sexta-feira, 28 de maio de 2010

EUA oferecem opção de integração ou isolamento a Irã e Coreia do Norte


Os Estados Unidos ofereceram uma "opção clara" de isolamento ou integração ao Irã e à Coreia do Norte em sua nova Estratégia de Segurança Nacional, apresentada nesta quinta-feira pelo governo americano.

O documento de 52 páginas indica que Washington tentará aumentar o isolamento dos dois países caso eles não abandonem seus programas nucleares, mas também abre a possibilidade de distensão caso Teerã e Pyongyang mudem suas posturas.

Segundo a Estratégia americana, se Irã e Coreia do Norte concordarem com as exigências de suspender seus programas nucleares, poderão seguir um caminho de "maior integração política e econômica com a comunidade internacional".

"Se ignorarem suas obrigações internacionais, nós vamos buscar múltiplos meios de aumentar o seu isolamento e fazer com que cumpram com as normas internacionais de não-proliferação", diz o texto.

Sanções

A divulgação do plano ocorre no momento em que os Estados Unidos pressionam o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para aprovar uma quarta rodada de sanções contra o Irã por conta de seu programa nuclear.

Um esboço de resolução começou a ser circulado no Conselho de Segurança na semana passada, um dia depois de Brasil e Turquia terem obtido um acordo com o governo iraniano para troca de urânio com baixo nível de enriquecimento pelo produto enriquecido.

Esse acordo foi considerado insuficiente pelos Estados Unidos e outros países, que temem que o Irã planeje secretamente desenvolver armas nucleares, alegação negada por Teerã.

A busca por um mundo livre de armas nucleares é um dos pontos da nova Estratégia de Segurança Nacional, a primeira apresentada pelo presidente Barack Obama.

Mudança de tom

A lei americana exige que todos os presidentes apresentem sua Estratégia, na qual estabelecem as prioridades e objetivos de longo prazo na área de segurança.

O plano é acompanhado com atenção, já que pode influenciar o orçamento e a legislação.

A estratégia divulgada nesta quinta-feira traz uma mudança de tom em relação à estratégia de seu antecessor de Obama, George W. Bush, lançada em 2002.

Enquanto Bush defendia ataques preventivos e, um ano depois da divulgação do plano, invadiu o Iraque, o novo documento, apesar de manter o objetivo de derrotar a rede extremista Al Qaeda, fala em engajamento com os adversários e uso da diplomacia.

Terrorismo doméstico

Outra diferença é a importância dada ao combate ao terrorismo doméstico, que não aparecia com destaque nos planos dos governos anteriores.

Ao antecipar as linhas gerais da nova estratégia, o principal assessor de Obama para assuntos de segurança nacional e contraterrorismo, John Brennan, falou da ameaça representada por "indivíduos radicalizados" em solo americano.

"Nós vimos um crescente número de indivíduos aqui nos Estados Unidos serem cativados por atividades ou causas extremistas", disse Brennan.

"Nós vimos indivíduos, inclusive cidadãos americanos, armados com seus passaportes americanos, viajarem facilmente para refúgios terroristas e retornarem aos Estados Unidos, (e terem) seus planos mortais frustrados por ações coordenadas de inteligência e cumprimento da lei", afirmou.

Ataques

Nos últimos meses, os Estados Unidos assistiram a ataques em seu território, frustrados ou não, perpetrados por cidadãos americanos.

Em novembro do ano passado, o muçulmano americano de origem palestina Nidal Hassan, psiquiatra e major do Exército americano, abriu fogo em uma base militar em Fort Hood, no Texas, matando 13 pessoas.

No início do mês, o americano de origem paquistanesa Faisal Shahzad, foi preso acusado de tentar explodir um carro-bomba em Times Square, uma das áreas mais movimentadas de Nova York.

Entre as iniciativas previstas no novo plano está a de dar mais poder às comunidades para evitar o risco de "radicalização" de indivíduos.

Israel e Economia

A segurança de Israel e a convivência pacífica entre israelenses e palestinos também são citadas na nova estratégia de segurança.

O plano diz que os Estados Unidos vão trabalhar com a China em questões de interesse comum, mas também vão monitorar o desenvolvimento militar de Pequim.

O documento revela uma visão mais ampla de segurança por parte do governo Obama, que inclui preocupações com temas como economia, educação e mudanças climáticas.

No momento em que o país se recupera de sua pior recessão econômica em décadas, o governo menciona a redução do deficit como crucial para manter o poder americano.

Fonte: BBC Brasil
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