quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Acordo de paz no Oriente Médio é possível


O presidente americano, Barack Obama, pediu esta quarta-feira que israelenses e palestinos não deixem passar a oportunidade de selar a paz, ao inaugurar os esforços para por um fim ao conflito no Oriente Médio.

"Esta oportunidade não voltará tão cedo", disse Obama, depois de participar de reuniões separadas com o premier israelense, Benjamin Netanyahu, e com o presidente palestino, Mahmud Abbas, além de líderes do Egito e da Jordânia.

"Eles não podem deixar (essa oportunidade) passar. Agora é a hora de líderes de coragem e visão entregarem a paz que seus povos merecem", acrescentou.

Obama prometeu colocar "todo o peso" dos Estados Unidos nos esforços para obter a paz entre israelenses e palestinos em conversas diretas entre os dois lados, que começam esta quinta-feira no Departamento de Estado americano.

"Se os dois lados não se comprometerem com estas conversações seriamente, então o conflito duradouro continuará a afetar e a consumir outra geração. Nós simplesmente não podemos permitir isto", acrescentou.

"Sabemos que haverá momentos que testarão nossa determinação. Sabemos que extremistas e inimigos da paz farão tudo que estiver ao seu alcance para destruir este esforço", continuou.

Apesar de sua promessa de conduzir as conversas de paz, Obama alertou que os Estados Unidos, no entanto, não poderiam simplesmente impor uma solução para um conflito que já dura décadas no Oriente Médio.

"No fim das contas, os Estados Unidos não podem impor uma solução e não podemos desejá-la mais do que as próprias partes", disse o presidente americano.

Obama, que investe um substancial capital político e diplomático nestes esforços de paz, também disse que líderes israelenses e palestinos concordam que um acordo poderá ser fechado no prazo de um ano.

O líder americano afirmou que as conversações visariam a solucionar todas as mais sensíveis questões sobre o "status final" entre os dois lados.

"O objetivo é uma decisão, negociada entre as partes, que ponha um fim à ocupação iniciada em 1967 e que resulte na emergência de um Estado palestino independente, democrático e viável, convivendo lado a lado, em paz e segurança, com o Estado de Israel e seus outros vizinhos", explicou Barack Obama.


'Terroristas' não vão bloquear o caminho da paz, diz Netanyahu

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu esta quarta-feira que os "terroristas" não "bloquearão o caminho para a paz" e comemorou o fato de ninguém ter morrido no último ataque contra israelenses na Cisjordânia.

"Duas horas atrás, houve um novo ataque terrorista", disse Netanyahu, ao lado dos presidentes americano, Barack Obama, palestino, Mahmud Abbas, e de líderes do Egito e da Jordânia, na Casa Branca.

"E graças a Deus, ninguém morreu. Eu não deixarei os terroristas bloquearem nosso caminho para a paz, mas como estes eventos demonstram, esta paz precisa estar ancorada na segurança", acrescentou.

Netanyahu deu estas declarações no lançamento de um esforço de mediação americano para se alcançar a paz no Oriente Médio, depois do segundo ataque em 24 horas contra israelenses na Cisjordânia.

O braço armado do movimento radical palestino Hamas, que rejeita as negociações de paz entre Israel e a Autoridade Palestina, reivindicou os dois ataques.

Esta quarta-feira, dois israelenses seguiam em um automóvel pela zona da colônia de Rimonim, na região de Ramallah (Cisjordânia), quando foram feridos por disparos, informou um porta-voz do Exército.

A rádio do Exército Hebreu revelou que um dos israelenses ficou gravemente ferido e segundo uma investigação preliminar, os disparos foram feitos por homens em outro veículo, que emparelhou com o carro atacado.

Na véspera, quatro colonos israelenses morreram em um ataque palestino na região de Hebron, no sul da Cisjordânia.


Abbas pede fim de colonização israelense e de violência na Cisjordânia

O presidente palestino, Mahmud Abbas, solicitou publicamente, esta quarta-feira, o congelamento de qualquer atividade de construção de colônias israelenses, bem como o fim do derramamento de sangue na Cisjordânia, no início das conversações de paz mediadas pelos Estados Unidos na Casa Branca.

"Nós reiteramos nosso compromisso para cumprir as obrigações e pedimos aos israelenses que cumpram as deles, inclusive o congelamento das atividades de colonização", disse Abbas na Casa Branca.

Segundo ele, a demanda não seria uma "pré-condição" para as conversas diretas de paz entre israelenses e palestinos, que começam esta quinta-feira na capital americana, mas uma meta para se implementar uma "obrigação concertada".

Em sua declaração, Abbas também pediu o fim de todos os bloqueios e interdições israelenses, que impedem a liberdade de circulação dos palestinos.

Abbas solicitou ainda o fim do derramamento de sangue na Cisjordânia, onde dois ataques de extremistas palestinos nas últimas 24 horas deixaram quatro mortos e dois feridos

"Sr. Netanyahu... O que aconteceu ontem, e o que está acontecendo hoje também, é condenável", disse Abbas, em declarações dirigidas diretamente ao premier israelense.

"Nós não queremos de forma alguma o derramamento de sangue... (Sequer) uma gota de sangue, seja de israelenses ou de palestinos", acrescentou.

Dois israelenses foram feridos a tiros esta quarta-feira, quando o carro em que viajavam foi alvo de disparos perto da cidade cisjordaniana de Ramallah, informou um porta-voz do exército hebreu.

O movimento islamita Hamas reivindicou a autoria do ataque, um dia depois de ter assumido a responsabilidade por outro atentado, perto de uma colônia judaica em Hebron, também na Cisjordânia, que matou quatro pessoas, inclusive uma mulher grávida.

Fonte: AFP
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