terça-feira, 12 de julho de 2011

Líbia, Síria e Afeganistão: preocupações do governo Sarkozy


A França reafirmou nesta terça-feira sua posição em três frentes externas nas quais tenta exercer um papel de protagonista: vai retirar parte de sua tropa do Afeganistão ao final de 2012, prolongará a operação militar na Líbia e continuará trabalhando para quebrar o silêncio do Conselho de Segurança sobre a Síria.

Durante uma visita surpresa ao Afeganistão, o presidente Nicolas Sarkozy confirmou que a França vai retirar do Afeganistão 25% de seus soldados, ou seja mil homens, até o fim de 2012.

"É preciso saber terminar uma guerra", declarou o chefe de Estado francês aos jornalistas.

"Nunca se planejou manter indefinidamente tropas no Afeganistão", completou. No total, a Otan mantém 140.000 militares no país, mais de dois terços deles americanos.

Assim que desembarcou no Afeganistão, Sarkozy seguiu para a base avançada de Tora, no distrito de Surobi, ao leste de Cabul.

No total, 4.000 militares franceses estão no Afeganistão, a maioria deles em Surobi, em Cabul e na província de Kapisa.

Os oficiais devem ser concentrados em Kapisa depois de 2012, segundo Sarkozy.

A decisão francesa foi anunciada poucas semanas depois de o presidente americano, Barack Obama, ter informado a retirada de 33.000 soldados do Afeganistão até o verão de 2012.

"Em 2014, todos os soldados franceses terão partido", disse Sarkozy em Tora, no que pareceu o início de uma "ofensiva diplomática", que também aconteceu em Paris com a participação dos principais membros de seu governo.

"Entramos no Afeganistão com esta coalizão e vamos embora com ela", declarou ao jornal Le Figaro o ministro francês da Defesa, Gerard Longuet, ao explicar a diferença entre a presença francesa no Afeganistão e na Líbia, onde a operação militar é apenas aérea.

"A Líbia é um teste de verdade para a determinação dos europeus na construção de um espaço de paz nas suas imediações", justificou Longuet, antes de afirmar que o custo da operação - que, segundo o Le Figaro, está em um milhão de euros por dia - "está ao alcance dos Exércitos da coalizão e de seus sócios industriais".

Mas analistas e militares não concordam e questionam a decisão.

"Apesar das dificuldades, a França continua querendo 'lutar acima de sua categoria'", afirmou o analista Bastien Irondelle.

Sarkozy viajou ao Afeganistão horas antes de o Parlamento francês iniciar um debate sobre a continuidade da operação militar internacional na Líbia, como exige uma reforma da lei de 2008 para as missões que superam quatro meses.

Deputados e senadores franceses devem votar favoravelmente pela continuidade da operação iniciada em 19 de março, autorizada pela resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU destinada a proteger a população civil da ofensiva militar do regime de Muamar Kadhafi.

Também nesta terça-feira, o primeiro-ministro francês François Fillon afirmou que o "silêncio" do Conselho de Segurança da ONU sobre a violência na Síria se torna "insuportável" e que o presidente sírio Bashar al-Assad "ultrapassou todos os limites".

"A França propôs ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, junto com outros países europeus, uma resolução que está bloqueada por Rússia e China", recordou Fillon em entrevista à emissora Europe 1.

"Isto não é mais aceitável", completou.

François Fillon destacou que as "agressões extremamente violentas" sofridas na segunda-feira pelas embaixadas da França e dos Estados Unidos em Damasco demonstram que o "regime está em uma fuga".

A milhares de quilômetros, o presidente Sarkozy, que já está em campanha pela reeleição em 2012, afirmou aos soldados franceses, dois dias antes do feriado nacional do país, que "é preciso saber terminar uma guerra".

Fonte: AFP
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