
O ex-presidente colombiano César Gaviria e o ex-chanceler mexicano Jorge Castañeda criticaram hoje a estratégia de liderança do Brasil na América Latina, durante um fórum sobre a região realizado em São Paulo.
"Não se pode ser um líder mundial somente negociando. Deve-se tomar uma posição e não tentar ficar bem com todos", disse Castañeda, no debate que fez parte do seminário Brazil Summit, organizado pela revista britânica "The Economist".
Para o ex-chanceler mexicano, "o Brasil não está pronto para enfrentar o desafio de líder regional que tem. Não está preparado para resolver os conflitos regionais" e deu como exemplo a polêmica gerada na América do Sul pela autorização do uso de sete bases militares na Colômbia por tropas americanas.
"Um dia o Brasil apoia (o presidente da Venezuela, Hugo) Chávez sobre as bases e depois (o líder colombiano, Álvaro) Uribe e diz que tudo está bem. O Brasil tem às vezes uma atitude hipócrita", opinou.
De acordo com Castañeda, com a atual política diplomática, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, "vai sair do Governo, pode voltar em 2014, e vai a sair de novo em 2018, sem que o Brasil tenha um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas".
Já Gaviria abordou mais a liderança econômica do Brasil na região e disse que o país "tem capacidade para crescer, mas cresce abaixo de sua capacidade".
"O tão falado crescimento do Brasil é apenas uma possibilidade, pois ainda não demonstrou sua capacidade", ressaltou.
Gaviria, que também foi secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), disse que o Brasil tem "muitas ideias políticas para desenvolver, mas confia demais na negociação e perdeu a oportunidade na Alca (Área de Livre-Comércio das Américas) e na Rodada de Doha" da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo Gaviria, o Brasil "respeita muito os Estados Unidos e pensa muito na Europa, que como mercado não é muito conveniente".
O ex-presidente colombiano acrescentou que "como México, Brasil necessita reformar suas instituições. O Brasil na América tem que liderar o tema da mudança climática, assim como lidera a posição diante do FMI (Fundo Monetário Internacional)".
Na opinião do ex-líder, "não há entendimento na América Latina. O Mercosul, por exemplo, é um acordo basicamente entre Brasil e Argentina e estão integrando a Venezuela, que não acredita em um comércio aberto. Por isso, o Mercosul não tem futuro".
Gaviria se mostrou também contrário ao Conselho de Defesa da União de Nações Sul-americanas (Unasul).
"Defender de que? Não há ameaças. Os EUA querem bases militares na Colômbia, mas isso é um problema artificial que dividiu o hemisfério", segundo Gaviria, que fez um pedido para que Brasil e México assumam o verdadeiro papel de liderança na região.
"Sem México e Brasil é impossível que os EUA façam alguma coisa para acabar com o bloqueio econômico de Cuba. (O presidente americano, Barack) Obama não vai fazer nada se a América Latina não quiser", disse.
Fonte: EFE
Nota do Blog: Eu defendo uma postura mais rígida de nosso governo nas questões inetrnacionais, não deixando-se levar pelo momento, mas analisando bem antes de tomar qualquer decisão. Pois o Lula tem cometido diversas gafes, um bom exemplo foi o 7 de setembro onde anunciou prematuramente o Rafale como vencedor do FX-2. Agora com relação as bases americanas na Colômbia, eu adotaria uma posição bem claro e contra tal situação, pois estas bases podem ser foco de tensão em nossa região e meio claro de minar a liderança Brasileira ou seja lá de que país seja, pois os americanos irão sempre defender seus interesses, tendo como base a demosntração de força apartir destas bases.

.jpg)


0 comentários:
Postar um comentário