sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Líder da oposição exige o fim da repressão no Irã


O líder da oposição iraniana, Mir Hossein Moussavi, pediu ao governo ultraconservador do presidente Mahmud Ahmadinejad que ponha fim à repressão para que o país saia da crise, assinalou em seu site nesta sexta-feira.

"O governo deve assumir suas responsabilidades pelos problemas que ele criou no país, (...) libertar os presos políticos e reconhecer o dieito do povo de se reunir", escreveu o ex-primeiro-ministro em um comunicado publicado na página Kaleme.org, o primeiro desde as violentas manifestações de domingo passado.

"Digo claramente que enquanto não se reconhecer que existe no país uma grave crise, não será possível superar os problemas", acrescentou.

"Não rejeito a ideia de vira mártir como os que fizeram esse sacrifício depois das eleições para obter a satisfação de suas exigências nacionais e religiosas", afirma ainda.

"Meu sangue não é mais vermelho do que o deles", acrescentou Moussavi, cujo sobrinho figura entre as oito pessoas mortas durante as manifestações antigovernamentais realizadas durante o dia de luto xiita da Ashura. Esses enfrentamentos também deixaram centenas de feridos e pessoas presas, de acordo com as autoridades.

Esta mobilização da oposição foi a mais significativa e mais sangrenta desde as grandes manifestações que tiveram lugar depois da reeleição, em junho passado, do presidente iraniano, que deixaram 36 mortos, segundo o governo, e 72 de acordo com a oposição.

"Digo claramente e de forma explícita que as ordens de executar, matar e encarcera (outro líder da oposição Mehdi) Karubi, Moussavi ou pessoas como nós não resolverá nada", enfatizou.

O site Kaleme.org não revela o lugar onde Moussavi se encontra. Na quarta-feira, a agência de notícias IRNA anunciou sua partida e a de Karubi para o norte do Irã.

Na véspera, a IRNA reiterou que "alguns chefes da sedição (como as autoridades chamam a oposição) partiram de Teerã para se refugiar no norte", apesar de vários desmentidos da oposição e de uma agência vinculada ao poder político.

Moussavi também rejeitou as acusações das autoridades de que os contestatários - segundo os quais as eleições de 12 de junho foram fraudulentas - atuaram em conluio com o Ocidente.

"Acho que é preciso destacar que temos dentro do movimento verde uma identidade islâmica e nacional, e nos opomos a toda dominação estrangeira. Somos fieis à Constituição", acrescentou, desmentindo assim que a impugnação do resultado das eleições presidenciais tenha se transformado numa campanha para derrubar o regime islâmico.

Fonte: AFP
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