Segundo publicado recentemente pela Forbes, números expressivos de perdas em combate, revelam que a Rússia perdeu 90% de seus carros de combate durante a guerra, enquanto isso, dúvidas pairam sobre as capacidades de produção da indústria de defesa russa para repor as perdas, e o impacto destes custos na economia russa.
No cenário tumultuado da invasão à Ucrânia, a Federação Russa confronta desafios formidáveis, com a perda de pelo menos 2.619 carros de combate, conforme revelou uma análise minuciosa publicada pela Forbes. Essa cifra representa uma redução dramática de 90% em relação ao número total de carros de combate envolvidos no início do conflito.
Segundo estimativas da Forbes, as forças russas deram início à guerra com 2.987 carros de combate e, após 23 meses de combates intensos, perderam expressivos 90% deste número. Entre os carros de combate, 1.735 foram destruídos, 205 abandonados e 544 capturados pelo exército ucraniano.
A revista ressalta que, caso o Kremlin não consiga compensar essas perdas, o exército russo ficaria com apenas 368 carros de combate hipoteticamente, uma quantidade manifestamente insuficiente para fazer frente aos desafios do conflito ucraniano.
Embora os números seja alarmantes e deixem inúmeras dúvidas quanto as capacidades reais, temos de ser ponderados em nossa leitura dos números revelados, lembrando que os mesmos não incluem as reposições feitas ao longo do conflito e nem classificou os tipos perdidos, nos fazendo relembrar nossos leitores, que a Rússia empregou inúmeros tipos de carros de combate de seu inventário e estoques, o que nos leva a fazer uma leitura mais conservadora, sem nos possibilitar determinadas afirmações.
Impacto nas Capacidades Operacionais Russas
As consequências dessas perdas relatadas não se limitam apenas aos números, mas têm implicações profundas nas capacidades operacionais das forças armadas russas. A redução drástica do arsenal de carros de combate coloca um questionamento significativo sobre a eficácia e a flexibilidade das operações militares russas no conflito em andamento.
Por outro lado, as autoridades ucranianas afirmam ter infligido danos significativos aos russos, destruindo ou danificando 6.060 veículos blindados no início da invasão. O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia forneceu esses números, englobando carros de combate, veículos blindados de transporte de pessoal e veículos de combate de infantaria pertencentes ao Exército Russo, o que nos deixa uma lacuna importante para se tecer uma análise mais precisa.
Desafios na Produção Russa e Dúvidas sobre Números Oficiais
Enquanto Moscou afirma ter recebido 1.500 carros de combate novos e atualizados em 2023 devido a "intensos esforços industriais", a Forbes questiona a veracidade desses números. Há uma sugestão de que a Rússia pode não estar produzindo tantos carros de combate quanto alega o Kremlin.
O fabricante de carros de combate russo Uralvagonzavod recentemente anunciou a entrega de um novo lote de carros de combate T-72B3M e T-90M atualizados para as Forças Armadas Russas. Contudo, a perda de cerca de 2.200 carros de combate forçou as forças russas a recorrerem a estoques soviéticos mais antigos, incluindo modelos da década de 1970, de acordo com estimativas dos EUA.
A Forbes destaca que, mesmo que a Rússia afirme ter 2.400 carros de combate à sua disposição, a análise do grupo de inteligência francês ARI sugere que a indústria russa produz apenas 390 carros de combate por ano. Se esses números forem precisos, as forças blindadas russas em operação na Ucrânia podem ter sido reduzidas a 1.180 carros de combate entre 2022 e 2023.
As dúvidas persistem, com o Ministério da Defesa da Lituânia sugerindo em 13 de dezembro que a Rússia seria capaz de produzir ou reparar apenas 100-150 carros de combate por mês, levantando questionamentos sobre a capacidade efetiva de reabastecimento do Exército Russo.
Perspectivas Futuras e Desdobramentos no Conflito
Diante dessa realidade, as perspectivas futuras do conflito na Ucrânia tornam-se ainda mais imprevisíveis. A capacidade russa de reagir e recuperar terreno está diretamente atrelada à sua capacidade de produzir e manter uma força significativa de carros de combate e demais meios blindados. Com as incertezas sobre as alegações do Kremlin e a possível limitação na capacidade de reabastecimento, o curso do conflito pode ser impactado de maneiras ainda não totalmente compreendidas.
Conforme citamos no inicio desta análise baseada em dados fornecidos pela Revista Forbes, é preciso ter cautela nas afirmações e leituras sobre os desdobramentos que podem haver no conflito ucraniano, lembrando que, apesar de contar com uma robusto apoio internacional em seus esforços de guerra, a Ucrânia tem carecido de pessoal qualificado para operar seus diversificados meios, bem como existe ainda o desafio de implementar em meio a um conflito sangrento, novas doutrinas e conceitos de emprego militar de meios que estão sendo introduzidos agora no inventário ucraniano.
O certo é que, a tendência é a redução nas grandes ofensivas, as quais devem dar lugar a ataques estratégicos e movimentos menos dinâmicos de ambos os lados em face ao desgaste imposto por quase dois anos de intenso confronto entre os invasores russos e as forças ucranianas.
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