Alemanha está programada para encerrar em 2030, deixando um intervalo de dez anos sem encomendas para a indústria. A Airbus alerta sobre as consequências desastrosas, incluindo perdas de empregos e um declínio na indústria aeroespacial, se o Ministério da Defesa alemão não fizer uma nova encomenda em breve.

A encomenda de 88 aeronaves pela Arábia Saudita e Türkiye pode se tornar crucial para salvar a indústria alemã, mas a incerteza sobre o fornecimento do Typhoon à Türkiye persiste. A Airbus faz um apelo por uma decisão urgente, destacando a importância vital dessa questão para o futuro do setor.

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