domingo, 3 de outubro de 2010

136 milhões decidem hoje o Brasil do pós-Lula


Neste domingo, 135,8 milhões de eleitores vão às urnas para decidir sobre o Brasil do pós-Lula. Depois de oito anos sob o comando do petista, os brasileiros escolhem o sucessor do presidente de popularidade recorde. Além do novo nome que ocupará o Palácio do Planalto, estão em jogo 27 governados estaduais, dois terços do Senado e toda a Câmara de Deputados. Serão distribuídas 500 mil urnas em 429,1 mil seções, em que trabalham 2,1 milhões de mesários.

A eleição 2010 chega com dois fatos inéditos no País. É a primeira do período democrático que não conta com Lula entre os candidatos. É também a mais feminina. Duas mulheres, a candidata petista Dilma Rousseff e Marina Silva, do PV, estão na disputa. A ex-ministra da Casa Civil, candidata do presidente, lidera a corrida, seguida pelo tucano, o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Marina é a terceira colocada. Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) também está entre os noves candidatos à Presidência. Segundo as últimas pesquisas de intenção de voto, a eleição está indefinida. Não é possível afirmar se vai ou não haver segundo turno.

De acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 21,8 mil candidatos em todo o País tentam conquistar uma vaga. Os números dão a dimensão do pleito deste ano. Como acontece em todos os anos eleitorais, as atenções destes e de outros candidatos voltaram-se nos últimos meses para Estados considerados estratégicos na busca pelo voto. São Paulo permanece no topo da lista, com 23,3% do eleitorado brasileiro. Em seguida, Minas Gerais reúne 10% dos votantes, sucedido pelo Rio de Janeiro (8,5%) e pela Bahia (7%).

Já o eleitorado brasileiro cresceu e teve seu perfil um pouco alterado. O número total de votantes no País avançou 7,8% em relação a 2006, quando 125 milhões de eleitores estavam em dia com a Justiça Eleitoral. As mulheres continuam representando a maior fatia dos eleitores (51,8%), que novamente se concentram na faixa dos 25 aos 34 anos.

Se as mulheres continuam sendo a maioria, o número de adolescentes votando pela primeira vez diminuiu. Eleitores entre 16 e 17 anos somavam 2,5 milhões nas eleições anteriores. Hoje, devem exercer o direito ao voto 2,3 milhões de adolescentes - o voto não é obrigatório até os 18 anos.

A forte presença do eleitorado feminino e a queda do número de eleitores adolescentes podem ser explicadas pela mudança da pirâmide social brasileira, que vem envelhecendo progressivamente, afirma o cientista político Rubens Figueiredo. "As mulheres têm expectativa de vida maior e os adolescentes são em menor número porque a população tem menos filhos."

Mas a mudança no eleitorado que pode interferir de fato no resultado da eleição é a ascensão social de camadas mais humildes da sociedade. Segundo Figueiredo, a forte mudança no perfil socioeconômico do eleitor brasileiro pode, sim, influenciar o resultado nas urnas neste domingo.

“Você tem um aumento extraordinário da classe C. Há mais gente no mercado de trabalho. E esse pessoal tende a votar pela continuidade do governo”, afirmou o cientista político.

Organização

Novidades à parte, a complexidade de organizar a eleição em um país com dimensões continentais continua a ser um desafio para o TSE. O tribunal manteve o mesmo esquema diferenciado de outras eleições para assegurar a votação em alguns Estados.

Por causa do difícil acesso, na Ilha de Marajós, no Pará, as urnas são levadas no lombo de búfalos. No Amazonas, onde as urnas chegam mais facilmente pelas vias fluviais, com as secas foi preciso montar rotas rodoviárias. Dados do TSE apontam ainda que existem no Brasil 169 mil eleitores com deficiência física e outros 8 milhões de analfabetos.

Fonte: Último Segundo
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