terça-feira, 9 de abril de 2024

Brasil Investe em Três Frentes para Desenvolver Veículo Lançador de Microssatélite até 2026

O Brasil está trilhando caminhos audaciosos no campo da tecnologia espacial, buscando consolidar-se como uma potência neste setor até 2026. Com investimentos tanto do setor público quanto do privado, o país abre três frentes para o desenvolvimento de foguetes, visando inserir satélites em órbitas estáveis e impulsionar suas capacidades no espaço sideral.

Uma das principais iniciativas é o projeto do Veículo Lançador de Microssatélite (VLM), liderado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) em colaboração com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e a Agência Espacial Alemã (DLR). Este projeto público visa desenvolver um foguete de pequeno porte capaz de lançar satélites com até 30 quilos em órbitas equatoriais superiores a 300 km de altitude. Utilizando tecnologia de ponta, o VLM promete impulsionar as capacidades espaciais do Brasil.

Motor S-50, que será utilizado no projeto do VLM

Além disso, a iniciativa privada também está engajada nesse desafio. A Finep, em colaboração com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), selecionou e está financiando dois projetos de empresas privadas para o desenvolvimento de foguetes nacionais. Um desses consórcios, liderado pela Cenic Engenharia Indústria e Comércio Ltda, recebeu um investimento de R$ 190 milhões, enquanto o outro, liderado pela Akaer Engenharia S.A, obteve R$ 180 milhões. Essas iniciativas visam criar o Veículo Lançador de Pequeno Porte (VLPP), com capacidade para lançar cargas úteis na órbita equatorial de 450 km.

Segundo Rodrigo Leonardi, diretor de gestão de portfólio da AEB, as três frentes de desenvolvimento têm o mesmo objetivo final, embora busquem soluções tecnológicas distintas. Leonardi destaca que o Brasil possui um histórico de sucesso no campo de foguetes suborbitais, mas agora almeja desenvolver veículos capazes de inserir satélites em órbita ao redor da Terra.

Primeiro ensaio de Tiro em Banco do Motor-Foguete S50 foi realizado com sucesso em 2021 / Foto: Avibras

O progresso desses projetos é monitorado de perto, com expectativas altas para os próximos anos. No caso do projeto público do VLM, está previsto um segundo teste em banco com o motor-foguete S50 ainda este ano, sendo um marco crucial no avanço da tecnologia. Caso bem-sucedido, isso abrirá caminho para a próxima fase do projeto, incluindo a construção do veículo suborbital VS-50 e, posteriormente, o desenvolvimento do VLM.

Apesar dos desafios enfrentados, como a falta histórica de financiamento e o trauma deixado por incidentes passados, como a explosão do veículo espacial em 2003 em Alcântara, o Brasil está determinado a superar essas barreiras e consolidar sua presença no espaço. A entrada da iniciativa privada nesse cenário é vista como uma oportunidade para estimular a inovação e acelerar o progresso tecnológico, alinhando-se com as tendências do "New Space", que valoriza a participação de atores privados no desenvolvimento espacial.

Veículo Lançador de Microssatélites (VLM-1) e seus principais sistemas / Foto: Instituto de Aeronáutica e Espaço

Com uma visão clara e determinação renovada, o Brasil avança rumo ao futuro do espaço, buscando posicionar-se como uma referência global em tecnologia espacial até 2026. Com foguetes nacionais impulsionando satélites em órbitas estáveis, o país abre novas fronteiras de exploração e possibilita avanços significativos em áreas como comunicação, observação da Terra e monitoramento ambiental. Este é apenas o começo de uma jornada emocionante rumo às estrelas.


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com CNN Brasil

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