Substituição do Míssil Minuteman III ultrapassou orçamento em 96 Bilhões e provoca revisão abrangente do Pentágono

 

Em um cenário de desafios monumentais, o programa de substituição do arsenal nuclear terrestre dos EUA, centrado no Míssil Minuteman III, oficialmente ultrapassou seu orçamento de 95,8 bilhões de dólares, impulsionado pela pandemia de COVID-19 e pela inflação, de acordo com o anúncio da Força Aérea nesta quinta-feira (18). Sob a gestão da Northrop Grumman Corp, o programa denominado Sentinel, viu seus custos dispararem, agora superando em pelo menos 37% a estimativa pré-pandemia de setembro de 2020, totalizando uma quantia impressionante de mais de 131 bilhões de dólares.

As mudanças estratégicas no programa, como a construção de silos de mísseis de maiores dimensões e a adoção de materiais mais robustos, não apenas impulsionaram os custos, mas também destacaram a complexidade dessa empreitada. Andrew Hunter, secretário adjunto da USAF para Aquisição, Tecnologia e Logística, revelou que o custo total ainda pode crescer à medida que o Secretário da Defesa dos EUA realizar uma revisão abrangente até o verão.

A área mais impactada pelos excessos de custos é a modernização dos 450 silos de mísseis e a correspondente infraestrutura de comando, envolvendo a instalação de nada menos que 12.000 quilômetros de novos cabos. Este programa colossal abrange desde a aquisição de caminhões até treinamento, prédios de comando e 659 mísseis.

O desvio significativo nos custos desencadeou a aplicação da Lei Nunn-McCurdy de 1982, obrigando o Pentágono a justificar formalmente ao Congresso a vitalidade do programa e a demonstrar a inexistência de alternativas viáveis. Com um contrato de desenvolvimento de engenharia e fabricação (EMD) de 13,3 bilhões de dólares concedido à Northrop Grumman em 2020, as projeções indicam que a próxima fase de aquisição poderá superar os 61 bilhões de dólares originalmente previstos no orçamento de 95,8 bilhões de dólares.

Pequenas alterações nas especificações ao longo do tempo, o aumento nas dimensões e movimentação das estruturas dentro dos silos, somados à introdução de novos sistemas com exigências energéticas e de climatização mais elevadas, têm contribuído para o aumento dos custos, conforme revelou um oficial da Força Aérea sob condição de anonimato. A Northrop Grumman reiterou seu compromisso em apoiar a Força Aérea na avaliação e atualização contínua das previsões de custos.

Mike Rogers, presidente do Comitê de Serviços Armados da Câmara, enfatizou a importância crítica do programa Sentinel para a dissuasão nuclear. Ele se comprometeu a conduzir uma supervisão rigorosa, assegurando que a Força Aérea implemente as mudanças necessárias para lidar com os custos excessivos. A execução do programa continuará durante a revisão Nunn-McCurdy, e possíveis ajustes no cronograma dependerão dos resultados da revisão pelo Gabinete do Secretário de Defesa.

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Com Agência Reuters