terça-feira, 1 de novembro de 2011

ONU encontra possível complexo de produção nuclear na Síria



Investigadores da ONU (Organização das Nações Unidas) identificaram um complexo antes desconhecido na Síria que aumenta a suspeita de que o regime de Bashar Assad manteve operações com A.Q. Khan, pai da bomba atômica no Paquistão, com o intuito de adquirir a tecnologia necessária na fabricação de armas nucleares.

Autoridades afirmaram que o conjunto de prédios combinavam com o desenho de uma planta de enriquecimento de urânio fornecida para a Líbia quando o então ditador Muammar Gaddafi estava tentando fabricar armamentos nucleares com a ajuda de Khan.

Soma-se a isso o fato de que a equipe de investigadores da ONU encontrou correspondências trocadas entre o paquistanês e o funcionário do regime sírio, Muhidin Issa. Nas cartas, a Síria propunha uma cooperação científica entre eles e uma visita aos laboratórios de Khan após o teste nuclear bem sucedido em 1998.

O complexo localizado na cidade de Al Hasakah atualmente aparenta ser uma plantação agrícola, e não há sinais de que os prédios tenham sido usados para produção de armas nucleares. O regime não quis comentar a informação.

Desde março, a Síria é palco de revoltas populares contra o regime, e, segundo estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas), cerca de 3.000 pessoas já morreram, sendo 187 crianças e adolescentes. O regime insiste que dirige suas ações contra militantes radicais armados que querem gerar o caos no país.

IMPASSE

Em uma tentativa de chegar a um acordo que acabe com o derramamento de sangue no país, a Liga Árabe propôs ontem, em um plano apresentado a Damasco, o fim imediato da violência, a retirada dos tanques das ruas da Síria e um diálogo com a oposição no Cairo, anunciou o secretário-geral da organização, Nabil al Arabi.

Um comitê ministerial da Liga Árabe aguardava uma resposta ao plano do regime de Assad.

Somando mais pressão internacional, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu no sábado "o fim imediato das operações militares contra os civis" na Síria, que registrou na sexta-feira um dos dias mais sangrentos das últimas semanas, com quase 40 civis mortos.

Assad, por sua vez, não se mostra flexível. O ditador advertiu que uma eventual intervenção ocidental contra seu regime poderia provocar um "terremoto" em seu país capaz de incendiar a região e gerar um novo Afeganistão, durante entrevista publicada pelo jornal britânico "Sunday Telegraph".

"A Síria agora é o eixo dessa região. É a linha de falha. Se vocês brincarem com ela, vocês vão causar um terremoto. Vocês querem ver outro Afeganistão ou dezenas dele?", questionou. "Qualquer problema na Síria vai incendiar toda região. Se o plano é dividir a Síria, isso significa dividir toda região".

Fonte: Folha
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