terça-feira, 8 de junho de 2010

Israel pela culatra


Israel ao atacar a flotilha da liberdade visava dar um recado a sociedade humanitária, que não admitiria de forma alguma qualquer tipo de apoio aos palestinos e diante disso usou a força como forma de desencorajar novas surtidas marítimas a Gaza, mas o resultado foi completamente diferente do que Israel pretendia e totalmente inversa ao seu propósito, pois tal ataque abriu espaço para a discussão internacional e mesmo governamental dentro da ONU e por parte de aliados de Israel sobre a realidade em Gaza e a validade do bloqueio imposto por Israel.

Antes do ataque o mundo seguia fechando os olhos para a “Causa Palestina”, mas o ato desproporcional de Israel, por mais que tente este se justificar, fez romper as vendas da sociedade internacional, que agora questiona o bloqueio a Gaza e os atos de terrorismo de Estado praticados por Israel. Agora há uma real discussão sobre a questão palestina e a posição israelense em relação aos direitos humanos naquela região, ainda que tímida, mas já é um primeiro passo.

Aliados de Israel como a Turquia estão revendo os acordos de parceria e o apoio, em uma clara forma de repúdio a tais atos que demonstram total falta de respeito aos direitos internacionais e humanos. Pois nenhum Estado tem autoridade de abordar qualquer embarcação que seja em águas internacionais, salvo em casos específicos, ao qual a flotilha da liberdade não se enquadra, sendo uma demonstração da total falta de respeito contra as leis internacionais. Ainda há o agravante do uso letal da força, como verificamos em relatos e provas materiais que o ataque foi direto e não uma reação como insiste em defender Israel e seus defensores, pois o tiro de defesa não é dado contra a cabeça, nem uma abordagem que visa controlar um grupo desarmado é conduzido com munição letal, onde mesmo que haja reação e confronto há meios não letais de garantir a integridade física de ambas as partes, como é o caso do uso de munição de borracha e gás lacrimogênio ou bombas de efeito moral.

O tiro saiu pela culatra, como se diz popularmente aqui no Brasil, agora cabe á ONU fazer valer sua posição e exigir de Israel que se cumpram as leis e determinações internacionais sobre a Faixa de Gaza e se derrube de uma vez por todas o bloqueio a Gaza, que ao meu ver e acho que também ao de muitas pessoas com sã consciência é um claro desrespeito aos direitos humanos e o principal formador de mártires e extremistas, uma vez que tal opressão e injustiça culmina no ódio á Israel, de tal forma que a cada dia e a cada ato de terrorismo de Estado praticado por Israel, os movimentos extremistas só ganham mais força e membros, distanciando ainda mais a paz da região.

Eu como mero observador do Oriente Médio e das questões geopolíticas mundiais, espero que a sociedade internacional venha a reconhecer os abusos cometidos por Israel e principalmente, venham a reconhecer o povo palestino como um Estado, dando uma nova oportunidade para que a paz possa se aproximar daquela região tão conturbada do planeta.


Angelo D. Nicolaci
editor GeoPolitica Brasil
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