sábado, 11 de setembro de 2010

Amorim diz que Brasil continua disposto a mediar diálogo nuclear com Irã


O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse neste sábado que o Brasil continua disposto a mediar o diálogo nuclear das potências com o Irã, se o pedido vier de alguma das partes envolvidas.

Amorim participou da oitava edição da Conferência Anual do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), que acontece em Genebra. Ele insistiu que o Brasil está convencido de que a controvérsia sobre o programa nuclear iraniano pode ser resolvida através de negociação.

Em 17 de maio, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, além do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, fecharam um acordo para tentar encerrar o impasse em torno do programa nuclear. Pelo acordo, o Irã envia 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em troca, no prazo de até um ano, receberá 120 quilos do produto enriquecido a 20% --o suficiente para uso na produção de energia e isótopos médicos e longe dops 90% necessários para uma bomba.

A maior parte da comunidade internacional rejeitou o acordo, alegando que não previa a proibição do Irã de enriquecer o urânio a 20% em seu próprio território. Em 9 de junho, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou uma quarta rodada de sanções ao Irã. Apenas o Brasil e a Turquia votaram contrariamente às medidas. O Líbano se absteve. O governo brasileiro lamentou a decisão informando que as restrições não colaboram para a construção do diálogo e só incentivam a tensão no cenário internacional.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse que após o fim do Ramadã, nesta semana, retomaria as conversas, mas não designou uma data.

Amorim ressaltou a decepção brasileira com a má recepção ao acordo tripartite. "O acordo falava de quantidade, tempo e lugar. Além disso, fizemos o que nos foi pedido e ficamos muito decepcionados por não ter sido usado".

"Até na Guerra Fria existia diálogo entre Estados Unidos e União Soviética, não entendo porque neste caso o diálogo não é possível", concluiu Amorim.

A comunidade internacional, especialmente Israel e Estados Unidos, não aprova o programa nuclear iraniano porque teme que o país tente fabricar armas nucleares. O Irã nega, afirma que usa o urânio apenas para fins pacíficos e se recusa a interromper o processo de enriquecimento.

Fonte: EFE
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