
A Chancelaria russa respondeu nesta terça-feira às críticas do Irã em relação ao atraso em cumprir com o contrato de fornecimento das baterias de defesa antiaérea S-300, a que se opõem Estados Unidos e Israel.
"O lado russo atua com responsabilidade em relação ao cumprimento de suas obrigações no terreno da cooperação técnico-militar e manterá esta posição no futuro", disse o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores russo, Andrei Nesterenko, em entrevista coletiva.
O diplomata ressaltou que "a Rússia coopera na esfera técnico-militar com o Irã há muitos anos, em estrito cumprimento a suas obrigações internacionais".
"Trata-se exclusivamente do fornecimento de armamento defensivo, que não pode levar à desestabilização da situação na região", disse.
Nesterenko saía, assim, à margem das declarações feitas hoje pelo porta-voz da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento do Irã, Kazem Jalili.
Segundo Jalili, os atrasos na entrega dos S-300 e no início da primeira usina nuclear iraniana, que engenheiros russos estão construindo em Bushehr (golfo Pérsico), "criaram um sentimento de desconfiança entre os iranianos".
Relações
Em outubro, o presidente dessa comissão parlamentar iraniana, Alaeddin Boroujerdi, disse que, se Moscou não cumprisse seu compromisso, isso afetaria "de forma negativa" as relações entre os dois países.
"Devido à ampla cooperação bilateral entre os dois países, seria contra os interesses da Rússia se as negociações neste âmbito fossem infrutíferas", afirmou.
Além disso, há poucos dias, o ministro da Defesa iraniano, Ahmad Vahidi, afirmou que o fornecimento dos S-300 está há vários meses em atraso e pediu que Moscou "não ceda às pressões dos sionistas".
Fontes militares russas revelaram recentemente que a Rússia e o Irã assinaram em 2007 o contrato para a venda de cinco sistemas S-300 no valor de US$ 800 milhões [cerca de R$ 1,3 bilhão].
Segundo a agência russa Interfax, os S-300 estão armazenados nas instalações do Ministério da Defesa russo, à espera do cumprimento do contrato.
No entanto, a operação foi suspenda pelo Kremlin por motivos políticos, dentro da nova etapa de relações com os Estados Unidos, mas o Serviço Federal de Cooperação Militar afirmou recentemente que Moscou não abandonou de forma definitiva a operação.
Fonte: EFE
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