quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Na Líbia, rebeldes pressionam gaddafistas e reiteram busca por ditador



O ditador Muammar Gaddafi muito provavelmente ainda está na Líbia, afirmaram nesta terça-feira dirigentes do Conselho Nacional de Transição (CNT), o órgão político dos rebeldes. De acordo com um dos líderes, Ahmed Darrat, os insurgentes têm o direito de matá-lo caso ele não se renda.

"A informação que tenho é essa: existe 80% de chance de Gaddafi ainda estar na Líbia", disse em Trípoli Omar Hariri, chefe de assuntos militares dos rebeldes, segundo o qual Gaddafi encontra-se totalmente acuado.

De acordo com Hariri, os rebeldes suspeitam que Gaddafi esteja em Bani Walid, a sudeste de Trípoli, ou nos arredores da própria capital líbia.

Segundo o encarregado de supervisionar as funções do Ministério do Interior, Ahmed Darrat, os rebeldes esperam encontrá-lo antes de o novo governo ser eleito.

Contudo, de acordo com um dos principais líderes do CNT, Ali Tarhuni, os insurgentes sabem onde Gaddafi está escondido, mas ele se negou a dar mais detalhes.

"Gaddafi está fugindo neste momento. Acreditamos ter uma boa ideia de onde ele está", limitou-se a dizer.

Capturar Gaddafi é um objetivo vital para os rebeldes, que após seis meses de conflito têm sob seu controle quase todo o país, mas ainda seguem negociando para obter a rendição dos últimos gaddafistas em Sirte, cidade natal do ex-líder líbio.

ULTIMATO

As afirmações dos líderes rebeldes chegam no mesmo dia em que o CNT concedeu às cidades ainda leais ao ditador um ultimato para que se rendam. Segundo a cúpula dos insurgentes, o prazo para a rendição termina neste sábado (2).

De acordo com os rebeldes, Gaddafi terá um julgamento justo caso seja possível capturá-lo com vida, mas ao mesmo tempo já ofereceram um prêmio de US$ 1,7 milhão àquele que entregar-lhes sua cabeça.

"Gaddafi é um criminoso e um foragido e no mundo todo é lícito matar a um criminoso que se recusa a se render", disse Ahmed Darrat.

Segundo o dirigente do CNT, o conflito iniciado na metade de fevereiro deixou um saldo de mais de 50 mil mortos e talvez o dobro de feridos e desaparecidos.

ESCUDO HUMANO

Também nesta terça-feira um grupo defensor de direitos humanos afirmou que as tropas líbias leiais a Gaddafi forçaram civis a atuarem como escudos humanos, colocando inclusive crianças em tanques para tentar parar os ataques da aliança ocidental.

Outros crimes de guerra foram detectados, como estupros, desaparecimentos e assassinatos.

A organização Physicians for Human Rights (físicos pelos direitos humanos, em tradução livre) entrevistou moradores da cidade de Misrata de 5 a 12 de junho para constatar tais informações.

"Quatro testemunhas relataram que as tropas detiveram à força 107 civis e os usaram como escudos humanos para proteger munições militares de ataques da Otan", disse relatório.

Fonte: Folha

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