quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vinte e um países condenam Israel durante encontro em Istambul


Vinte e um países reunidos nesta terça-feira em Istambul condenaram Israel pelo ataque a um comboio marítimo com destino a Gaza, no qual nove turcos foram mortos no dia 31 de maio.

Todos os países reunidos, à exceção de Israel, manifestaram "séria preocupação e condenação relativas às ações das forças israelenses" contra a flotilha de ajuda a Gaza em águas internacionais, declararam os representantes dos países que participaram do fórum.

Eles denunciaram o ataque como uma "violação flagrante" do Direito Internacional e manifestaram apoio às Nações Unidas para a criação de uma comissão internacional de investigação.

"É a manifestação clara de como Israel se isolou", declarou à imprensa o presidente turco Abdullah Gül, que mediou o encontro promovido pela Conferência sobre as Medidas para Ampliar a Confiança e as Ações Conjuntas na Ásia (CICA), um fórum de segurança regional, realizado na segunda e na terça-feira com a presença, principalmente, dos presidentes iraniano e palestino, Mahmoud Ahmadinejad e Mahmoud Abbas, e do primeiro-ministro russo Vladimir Putin.

Gül, cujo país convocou seu embaixador em Tel Aviv, havia afirmado há alguns dias que as relações entre Israel e Turquia "nunca mais serão as mesmas", após essa abordagem mortal.

Durante o fórum, Putin afirmou que seu país tem a intenção de levar à ONU a proposta de uma investigação sobre o ataque.

"Infelizmente, essa ação ocorreu em águas internacionais e isso representa uma outra fonte de preocupação", disse, acrescentando: "Esse é o porquê (de o incidente) ser alvo de uma investigação (...) Vamos levar a questão às Nações Unidas, trabalharemos para isso".

Mas o fato de Israel também ser membro da CICA impediu uma condenação explícita ao Estado hebreu na declaração final do encontro.

Israel foi convidado para a conferência, mas apenas seu embaixador na Turquia estava presente.

"Está fora de questão a Turquia esquecer" o ataque que custou a vida a nove turcos, sendo um também de nacionalidade americana, acrescentou o presidente turco, em resposta a uma pergunta.

Os ministros afegão e paquistanês das Relações Exteriores já haviam condenado na segunda-feira o ataque israelense e expressaram solidariedade à Turquia. Nesta terça-feira foi a vez de o presidente iraniano fazer o mesmo.

O ataque dos soldados israelenses à flotilha de ajuda humanitária a Gaza, no dia 31 de maio em alto-mar, suscitou um avalanche de críticas da comunidade internacional e praticamente anulou as relações entre israelenses e turcos, que antes eram citadas como um exemplo para a região.

Ancara exige a formação de uma comissão de investigação independente sob o patrocínio da ONU, uma hipótese rejeitada por Israel, que acena com a possibilidade de uma investigação interna.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU adotou no dia 2 de junho uma resolução aprovando o estabelecimento de uma "missão de investigação internacional" sobre o ataque.

Fonte: AFP
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