terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Argentina "reconhece a Palestina como Estado livre e independente"



A Argentina anunciou nesta segunda-feira, após o Brasil, que ela reconhecia a Palestina como "um Estado livre e independente, dentro das fronteiras de 1967", uma decisão que Israel considerou "lamentável".

O Uruguai, parceiro dos dois pesos pesados da América do Sul, declarou, também, em seguida, que tinha a intenção de fazê-lo, em 2011.

A presidente Cristina Kirchner enviou nota a seu par palestino, Mahmoud Abbas, para comunicar a decisão: o "reconhecimento da Palestina como um Estado livre e independente no interior das fronteiras de 1967", disse nesta segunda-feira o chefe da diplomacia, Hector Timerman.

O Brasil havia tomado na sexta-feira uma iniciativa idêntica.

O porta-voz do ministério israelense das Relações Exteriores, Yigal Palmor, considerou que "a determinação em nada ajudará a mudar a situação entre Israel e os palestinos".

Segundo Palmor, "é uma declaração decepcionante que vai contra o espírito dos acordos entre Israel e os palestinos, e contra as negociações de paz".

Disse também que, "se a Argentina quisesse fazer uma verdadeira contribuição à paz, deveria optar por outros meios, diferentes de um gesto de pura retórica".

O ministério israelense das Relações Exteriores havia igualmente expressado sábado "decepção" com a iniciativa brasileira.

"Qualquer tentativa de contornar" as negociações israelense-palestinas e "qualquer decisão unilateral" não podem senão "golpear a confiança e os compromissos tomados de negociar de forma conveniente para chegar à paz", havia declarado ele.

"O governo argentino partilha com os parceiros do Mercosul, Brasil e Uruguai, (o ponto de vista) de que é chegado o momento de reconhecer a Palestina como Estado livre e independente", segundo declaração do Ministério das Relações Exteriores, lida por Timerman.

"Apesar dos esforços realizados, os objetivos fixados pela Conferência de paz de Madri em 1991 e os Acordos de Oslo, em 1993, não foram atingidos, o que é fonte de profunda frustração", prosseguiu.

A Argentina, onde a comunidade judaica é calculada em 220.000 membros, mostra, "através desta decisão, seu profundo interesse em ver produzir um avanço definitivo no processo de negociação que leve ao estabelecimento de uma paz 'justa e durável no Oriente Médio", disse ainda Timerman.

O embaixador palestino na Argentina, reagiu imediatamente, falando de "dia de alegria e entusiasmo".

"Reconhecer o Estado palestino é uma reação não violenta que a comunidade internacional deve ter, em resposta à expansão e à construção permanente de colônias israelenses em território palestino que põem em perigo a solução basseada em dois Estados", acrescentou.

O governo palestino "espera que outros países da região se pronunciem de forma semelhante", destacou o embaixador.

O Uruguai reconhecerá a Palestina como Estado em 2011, disse nesta segunda-feira à AFP o vice-ministro das Relações Exteriores do país, Roberto Conde, após os anúncios do Brasil e da Argentina.

"Estamos trabalhando na possibilidade de abrir representação diplomática na Palestina, certamente em Ramallah", afirmou Conde. "Já comunicamos nossa intenção à Autoridade Palestina, que nos visitou em duas ocasiões no decorrer de 2010".

Segundo o vice-chanceler, "é uma política coerente com o programa de governo" da Frente Ampla (FA, esquerda), "que definiu a necessidade de reconhecimento da Autoridade Palestina e a abertura de uma representação nossa".

Em abril deste ano, o governo uruguaio e a Autoridade Nacional Palestina formalizaram "relações de amizade entre as partes".

Em carta publicada na sexta-feira pelo ministério brasileiro das Relações Exteriores, o presidente Luiz Inacio Lula da Silva havia informado Abbas que o Brasil reconhecia um Estado palestino com as "fronteires de 1967", isto é, nas linhas do armistício de 1949.

Durante a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, Israel ocupara Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, bem como as colinas sírias do Golan, a Faixa de Gaza e o Sinai egípcio. O Estado hebreu retirou-se do Sinai em 1982 e, da Faixa de Gaza, em 2005.


Israel lamenta a decisão argentina de reconhecer a Palestina

Israel considerou "lamentável" a decisão da Argentina de reconhecer a Palestina como "um Estado livre e independente, nas fronteiras de 1967", declarou nesta segunda-feira o porta-voz do ministério israelense das Relações Exteriores, Yigal Palmor.

"Esta lamentável decisão em nada ajudará a mudar a situação entre Israel e os palestinos", afirmou.

Segundo Palmor, "é uma declaração decepcionante que vai contra o espírito dos acordos entre Israel e os palestinos, e contra as negociações de paz".

Disse também que, "se a Argentina quisesse fazer uma verdadeira contribuição à paz, há outros meios, diferentes de um gesto de pura retórica".

Fonte: AFP
Nota do Blog: Vale ressaltar que o reconhecimento do Estado Palestino pela Argentina se deu após a postura do Brasil reconhecer tal Estado e seguindo a mesma orientação adotada pelo Brasil ao reconhecer as fronteiras de 1967, um claro sinal d influência brasileira junto aos seus vizinhos. Em breve outros Estados sulamericanos irão seguir a postura brasileira e reconhecer o Estado Palestino, dando assim fôlego aos Palestinos para requerer junto a ONU uma saída a crise com Israel e controle de seus territórios, bem como o devido reconhecimento como Estado pelos demais países.
Já Israel não tem gostado nada da postura adotada pró Palestina, pois com isso eles veem que seu domínio sobre tais territórios irá findar a qualquer momento, tendo de respeitar as decisões que sejam impostas pela ONU ou então sofrer com sanções, o que ao meu ver é quase que fora de questão devido influência que Israel exerce sobre os EUA e outros países europeus, mas vamos ver como se desenrola tais fatos.
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